Hospital de Azambuja anuncia que atenderá apenas pacientes vindo em ambulância


 

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O Hospital Azambuja convocou entrevista coletiva durante a tarde desta quinta-feira, 26 de outubro, a fim de esclarecer situações referentes ao repasse mensal de recursos oriundos da Prefeitura de Brusque. Vencido desde a metade do mês de março, o contrato firmado entre a unidade de saúde e o município vem passando por diversas prorrogações. Durante esta manhã, o vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi, junto do secretário municipal de Saúde, Humberto Fornari, anunciou que as negociações serão retomadas a partir de fevereiro de 2018, alegando que a pasta não possui condições de reajustar convênios com entidades filantrópicas.

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Após receber com surpresa o comunicado, o administrador do hospital, Fabiano Amorim, contrapôs informações apresentadas pela administração municipal. Munido de documentos que comprovam as tentativas infrutíferas do hospital em chegar a um acordo com o município, Amorim disse que é preciso, de maneira urgente, reajustar o contrato firmado com a Prefeitura, para que o hospital continue a disponibilizar atendimento para todos os pacientes, mesmo aqueles que poderiam ser atendidos por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e não são. Diferente do que foi anunciado no período da manhã, o Hospital Azambuja enfatizou que foram oferecidas diversas propostas de reajustes para o convênio. Além disso, não teriam sido poucos os alertas  da casa de saúde para os prazos das prorrogações que estavam expirando e, mesmo assim, foram em vão.

“Eu não consigo chegar pro médico, dizendo que em março a gente vai ver o que consegue. Temos que negociar, não impor como foi feito. Se está difícil lá na Prefeitura, imagina aqui. Não precisamos ajustar tudo de uma vez. Reajusta um pouco agora, mais um pouco no próximo mês, como pedimos, mas mesmo assim eles não aceitaram. Mas nós temos que fechar nossas contas. Final do ano tem 13º salário. Falta de conversar não foi e nunca tivemos resposta.”, comenta.

Além de explicar a dívida que o Hospital Azambuja possui, atualmente na casa dos R$ 1,8 milhão, por conta de vários fatores, entre eles a inadimplência do Governo do Estado, que ainda não repassou valores à instituição em 2017, o administrador também comentou sobre os recursos de R$ 617 mil mensais que o Hospital Azambuja recebe do Governo Federal. A importância foi citada pelo vice-prefeito e pelo secretário de Saúde, dando a entender que seriam valores disponibilizados pelo município. “Esse é um dinheiro de Brasília, destinado para hospitais. Se não vir para nós, volta pro Governo Federal e não para o município”, enfatiza.

“A melhoria na qualidade dos atendimentos realizados no Hospital Azambuja, é visto claramente pela população que nos procura, tanto que nunca deixamos de atender pacientes que deveriam ser atendidos nas unidades de saúde, o que não acontece. Só que chegamos ao nosso limite”, lembrou o administrador, que destacou ainda que todas as mudanças em infraestrutura na unidade foram feitas com recursos que a própria entidade conseguiu e que chegam a cerca de R$ 7 milhões, além a câmara de vereadores repassou cerca de R$ 150 mil pra compra de medicamentos e mais R$ 75mil este ano.
Ainda durante a coletiva de imprensa, o diretor técnico do Hospital Azambuja, Antônio Pucci; o médico obstetra, Dr. Getúlio de Almeida e a enfermeira chefe do PS, Kenny Dalsenter, falaram sobre as tentativas de negociação com a prefeitura ao longo deste período e também situações relatadas por pacientes relacionadas a falta de atendimentos nas UBS. “Na terça passada, tivemos auditores no hospital, que nos questionaram sobre alguns atendimentos e valores, sugeri que aproveitasse que o PS estava cheio e conversasse com as pessoas. Todas que eles ouviram, relataram que procuram o Azambuja porque os postos de saúde não atendem”, relatou a enfermeira.

Hospital atenderá apenas urgência e emergência

Caso uma decisão não seja tomada até a ‪próxima quarta-feira‬, 31 de outubro – data em que se encerra mais um prazo de prorrogação do contrato -, o Hospital de Azambuja passará a atender apenas pacientes vindos em ambulâncias. Ou seja: as urgências e emergências. “Não estamos exigindo aqui a atualização do SUS, que ‪há 25‬ anos não é reajustado. Queremos apenas que o contrato, que hoje é de R$ 60 mil, seja reajustado para pagar os médicos. Caso contrário, eu vou apenas cumprir o que está na RUE (Rede de Atenção às Urgências e Emergências). A ambulância vamos atender, a gestante que chegar será atendida, pois, está no contrato. Vamos permanecer dando assistência para a população de Brusque, fazendo apenas o que está no contrato”, finaliza.

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