Depois de duas assembleias, realizadas na sexta-feira, 8, em Brusque, e no sábado, 9, em Botuverá, trabalhadores dos setores de construção civil e mobiliário definiram os itens a serem entregues à classe empresarial na negociação coletiva 2019-2020. Os encontros foram organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brusque e região (Sintricomb).
Nas assembleias, os participantes discutiram a atual situação econômica que vive o país e que tem dificultado as negociações e reajustes salariais maiores. Por conta disso, é preciso ter bom senso no pedido de aumento aos patrões. Com isso, os trabalhadores definiram encaminhar pedido de reajuste de 6% nos salários.
A proposta será levada pelo Sintricomb ao Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento (Sinduscon) na próxima semana. A data base, ou seja, quando os novos valores devem ser repassados aos empregados, é 1º de maio.
“Aqueles companheiros que vieram nas assembleias entenderam que a proposta que vamos levar ao sindicato patronal é uma proposta com coerência, baseada em números que já vêm sendo discutidos em nível estadual”, pontua o presidente do Sintricomb, Izaias Otaviano.
DUAS NOVAS CLÁUSULAS SOBRE AVISO PRÉVIO E TEMPO DE APOSENTADORIA
Além do valor de 6% como reajuste nos salários, a categoria elaborou duas novas cláusulas a serem inseridas no documento que vai ser entregue ao Sinduscon. A primeira diz respeito ao aviso prévio que deve ser cumprido pelo trabalhador que sair da empresa, seja por decisão dele ou do empregador. O Sintricomb entende que o período que ele ainda permanece à disposição da antiga empresa fique bem claro e definido, assim como sua liberação imediata quando já encontrar outra colocação.
“Entendo que se o trabalhador foi demitido ou pediu demissão não tem porque ficar mais naquele emprego. Tem que deixar o trabalhador seguir o caminho dele”, destaca Otaviano, afirmando que a regra atual, estabelecida pelo antigo Ministério do Trabalho, é vaga e causa insegurança.
Outra proposta diz respeito ao período que antecede a aposentadoria do empregado. Chamada de pré-aposentadoria, a regra, se aceita pelos empresários, proíbe que o empregado seja demitido quando faltar apenas um ano para se aposentar. O objetivo, segundo Otaviano, é de garantir que o ele não fique desamparado.
“Entendemos que essas cláusulas são pertinentes, que fazem diferença na vida do trabalhador e é em ciam delas que vamos debater”, finaliza o sindicalista.
O documento com as propostas aprovadas nas assembleias deste final de semana será enviado ao Sinduscon nos próximos dias. A expectativa é de que as comissões das duas entidades, formadas para realizar a negociação, se reúna ainda este mês.
A negociação coletiva da construção civil e do mobiliário de Brusque e região afeta, diretamente, em torno de sete mil trabalhadores do setor. Eles estão divididos em segmentos como a própria construção civil, fábricas de móveis, terraplanagens, bem como profissionais pintores e eletricistas de empresas no segmento da construção e mobiliário.
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