Brusque sedia 1º Encontro Nacional de Capoeira

Foto: Wilson Schmidt Junior -

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Foto: Wilson Schmidt Junior –

Brusque – O Teatro de Azambuja respira uma das maiores expressões culturais brasileiras durante este final de semana, com a cerimônia de troca de cordas de dois grupos de Capoeira: o Barro Negro e o C.A.M.A.R.Á. E a reportagem de Olhar do Vale (ODV) esteve prestigiando, durante boa parte da tarde deste sábado (5), o evento organizado pelo grupo comandado por Eliomar Paulo Gomes, conhecido no mundo da Capoeira como Mestre Urso.

Ele é responsável pelo grupo brusquense Barro Negro, que atua em seis bairros da cidade de Brusque levando a filosofia Capoeira para crianças, jovens e adultos. O projeto é efetuado em parceria com a Fundação Cultural de Brusque. De acordo com ele, as cerimônas de trocas de cordas – semelhante as faixas das artes marciais – fazem parte do 1º Encontro Nacional de Capoeira que ocorre em Brusque desde a última sexta-feira (4) até a segunda (7). “São vários mestres do Brasil reunidos para passar conhecimento para nossos alunos, que vão interagindo com outras modalidades da Capoeira como a de Angola, Regional e Contemporânea”, ressaltou Urso.

Aproximadamente 150 pessoas, entre mestres de outros grupos de vários cidades de Santa Catarina e de todo o Brasil, além de praticantes estiveram presentes no evento realizado no Vale de Azambuja. “Todos foram muito importantes para que essa grande festa pudesse acontecer”, frisou.

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O maior objetivo, ainda de acordo com nosso estrevistado, foi a congregação de capoeiristas recentes, no seu primeiro batizado, com praticantes experientes de outras regiões. Além deste, outra meta é valorizar a prática da Capoeira em Brusque. “A Capoeira em Brusque está bem, e isso é muito bom”.

Nascido na Bahia, mas atualmente residindo no município paranaense de Maringá, quem também compareceu no batizado foi Wellington Alves ou, então, Mestre Pinaúna. Perguntado por Olhar do Vale sobre o que representa a Capoeira em sua vida, ele foi sucinto e objetivo. “Humanidade. Socialização. Dignidade.”.

Perguntamos também como ele define a prática. Luta, dança? No que recebemos uma verdadeira aula. “A Capoeira chegou no Brasil como luta. A dança foi introduzida na luta. Como em várias regiões da África a luta é lutada ao som de tambores, não podia ser diferente com a Capoeira no Brasil. Os portugueses usavam música para dançar e não para lutar. Os negros usavam a música para lutar e eles confundiam com a dança. Porque era uma luta dançada e o negro, com sua inteligência, juntou movimentos acrobáticos para despistar a dança dos capitões do mato e dos senhores de senzala”.

Mestre Pinaúna é formado em Educação Física, mas atualmente vive da Capoeira. “Pago minhas contas, sustento minha família e vivo disso. Meu trabalho hoje é Capoeira”.

O projeto Barro Negro

Mestre urso nos contou que o projeto que ele cordena em Brusque ainda está em fase de expansão, podendo ir, também, para outros bairros e, até mesmo, outros municípios do eixo. “Quem quiser participar deve procurar a Fundação Cultural de Brusque, no Centro; e fazer as iscrições que estão sempre abertas”. Além da municipalidade, o Barro Negro conta ainda com o apoio de várias outras empresas da iniciativa privada.

por Wilson Schmidt Junior

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