Brusque terá aliança PSDB x PT na Câmara de Vereadores

Fotos: Wilson Schmidt Junior -

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Brusque – Uma parceria incomum, mas longe de ser inédita, será repetida na Câmara de Vereadores de Brusque, ao menos no primeiro biênio da gestão 2017-2020. Trata-se da aliança entre o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Coirmãs nos tempos de regime militar, ambas as legendas partidárias foram tomando rumos diferentes após a abertura política no fim da década de 1980.

Enquanto os tucanos penderam para a centro-esquerda, o PT fez da esquerda revolucionária, mais radical, a sua cartilha. Desde então, os dois partidos representam a maior polaridade política em todo o país. Porém, em Brusque, na Câmara de Vereadores, ambos andarão lado a lado na mesa diretora, com um político eleito para cada lado: Dr. Lima como vice-presidente, pelos tucanos, e Claudemir Duarte, o Tuta, como 2º secretário, no lado dos petistas.

Jean Pirola (PP), como presidente, e Paulinho Sestrem (PRP), como 1º secretário, completam a nominata que irá comandar o Legislativo brusquense nos próximos meses. A chapa única foi eleita com 12 votos a favor, contra três abstenções de Deivis Junior (PMDB), Rogério dos Santos (PSD) e Gerson Morelli (PSB). A sessão que marcou a eleição ocorreu na tarde deste domingo, 1º de julho, minutos após a cerimônia de posse, no teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb).

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O novo presidente da Câmara avalizou a presença do petista na mesa diretora, dizendo, em tese, que Claudemir Duarte é diferente dos petistas de outras legislaturas, numa clara referência a ex-vereadores da gestão passada como Valmir Ludvig, Marli Leandro, Felipe Belotto e José Isaias Vechi. “Sempre combatemos muito a questão do Partido dos Trabalhadores. Principalmente aqueles vereadores que estavam na Câmara na última legislatura, aqueles que faziam uma oposição ferrenha que no meu ponto de vista não leva a nada (…) a gente vê na pessoa do Claudemir Duarte que apesar de estar no Partido dos Trabalhadores, ele não tem aquela vocação de ser um defensor rígido daquilo que o PT estabelece para seus filiados. Tenho certeza que o Tuta não é do PT que tanto combatemos. Já demonstrou isso nos quatro anos que estivemos juntos e vai continuar demonstrando”, justificou.

A sessão. Foto: Wilson Schmidt Junior
A sessão. Foto: Wilson Schmidt Junior

O pleito

A votação teve requintes de tranquilidade, fruto, talvez, de um intenso trabalho de bastidor, iniciado desde que foi anunciado o resultado das eleições de outubro. Palavras do próprio prefeito eleito Jonas Paegle (PSB) davam conta de que ao menos duas chapas concorreriam: uma encabeçada por Celso Emydio da Silva (Dem), o Dr. Celso, e outra por Jean Pirola (PP). Não foi o que ocorreu, já que no frigir dos ovos, um acordo, intermediado entre Pirola e Jones Bosio, presidente do Democratas Brusque, selou a desistência de Celso.

“Nós temos uma pré-conversa de abdicar da presidência em 2018, para que outro partido possa presidir a Casa Legislativa. Esse partido é o Dem, a princípio. Nós temos esse acordo, essa posição. Tenho certeza que farão um grande trabalho. O Dr. Celso é um grande vereador, já com bastante experiência”, informou.

Centrão

É certo que ainda há muita água pra rolar nos bastidores políticos e muitas posturas ainda a serem adotadas, principalmente por conta dos vereadores de primeira viagem. Porém, o que se sabe é que, pelo menos de acordo com Pirola, há grandes chances de a Câmara de Brusque ter uma grande bancada de centro. Ou seja, que não pende nem para oposição, nem para situação. É esperar para ver.

 

por Wilson Schmidt Junior

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