“Não irão me calar”, diz Marlina (PT) sobre pedido de cassação de mandato

Foto: Aline Bortoluzzi/Imprensa Câmara Brusque.

Durante a sessão ordinária do dia 15/03, da Câmara de Vereadores de Brusque, Marlina Oliveira (PT) defendeu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as suspeitas de delitos contra a administração pública envolvendo servidores da Samae, o serviço municipal de água e esgoto.

Nesta terça-feira (22) a vereadora teve um pedido de cassação de mandato protocolado na Câmara de Brusque pelo Diretor-Presidente do Samae Luciano Camargo.

O pedido inicialmente, era de uma retratação por parte da vereadora, após a mesma expor denúncias do Samae na tribuna, mas foi alterado para um pedido de cassação de mandato.

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O documento diz que ao fazer denúncias sem provas Marlina ofendeu a imagem do órgão e seus colaboradores.

Para a vereadora o pedido é uma “Tentativa de calar, intimidar, abafar as graves denúncias que pairam sobre o Samae de Brusque e cercear as atividades e atribuições do meu mandato parlamentar”, afirma.

Nas redes sociais a parlamentar divulgou uma nota, confira na íntegra:

Durante a sessão ordinária do dia 15/03 da Câmara de Vereadores de Brusque, eu Marlina, no desempenho de minhas funções como parlamentar, relatei à câmara de vereadores de Brusque – SC, as graves denúncias que envolvem servidores do SAMAE/Brusque, as quais tinham chegado ao meu conhecimento.

Na câmara, propus a abertura de uma CPI, para que se investigasse as denúncias feitas, as quais envolvem o cometimento de diversos supostos delitos contra a administração pública e a legislação vigente. Como resposta ao meu requerimento de abertura de CPI, recebo um pedido de cassação de meu mandato, alegando falta de decoro em um pronunciamento feito.

Todas as minhas declarações foram embasadas em depoimentos documentados e assinados pelos depoentes em Processo Administrativo. O pedido de cassação claramente é uma tentativa de me calar, intimidar, abafar as graves denúncias que pairam sobre o Samae de Brusque e cercear as atividades e atribuições do meu mandato parlamentar.
Sou a única mulher vereadora em Brusque, a única pessoa negra a compor o parlamento municipal. Não é de hoje que me sinto cerceada, discriminada, como parlamentar, como mulher e como negra na casa do povo de Brusque, o que, a meu ver, caracteriza uma violência política e de gênero.


Não irão me calar, nem me intimidar, meu trabalho continuará avançando e continuarei desempenhando o papel e função para o qual fui legitimamente eleita.
Em um Brasil, onde mulheres como Mariele Franco pagam com a vida a sua determinação em ocupar espaços, não serei eu que permitirei que nos diminuam, nos abafem ou nos cerceiem.

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