A brutalidade fere mulheres no mundo todo, é hora de reagir


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A palavra violência veio do Latim “violentia”, que significa “veemência, impetuosidade”, mas sua origem está relacionada com o termo violação. Ela é o uso da força ou do poder real em ameaça, contra uma pessoa ou grupo delas, resultando em lesões, danos psicológicos e morais e até morte. Dia 25 de novembro foi o dia mundial da não violência contra a mulher, apesar das décadas de luta, elas ainda são um dos grupos mais vulneráveis a violência de todos os tipos.

            Apesar de a violência física ser a mais lembrada quando se usa esse termo, existem vários outras formas dela. A psicológica é uma de suas variações e se trata de condutas que causam dano emocional e visam degradar ou controlar as ações de outro. Violência moral compreende qualquer ato de injúria, calúnia ou difamação. Uma das formas mais comuns de violência contra a mulher é a sexual, entendida como qualquer ação que force a pessoa a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada.

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            O delegado Alex Bonfim conta que a maior parte das ocorrências registradas na Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Brusque são de agressões físicas e crimes contra a honra. Ele lembra que isso acontece em todas as classes sociais, mas que geralmente as mulheres de classe mais alta têm mais vergonha de denunciar. Ele ressalta a importância de investigar todas as histórias profundamente, de se fazer todos os exames, pois segundo ele, ainda que sejam casos raros, existem mulheres que “se aproveitam” da lei que as protegem.  Durante os depoimentos as vítimas precisam relembrar e cada momento de dor e sofrimento, por isso elas têm atendimento com psicólogos. E em casos de urgência, quando a integridade da mulher está em risco, elas têm direito a proteção policial.

Segundo o delegado, quando os agressores são ouvidos, as principais justificativas apresentadas são que foram provocados, que estavam apenas se defendendo ou que é mentira da mulher, que foi “armação”. “A gente até já sabe o que eles vão dizer”, conta Alex.

Fórum microrregional de Atenção às violências

            Para discutir sobre violência, os municípios de Brusque, Botuverá e Guabiruba formaram o fórum de atenção às violências. Apesar de ser uma organização aberta, são poucos os membros da sociedade civil que participam. A presidente, Gisele Haas diz que essa falta de participação ocorre pelas dificuldades na divulgação do trabalho.

O fórum discute formas de intervenção e enfrentamento para todos os tipos de violência. Participam dele representantes das secretárias de saúde, conselho tutelar e delegacias das três cidades, as reuniões ocorrem toda segunda quarta-feira do mês no auditório da secretária de saúde de Brusque.

Lei Maria da Penha e campanhas de conscientização

            Uma das maiores conquistas das mulheres nessa última década foi a lei que coíbe atos de violência doméstica, conhecida como Lei Maria da Penha. Essa norma que já existe há 8 anos revolucionou o modo como a agressão contra mulheres é tratada no Brasil, permitindo prisões preventivas e assegurando o direito de proteção policial as vítimas. Desde então, também são feitas inúmeras campanhas para que as mulheres que sofrem abusos denunciem seus agressores.

 

 

Texto: Victória Severo

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