Governar é planejar!


Penso que estas eleições que acabaram de acontecer transformaram-se em um excelente laboratório de pesquisa sobre o comportamento humano e um indicador precioso de ações cometidas em nome das emoções ou de interesses.

O que leva alguém ou um partido qualquer a colocar seus interesses pessoais acima dos interesses nacionais? O que nos leva a preterir o país em que vivemos em favorecimento a ideias já ultrapassadas ou de vantagens materiais? O que leva as pessoas a acreditarem em algo que já se mostrou inexequível em passado recente?

Governar parece-me ser a busca do bem comum, da execução de um planejamento pensado e montado visando um país a caminho de um futuro consistente e, melhor para sua gente. Independente da cor de sua pele, da sua orientação religiosa, de seu nível de escolaridade, da sua opção sexual.

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Quando falamos em planejamento de governo falamos em planejamento que ultrapasse a duração de um mandato. Os Estados Unidos da América anteciparam-se a crise da falta de água, garantindo o fornecimento até 2050, visualizando os problemas advindos do bem mais precioso do século XXI. A água está sendo captada no Canadá.

Israel, um país territorialmente minúsculo e cercado por países hostis, é o país líder na geração de energia limpa e busca 70% da água que consome do mar, pelo processo de dessalinização. Além disso, tem o melhor sistema de irrigação agrícola do mundo e, tira do deserto, boa parte do que consome e seu excedente é exportado.

O que se discutiu nos debates que antecederam as eleições? O que vimos na propaganda política de duração interminável? Qual o planejamento para a área agrícola? Qual nosso plano para garantir a mobilidade urbana? Qual o modelo educacional a ser adotado para viver em tempos de mudanças profundas? Como garantir o processo de crescimento econômico para os anos futuros? E a discussão sobre a água? Como pode o maior detentor de recursos hídricos do mundo (12% de toda a água potável está no Brasil), viver a crise que estamos vivendo?

Infelizmente, o que ouvimos foi ataques a partidos, a políticos, a “desconstrução de imagem” dos adversários, a mentira que campeou livremente entre todos.

O que percebemos, no Brasil, e que o que se pensa e executa no governo anterior não necessariamente deve ter continuidade. Exemplos? Temos aos montes. Mas, alguns deles são, grosseiramente, explícitos do aplicar mal o dinheiro disponível e público. Vamos explicitar apenas um.

Todos nos lembramos do Proálcool, programa definido pelo governo militar no auge da crise petrolífera. Combustível limpo e orgânico, produzido e utilizado dentro de nossas fronteiras, com potencial de exportação, gerador de empregos e de capital e utilizando expertise totalmente nacional. O que aconteceu com o programa?

Aos poucos, em nome de uma política errada de sustentação de preços da gasolina, em nome do combate a inflação, o governo conseguiu desestimular o uso do combustível mais tupiniquim, que este país já teve. Arrogância? Burrice? Falta de visão? Idealismo?

Qualquer que seja a resposta ela passa por ineficiência do poder público ou, podemos pensar, pela má intenção de nossos governantes. Por que não governar visando o bem comum? Por que governar tendo em vista apenas ao interesse partidários?

Espero que o governo, eleito no domingo, apresente um planejamento mínimo de trabalho de forma a garantir as forças produtivas do país, mínima tranquilidade em respeito aos compromissos assumidos. Apesar de achar que de onde nada se espera, nada sai, credito meu voto de confiança!

 

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