Jones Bosio (PSD) pede exoneração da SDR e critica promotoria de justiça


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Foto: Wilson Schmidt Junior –

Brusque – O secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de Brusque, Jones Bosio (PSD), confirmou a imprensa na tarde desta quinta-feira (7) o seu pedido de exoneração do cargo que ocupa há alguns anos. A opção, segundo ele, ocorreu por motivos de saúde e, também, para poder se defender do processo que foi representado contra a sua pessoa, impetrado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), através da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Brusque, cujo responsável é o promotor Daniel Westphal Taylor. “Quando amigos começam a olhar desconfiados para a gente e vemos que não estamos somando, temos que nos afastar”, disse ele.

A ação civil pública tem como objetivo investigar supostos desvios de dinheiro e a não execução de obras de retirada de barreiras, na ocasião da grande enchente que ocorreu em Brusque em 2011. Isto, mesmo com o serviço tendo sido contratado de maneira urgente, o que dispensa licitação. O processo diz ainda que a empresa Alfa Terraplanagem, que já pertenceu a Wendelin Bosio, pai de Jones, teria sido beneficiada.

O MPSC questiona o fato de a Alfa ter sido vendida para Cristiano Cunha (PSD), colega de partido do secretário, um ano antes da catástrofe; e sugere que a mesma tenha continuado, mesmo assim, a ser gerenciada por Wendelin.

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Em entrevista coletiva a imprensa, porém, Jones descartou a possibilidade de ilegalidades nos trâmites, ressaltando também que, na época, não era o secretário de Desenvolvimento Regional, cargo ora ocupado por Sandra Regina Eccel  (PMDB). Além disso, citou que o mesmo serviço já teria sido feito outras vezes com a Alfa. “Em 2009 nós fizemos a mesma coisa com a empresa ainda no nome do meu pai. Isso é legal. Não teria porque mudar o dono da empresa, não precisaria. E outra, isso aconteceu um ano antes. A gente ia prever que teria uma enchente, que os recursos seriam liberados?”, questionou o pessedista, afirmando que a empresa foi repassada para Cunha, na época, por conta da impossibilidade de seu pai, sua mãe e do próprio Jones de gerenciá-la, devido a problemas de saúde.

Bosio também ressaltou que foram apresentadas em audiência na promotoria uma série de imagens do tipo “antes e depois”, além de assinaturas das famílias contempladas, que contrariam parte da denúncia de que algumas barreiras não teriam sido retiradas, mesmo com a empresa já sendo paga para efetuar a obra. De acordo com ele, tais dados foram ignorados pelo promotor responsável pelo processo. “A gente fica numa situação difícil quando mostramos imagens que dizem que as barreiras foram retiradas e [o promotor] ele diz que elas não acrescentam em nada. O que acrescenta, então?”, reitera.

O processo corre em segredo de justiça. Agora afastado do cargo, Jones garantiu que não irá se afastar da vida pública. Admitiu, porém, que pode até mesmo deixar a presidência da comissão provisória brusquense do PSD – o que será decidido após reunião com lideranças da legenda – para se concentrar em sua defesa.

por Wilson Schmidt Junior

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