Elas querem representar Brusque, mas lidam com a falta de apoio


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Lutar por um sonho. É isso que mulheres de 15 a 40 anos estão fazendo. A vontade de representar Brusque acima de tudo no Handebol tem superado barreiras, até a falta de apoio do empresariado e poder público.   Inclusive estas meninas contam com apoio de um treinador voluntário para realizar este desejo que começa a tomar forma com a disputa da Liga Santa Catarina de Handebol que acontece no dia 27 de maio na Arena em Brusque a partir das 8h.

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A competição envolve hoje 12 cidades e a disputa de  um desses grupos será realizada em Brusque.  A preparação para a competição acontece duas vezes por semana.

De acordo com a coordenadora do projeto, Claudete Garcia, a vontade de resgatar a modalidade em Brusque e incentivar as crianças a entrarem no projeto é grande.  Para Claudete, o ideal seria que tivesse professores durante o dia todo e que as crianças e jovens pudessem treinar, mas a realidade é outra. Todas as participantes trabalham durante o dia, muitas estudam, e conciliam com o treino a noite que existe graças a boa vontade do professor Fernando Sapata, que as treina de forma voluntária.

Ao todo 40 mulheres participam do projeto.

De acordo com Fernando Sapata, que é o diretor técnico da equipe,  elas são entusiastas do handebol e estamos treinando muito duro para representar bem a cidade de Brusque. Sapata comenta a falta de apoio para o projeto: “Vou deixar bem claro, hoje os nossos uniformes, duas empresas ajudaram. Então pelo menos com IMG_1908os uniformes nós vamos estar”, comenta.  “Senão teríamos que conseguir outro jeito, possivelmente pedir a escola que sou professor, com a autorização da direção da escola”, revela.

Sapata, que é formado em educação física e pós-graduado em handebol, comenta o trabalho voluntário que vem realizando. “Hoje não há apoio de ninguém, então para não deixar esse projeto morrer, estou trabalhando de forma gratuita, sim. São sonhos de muitas moças que estão aqui e poderiam ser muito mais meninas se tivéssemos mais horários e condições para treinar o esporte durante o dia. É essencial para a formação de jovens que desejam praticar o handebol também “, analisa.

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E qual o mundo ideal? O professor tem a receita: ” Vamos ser bem sinceros, para que haja um esporte de rendimento, de alto nível, seria necessário que essas mulheres tivessem uma dedicação quase que exclusiva ao handebol, mas como isso não é possível, dentro da nossa realidade seria em torno de três a quatro vezes sessões de treinamento de duas horas por dia, mais academia para este grupo principal e, principalmente, a formação de novos talentos, ou seja, categorias de base,  que seriam formadas durante o dia nos bairros ou até mesmo dentro da Arena”.

Apesar de todas estas dificuldades, ainda há muito o que comemorar. A presença de 40 atletas apaixonadas pela modalidade, que treinam frequentemente na Arena, a participação na Liga Catarinense no próximo no sábado, dia 27 de maio e atletas que já vem se destacando.

É o caso da armadora Amanda Cristina Régis de Borba, de 22 anos, que tem sido o destaque do time, ela comenta sobre o projeto “Está bem difícil pela falta de apoio, mas é um projeto bem legal, porque  é isso que está faltando na cidade, uma escolinha, como na época que eu frequentei e pude aprender. O Handebol está muito desvalorizado na cidade”, analisa.

Amanha conta como está a expectativa para disputar a primeira competição das atletas: ” Eu espero que a gente possa deixar o título em casa, mas  que a gente possa fazer uma boa competição. Fazer que as meninas possam jogar e se divertir. Fazer o nosso melhor. É puxado, mas elas fazem pelo amor ao esporte”, inspira-se.

Já a central Andréia da Silva, de 37 anos, ex-atleta da seleção catarinense, chegando inclusive a fazer teste para jogar pela Seleção Brasileira,  está no projeto para ajudar a incentivar as mais jovens. “Eu acho importante este projeto, pois uma vai apoiando a outra, porque pela idade daqui a pouco já não estaremos mais jogando, então as mais novas vão tocar esse projeto para levantar o Handebol em Brusque”, conta.

Vale destacar que a prefeitura de Brusque não tem apoiado o projeto financeiramente, apenas cede a Arena.

Se você, que é empresário, ou deseja patrocinar o Handebol de Brusque, pode entrar em contato pelo telefone (47) 9 8890-3104 com Claudete Garcia.

 

 

Por Anderson Vieira

 

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