Íris Renate von Buettner Pastor falece aos 102 anos

Foto: divulgação -

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Balneário Camboriú/Brusque – Nascida em 29 de dezembro de 1914, filha de Edgar von Buettner (1873 – 1944) e sua 1ª. esposa Idalina Diemer von Buettner (1888 – 1935), e casada com o industrial Gotthard Oskar Pastor, dona Íris Renate von Buettner Pastor faleceu nesta terça feira (3/1/17), acometida de problemas pulmonares e fraqueza geral, após três dias hospitalizada em Balneário Camboriú. Na semana anterior estivera internada no Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, em Azambuja, Brusque.

Na II Guerra Mundial, com a família, na Alemanha

Após o falecimento de sua esposa Idalina Diemer von Buettner, Edgar von Buettner e suas filhas Edla e Ìris Renate se dirigem a Europa e visitam a Alemanha. Após namoro com o industrial Gotthard Oskar Pastor, Íris Renate contrai núpcias em Brusque com Gotthard Pastor em 23 de janeiro de 1937. Após o casal retorna para a Alemanha, onde Gotthard era proprietário de indústria. Com a eclosão da II Guerra Mundial, Íris Renate e Gotthard Pastor tencionam mudarem para o Brasil. Mas, oficial do exército alemão, Gotthard foi impedido de retornar às terras brasileiras. Na Alemanha nascem os filhos Herbert, o primogênito, Edgar e Bruno Pastor. A família retorna ao Brasil em janeiro de 1948, vindo a residir na singular Villa Quisisana, construída por Edgar e Idalina von Buettner, nos anos de 1934 e 1936, em Brusque.

A vocação têxtil dos Buettner

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A vocação têxtil dos Buettner consolidara-se no final do século XIX, quando, em 9 de fevereiro de 1898, Eduard e seu filho Edgard fundam a Indústria Eduard von Buettner & Cia, especializada na produção de bordados finos, como cortinas, guarnições para cama, colchas, cortinados de filó, etc. Devido à variedade e à qualidade desses artigos, a empresa começou a ganhar notoriedade no país, sendo uma das principais fornecedoras do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, sede do governo federal na época, bem como da sociedade aristocrática que primava pelo bom gosto dos tecidos. E a presença feminina foi fundamental na trajetória da emergente empresa: Idalina Diemer von Buettner e a cunhada Maria von Buettner dedicaram boa parte de suas vidas às tarefas de administração e dos setores de produção. Com o falecimento de Eduard, em 1902, Edgar une-se a seu irmão Oswaldo e fundam a empresa Buettner e Cia., alicerce da grande indústria que se transformaria nos anos seguintes, após a instalação dos setores de tecelagem, tinturaria e alvejamento, implantados em 1915. Em 1922, a empresa importa 25 teares da Alemanha para a produção de tecidos. Heinz Erbe, cunhado de Edgar, assume a direção técnica. Na década de 30, começa o processo de modernização e, em 1934, a produção das primeiras toalhas de mesa, com a instalação da fiação. No início dos anos 40, a família compra um terreno e constrói uma nova fábrica.

Neste contexto que, em janeiro de 1948, chega ao Brasil para integrar a direção da empresa, Gotthard Pastor, genro de Edgar von Buettner que acabara de falecer. Em 1952, morre também Heinz Erbe, assumindo seu filho Rolf, o cargo de diretor-técnico. Em seguida a Buettner transforma-se numa sociedade anônima, passando a denominar-se Buettner S/A Indústria e Comércio. Fazia parte da diretoria na época: Clarence Oswaldo von Buettner – diretor superintendente; Bernardo Stark – diretor presidente; Gotthard Oskar Pastor – diretor industrial; Rolf Carl Heinz Erbe – diretor- técnico; Walter W. H. von Buettner – diretor comercial e Walter Ravache – diretor adjunto. Após ocupar vários cargos na empresa, Gotthard Pastor é escolhido seu Presidente.

Juntamente com os netos do cônsul Renaux, Roland e Carlos Cid, os irmãos Arthur e Waldemar Schlosser, Erich Buechmann e outros, Gothard Pastor integrou a última geração dos capitães de indústria do Berço da Fiação Catarinense. Cidadão honorário de Santa Catarina, Gotthard Pastor foi um dedicado filatelista, juntamente com Ayres Gevaerd, Oscar Krieger e outros.

Dona Íris Renate

Filho primogênito, Herbert Pastor informa que a mãe Íris Renate von Buettner Pastor “aproveitou a vida em todos os sentidos possíveis e imagináveis”. Disse que “salvo os anos da Guerra (II Guerra Mundial, quando a família residia na Alemanha), teve uma vida de rainha, sempre”. Comunicativa, dona Íris Renate adorava viajar, “passava praticamente metade do ano viajando”, lembra. O filho afirma que a mãe, que conheceu o mundo inteiro, era uma “consumidora contumaz”, um defeito, reconhece Herbert Pastor. De elevada cultura, dona Íris Renate dedicava muito tempo a leitura.

Em sociedade com seu filho Herbert, dona Íris Renate von Buettner Pastor fundou a Flying Carpet Turismo em 1993.

por Paulo Vendelino Kons

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