Manifestação a favor da vacina e contra Bolsonaro ocorre em Brusque


Com o lema “Vacina no braço e comida no prato” está marcada para este sábado (19) uma manifestação em prol da vacinação para todos, auxílio emergencial e o pedido de impeachment do governo Bolsonaro. O ato ocorre na praça Gilberto Colzani (praça do chafariz ao lado do terminal) a partir das 10h.

De acordo com Jaqueline Jorge, uma das organizadoras do evento e ativista em coletivos sociais como: o Centro de Direitos Humanos (CDH) e Maria vai com as Outras, coletivo feminista, a manifestação é apartidária embora partidos políticos de esquerda devam participar ” Em nenhum momento será levantada bandeira partidária durante o ato, mas o movimento é plural”, comenta. De acordo com Jaqueline, todas as medidas em relação a Covid-19 como o distanciamento social, o uso de máscaras e o uso do álcool em gel serão tomadas. A organização do ato pede que os interessados em participar levem 1kg de alimento não perecível para ser doado às vítimas dos alagamentos no bairro Limeira.

O grupo emitiu um documento que, segundo os manifestantes, evidenciam as reinvidicações. Confira:

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“Sair às ruas é uma resposta. Olhando com cuidado o cenário sociopolítico de nosso
país desde o início da pandemia, o assombro toma. Perdemos quase meio milhão de brasileiros:
pais, avós, amores, amigos, filhos, netos… Insubstituíveis. Vidas que poderiam ainda trilhar uma
história, partilhar momentos, ajudar, cuidar, viver. Ser vida. Dentre elas, duzentos e sessenta e
cinco cidadãos de nossa cidade até o dia de hoje. Quase meio milhão de mortes por conta de
uma doença para qual já existe vacina.

Fomos então para a rua no dia 29 de Maio deste ano junto com outros milhares de
brasileiros em um grito pela vida; por políticas que levem em consideração os que nos são
caros, que podem continuar ao nosso lado, por nós também e pela memória daqueles que
partiram vítimas desta doença e das políticas deste governo. Lutamos, neste momento, pela
vida. A polarização que acontece agora em nosso país não diz respeito à divergência entre
posicionamentos políticos entre esquerda e direita. Em momentos onde a democracia está
fortalecida, tais embates são saudáveis e até certo ponto, necessários para o processo
democrático. A polarização que ocorre em nosso país hoje corresponde a tomar partido pela
vida e lutar contra políticas que, inegavelmente e, claramente, são políticas de morte.
Explicamos, resumidamente, o porquê:


MINISTÉRIO DA SAÚDE NÃO TÉCNICO: O Brasil é o único país a ter 4
diferentes Ministros da Saúde em pleno cenário pandêmico. O primeiro Ministro da Saúde
renunciou em pouco mais de 3 meses frente à pandemia, justamente por se opor às políticas
negacionistas do presidente. O segundo Ministro não se sustentou no cargo por sequer um mês.
Soma-se a estes contrassensos a escolha de um general, sem formação em medicina ou
infectologia, que chegou a manifestar publicamente que “um manda, outro obedece”, sobre suas
incumbências neste Ministério. Na sua gestão, o Brasil saltou de 15 mil para 390 mil óbitos.


A IMUNIDADE DE REBANHO: A “estratégia” publicamente defendida pelo
presidente parte da ideia de que, quando um número suficientemente elevado de pessoas supera
uma doença, sua transmissão é interrompida. No entanto, desde o início da pandemia,
especialistas em infectologia e artigos científicos em revistas credenciadas alertam sobre o risco
de milhares de pessoas perderem a vida, visto que um número alto de infectados leva à maior
probabilidade de mutação viral e surgimento de variantes, fato já experimentado em vários
lugares do Brasil e do mundo, como as variantes da Amazônia, da Inglaterra, da África do Sul,
Califórnia e Índia. Vale citar que um relatório realizado pela Faculdade de Saúde Pública da
USP (Universidade de São Paulo), em parceria com a ONG (Organização Não Governamental)
Conectas Direitos Humanos, aponta que o contágio e descontrole do coronavírus no Brasil foi
deliberado pelo governo de Jair Bolsonaro. As informações levantadas datam de fevereiro de
2020 a maio de 2021 e foram coletados três tipos de evidências: atos normativos, como vetos
presidenciais; atos de governo, como ações contra medidas de contenção e omissões de apoio;
propaganda contra a saúde pública, como discurso político, disseminação de notícias falsas e
informações sem base científica usadas para enfraquecer a credibilidade de autoridades
sanitárias, o que significa que o governo deliberadamente optou por promover o contágio como
meio de resposta à pandemia. Tal ação, sem o investimento em vacinação, ignorando o contato
insistente de farmacêuticas que ofereciam milhões de doses de vacinas, como ficou comprovado
na CPI da Covid, em andamento, nos leva a refletir sobre a responsabilidade do governo sobre
essas quase quinhentas mil mortes.


BOICOTE À MEDIDAS DE ISOLAMENTO SOCIAL: contrariando os estudos
publicados pelas principais revistas científicas, as medidas tomadas na maioria dos países econtrariando também o seu primeiro Ministro da Saúde, o presidente não só não agiu para
realizar o boicote, como também trabalhou intensamente para incentivá-lo, ridicularizando as
medidas em suas manifestações e convocando aglomerações.

DESDÉM AO USO DE MÁSCARA: novamente, contrariando todas as
recomendações médicas/científicas, o governo federal realizou e realiza campanhas
desestimulando o uso da máscara, comprovadamente efetivo contra a proliferação do vírus e
surgimento de novas variantes, além de realizar e promover aglomerações sem a utilização da
proteção.

INCENTIVO A TRATAMENTOS INEFICAZES: em uma clara decisão política e
não pautada na ciência e estudos médicos, ao contrário do início da pandemia em que ainda se
discutiam tratamentos alternativos, o presidente optou e persistiu em uma campanha de
incentivo e gastos de recursos públicos com medicamentos cuja ineficácia era robustamente
comprovada, como a cloroquina e a ivermectina.

OCULTAÇÃO DE DADOS: após acusar o seu próprio Ministério da Saúde de inflar
os números da pandemia, o presidente age novamente como negacionista e determina a retirada
das estatísticas sobre o COVID-19 dos portais oficiais em junho de 2020, forçando a imprensa a formar um consórcio para assegurar a divulgação de dados à população.

TRAGÉDIA NO AMAZONAS: em 14 de janeiro de 2021, os brasileiros foram
surpreendidos por uma verdadeira catástrofe no sistema de saúde no Estado do Amazonas.
Documentos comprovam que 10 dias antes, o Ministério da Saúde sabia que o sistema
amazonense colapsaria, e que desde o dia 08 de janeiro o então Ministro da Saúde foi informado
sobre a situação, no entanto nada fez para evitá-la.

CORRUPÇÃO: O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é investigado pela
Polícia Federal por fortes indícios de envolvimento em um possível esquema de corrupção para
exportação ilegal de madeira. O presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, foi indiciado por
crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa. O “Orçamento secreto”, criado
pelo governo Bolsonaro, distribuiu mais de 3 Bilhões de reais em emendas parlamentares,
infringindo leis orçamentárias e a própria Constituição, visto que vai contra os princípios de
transparência exigidos por lei. Chico Rodrigues, então vice-líder do governo no Senado, foi
pego com dinheiro na cueca, em operação da Polícia Federal para investigar desvios de recursos
destinados ao enfrentamento da pandemia de covid (“Operação Desvid-19”). O filho do
presidente Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, é investigado por lavagem de dinheiro, peculato,
enriquecimento ilícito e apropriação indébita.


INFLAÇÃO, DESEMPREGO E INSEGURANÇA ALIMENTAR: O crescimento
do PIB noticiado recentemente não reflete a realidade do trabalhador brasileiro. Enquanto
poucos lucram, o índice de desemprego, segundo o IBGE, atinge a marca de 14,7% no primeiro
trimestre de 2021, o maior índice da série histórica, iniciada em 2012, atingindo 14,8 milhões de
trabalhadores. A Inflação, ainda segundo o IBGE, chegou a 0,83% em maio, maior alta para o
mês em 25 anos. Poucos empregos, alimentos e serviços mais caros. Enquanto isso a
insegurança alimentar grave atinge 53,9% dos brasileiros – 125,6 milhões de pessoas – o que
significa que essas pessoas não comeram em quantidades e/ou qualidades ideais, segundo
aponta o estudo “Efeitos da Pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no
Brasil”, coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento Para Justiça: Poder, Política e
Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Universidade de Berlim. Depois de
quase 7 anos, o Brasil retornou ao Mapa da Fome.


VACINA JÁ!!! O advento das vacinas foi crucial e fundamental para a medicina
contemporânea. Contudo, novamente na contramão das grandes nações, o presidente adotouuma teoria conspiratória contra as vacinas, manifestando-se publicamente contra elas e agindo
para sabotá-las, chegando a desautorizar publicamente seu Ministro da Saúde que havia
anunciado a compra de vacinas. Segundo comprovação documental, foram ao menos 81 ofertas
para compra de vacinas negadas ou ignoradas pelo governo federal.

Para somar aos problemas advindos do governo federal, os catarinenses foram
amargamente noticiados de que, durante a pandemia, 33 milhões de reais dos cofres públicos de
Santa Catarina foram desviados em uma compra fraudulenta de respiradores, que não atendiam
às necessidades requeridas. Além disso, tivemos ainda em todo território nacional, incluindo
diversos municípios de nosso estado, denúncias da vergonhosa prática de “fura-fila” da vacina,
fato que merece nosso total repúdio.


E enquanto muitos países voltam à normalidade, mesmo que de forma gradual, vemos
nosso país com altos índices de contágio e mortes e o governo adotando políticas que, na
contramão do mundo, colocam nossa saúde e, consequentemente, nossa economia em risco. Não
haverá retomada enquanto não houver segurança para nossa população. Segurança e respeito
pela vida exigem medidas que vão na contramão da política de morte adotada pelo governo
Bolsonaro.
Agradecemos a cada um que esteve presente no dia 29 de maio de 2021. Esperamos
somar. Se o povo vai às ruas durante a pandemia é porque o governo é mais perigoso que o
vírus.

ESTAMOS MORRENDO DE UM PROBLEMA QUE JÁ TEM SOLUÇÃO!
E só há uma solução para os problemas que estamos enfrentando: FORA
BOLSONARO!”
, afirma o documento.

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