Brusque – A imprensa local e regional foi recebida na manhã desta quinta-feira, 13 de abril, para uma entrevista coletiva com o ator Francisco Cuoco e membros da organização do espetáculo Paixão e Morte de um Homem Livre, no Hotel Monthez. Na oportunidade, o presidente da Associação Artístico Cultural São Pedro, Marcelo Nascimento, enfatizou a satisfação em contar com a participação de Cuoco na peça. “Acompanho a trajetória desse teatro há 31 anos, desde que éramos 25 atores voluntários. Com o passar dos anos, e com a ajuda de muitas pessoas, o projeto foi crescendo e estamos realizando hoje um grandioso evento que enriquece ainda mais nossa região e nossa cultura. E é uma grande alegria tê-lo entre nós nesta edição. Espero que goste e leve boas lembranças da nossa terra e do nosso trabalho”, disse Nascimento ao ator convidado.
Orgulho
O prefeito de Guabiruba, Mathias Kohler, também salientou a felicidade diante da presença de Cuoco. “Acompanho seu trabalho e sou admirador de sua carreira. Para Guabiruba é um grande presente recebê-lo. Da mesma forma, enaltecemos o belo trabalho da Associação Artístico Cultural, que nos orgulha e, que nos últimos dois anos, vem trazendo personalidades artísticas, não só com o objetivo de chamar a atenção do público, mas principalmente, como forma de valorizar todos as pessoas envolvidas no espetáculo. São cerca de 400 voluntários, numa cidade de 22 mil habitantes, que prima pelo aspecto cultural e em manter tudo que se possa construir em termos de cultura. O poder público tem sido parceiro dessa iniciativa. Sabemos que os municípios num cenário geral, atravessam dificuldades, mas também entendemos que nossa obrigação dentro de Guabiruba, através da Fundação Cultural, é continuar apoiando e valorizando a arte, e nos solidarizamos com a Associação Cultural, no esforço de fazer mais com menos”, declarou Mathias.
Apoio
Além do apoio do poder público, o espetáculo recebe patrocínios de diversas empresas e é viabilizado por meio de recursos da Lei Rouanet. Sérgio Valle, diretor da Prisma Cultural, que coordena o projeto e é responsável pela captação de recursos, destacou o incentivo de todos os apoiadores. “Em nome da Prisma agradeço por participar desse projeto, agradeço todos os patrocinadores e parceiros, agradeço ao Francisco Cuoco por ter aceito o convite e em nome do Marcelo Nascimento, agradeço todos os membros da Associação e seus voluntários. Reforço as palavras de Mathias, quando diz que estamos num momento de crise, onde a maioria dos municípios corta os recursos da cultura. Mas apesar disso, Guabiruba inova, tanto no poder público, como na sociedade organizada e iniciativa privada, que não deixam de fazer a sua parte e estão possibilitando mais essa edição do espetáculo. É uma grande felicidade e satisfação poder trabalhar em conjunto com toda essa equipe, e dessa forma, realizar uma política pública de cultura, que valoriza a arte e a cultura local”, descreveu Sérgio.
Paixão
O diretor do espetáculo, Marcelo Carminatti, evidenciou o quanto a peça teatral já faz parte do cotidiano da cidade. “Apesar de Guabiruba ser uma cidade pequena e interiorana, ela tem um forte apelo e gosto pela arte. Falar de ‘Paixão e Morte de um Homem Livre’ é falar de uma paixão para mim. Sou um dos fundadores desse projeto e já na primeira edição fiz o papel de Jesus. Com o passar dos anos atuei em outros papéis e neste ano, como diretor trazemos uma nova perspectiva, sob a ótica de Maria, que narra as peculiaridades da vida de seu filho. E o que mais me encanta é que temos uma equipe de cerca de 500 pessoas diretamente envolvidas, e que todas, de forma voluntária doam seu tempo, seu trabalho e se sentem imensamente felizes em fazer parte desse espetáculo. Assim como eu tenho um carinho imenso por esse trabalho, percebo que a comunidade também abraçou o espetáculo e é apaixonada por ele. E a participação de Francisco Cuoco, é mais um incentivo para todos. As pessoas se encantaram ainda mais com a sua presença, sua doçura e com seu jeito carinhoso de ser”, destacou Carminatti.
Contemplação
A doçura e o carisma descritos pelo diretor, ficaram evidenciadas durante a conversa de Cuoco com os profissionais da imprensa. De maneira tranquila e informal, Francisco falou de suas impressões sobre o espetáculo e elogiou o trabalho desenvolvido pela Associação Artístico Cultural São Pedro. “Confesso que estava preocupado como as coisas iriam acontecer, pois não é algo que faço todo dia e todos os anos, e ao chegar aqui fiquei aliviado ao me deparar com essa equipe sintonizada, a estrutura do espetáculo, o envolvimento das pessoas e com a dedicação e qualidade da organização. Participei um ano da encenação da história de Cristo em Nova Jerusalém e ontem o ensaio em Guabiruba, fez com que eu remetesse àquela experiência. Tiro o chapéu para todos vocês por esse trabalho. Ao mesmo tempo que é pela religiosidade, é para o belo da arte, para o belo da representação, é pela história na qual a pessoa se transporta e vive um momento de contemplação. Um momento lindo que com certeza, vai fazer parte da minha história de vida. Fiquei impressionado e sensibilizado com o que estou vivenciando aqui”, revelou.
Preciosidade
O ator parabenizou a união e força de vontade dos organizadores da peça. “É um trabalho que contamina no bom sentido os corações, os sentimentos, as emoções. Parabenizo vocês pela bela trajetória e pelo excelente trabalho. Vocês têm uma preciosidade nas mãos. É uma coisa rara de ser vista diante de todas as dificuldades que temos presenciado em nosso país e no mundo. Para mim que venho de fora e já vi companhias estrangeiras, companhias brasileiras, momentos de teatro, de arte, de cinema, de exposições, pinturas, coisas muito lindas, asseguro que vocês têm uma preciosidade nas mãos. E será uma obrigação relatar ao longo da minha vida, esse momento que estou vivendo. Dizer da grandiosidade e da qualidade desse espetáculo, ao qual estou tendo a honra de participar. Quero ser um arauto, sem dúvida, disso tudo, porque é mais do que merecido. Com certeza, serei porta voz dessa beleza que Guabiruba faz. Levo comigo um pedacinho desse espetáculo no coração, que jamais vai desaparecer”, garantiu Francisco.
Reconhecimento
Cuoco disse ainda que a equipe merece condecorações. “Vocês merecem muitas estrelas. Elas podem até não aparecer mas isso não importa, pois tenho certeza que ficará bem alicerçado no coração de cada um. Esse trabalho vai deixar sementes maravilhosas, que irão crescer e se multiplicar. Esse é meu maior desejo: que o eco desse espetáculo se estenda por muitos lugares, que o pensamento e o sentimento de que é possível fazer, é possível construir e realizar continue firme. Que esse espetáculo continue sendo exemplo e se reinvente a cada edição, pois a arte é inesgotável”, concluiu o ator, que representa o sacerdote Neftali, no espetáculo Paixão e Morte de um Homem Livre.
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