Botuverá – Centenas de cidadãos botuveraenses e de todo o Médio Vale do Itajaí, estiveram reunidos, na noite desta quarta-feira (25) no salão de festas da Capela São João Batista, situada no Bairro Ribeirão do Ouro, para discutir e apreciar apresentações que dizem respeito aos impactos ambientais que serão originados a partir da construção da barragem no Rio Itajaí Mirim. A obra, que está orçada em R$ 81 milhões, tem um prazo de 25 meses para ficar pronta, a partir do seu início.
Coube à Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) presidir o encontro, no papel de ouvinte. Vale ressaltar que é o órgão que irá dar o parecer favorável, ou não, para a construção do grandioso empreendimento que irá diminuir os problemas das cheias em todo o Médio Vale, além de ter potencial elétrico para gerar até um mega watt de potência. Fora isso, a barragem servirá também para garantir o abastecimento de água para cidades como Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, além de, claro, Botuverá, Brusque e Guabiruba.
De acordo com o gerente de projetos da empresa Iguatemi, responsável pela edificação da barragem, Alexandre Mosimann Silveira, além das múltiplas funções da barragem, o que gerou o apelido de “barragem três em um”, o impacto ambiental nas comunidades jusantes será mínimo. “A nossa equipe multidisciplinar passou um ano na região, em todas as estações, identificando toda a questão de fauna e flora, toda a questão do impacto. Para cada impacto negativo nós estaremos apresentando programas ambientais e medidas (…) os impactos são mínimos. A região é muito rica e os benefícios que a barragem irá trazer para a população é muito grande”, ressaltou.
O presidente da Fatma, Alexandre Waltrique Rates, fez questão de ressaltar que o projeto ainda está na fase inicial e que caberá ao órgão conceder, ou não, a licença ambiental para a construção da barragem. “Vamos juntar todo esse material com aqueles que foram produzidos por nossos técnicos. Daí vamos sentar e definir se vamos ou não autorizar”, disse. Rates preferiu não se manifestar sobre a sua opinião sobre o resumo do estudo de impacto ambiental apresentado durante a reunião.
Para o prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi (PMDB), foi um ótimo momento de explicações para que a população entenda o que irá ocorrer no município quando da construção da obra. O peemedebista também se mostrou totalmente favorável com a construção da barragem de médio porte. “O município de Botuverá sempre vai ser parceiro do Governo do Estado. Não é uma obra prioritária para Botuverá, mas sim para a região. O dinheiro que será gasto pelo governo não chega nem perto do prejuízo que as cidades do vale já tiveram com todas as enchentes”.
Visão compartilhada pelo secretário de Estado de Defesa Civil e deputado licenciado, Milton Hobus (PSD). Durante entrevista para Olhar do Vale (ODV), o político deixou claro que se trata de um momento histórico para a região e, também, para todo o Estado de Santa Catarina. “Santa Catarina está habituado pelas catástrofes. Pela primeira vez o governo decidiu não ficar apenas esperando a próxima, mas agir pra enfrentamento disso”, frisou. Hobus também destacou o potencial turístico que a construção terá, após concluída.
Dados da barragem:
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Altura: 40,8 metros de altura a partir do leito do Rio Itajaí Mirim;
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Capacidade de contenção: 20 milhões de metros cúbicos de água;
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Volume de Espera: 15,7 milhões de metros cúbicos de água;
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Volume útil: 3,7 milhões de metros cúbicos de água;
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Volume morto: 800 mil metros cúbicos de água;
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Custo total: R$ 81 milhões. Destes, 39% serão para a construção em si. Os outros 61% são para melhorias na infraestrutura da cidade, tal qual a construção de uma nova ponte.
Após as apresentações, a população questionou os representantes do governo e dos demais órgãos e empresas, sobre a construção que promete mudar a vida dos cidadãos de Botuverá. Também esteve presente no evento o deputado estadual Serafim Venzom (PSDB), além do vereador brusquense Guilherme Marchewsky (PMDB).
por Wilson Schmidt Junior
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