O desembargador aposentado Carlos Prudêncio tem propriedade de descrever a urna eletrônica como ninguém. Em 1989, enquanto juiz eleitoral da comarca de Brusque, em Santa Catarina, Prudêncio criou e aplicou pela primeira vez o voto eletrônico numa eleição.
“Depois que a constituição mudou em 1995, a eleição seguinte foi eletrônica em todas as capitais e cidades brasileiras com mais de 200 mil eleitores, em 1996. Brusque era a única exceção, que por ser berço do invento, sempre foi um expoente nessa realidade”, garante.
Além de garantir agilidade ao processo de contagem de votos, outra principal premissa era garantir a segurança e confiabilidade ao trâmite. De um processo que perdurava dias, Carlos Prudêncio comprovou em 1989 a viabilidade de suas intenções destacadas: uma tecnologia segura e eficiente, de prestígio internacional.
“Sempre defendi os testes que foram feitos desde o início. É um processo altamente revisado, e que acompanha a cada ano as tecnologias que o mercado tem comprovado”, defende Prudêncio.
A estética da máquina é a mesma desde 1996, quando o voto eletrônico foi assegurado pelo Tribunal Superior Eleitoral em todo o país. Mas novas tecnologias foram acopladas ao invento, como a identificação biométrica para evitar fraudes e agilizar o processo de identificação do eleitor.
Todas as invenções citadas são de Prudêncio, que defende o processo atual no país, mas também espera a continuidade das suas pesquisas e atualizações em seu sistema. “Todo o processo é acompanhado por fiscais de todos os partidos credenciados, para poderem supervisionar toda a tramitação da abertura de urna”.
A eleição feita com voto eletrônico tem gerado questionamentos duvidosos e contrários às tecnologias não reconhecidas por este público. Alguns defendem o voto impresso, e Carlos Prudêncio se posiciona quanto as hipóteses duvidosas que já foram levantadas. “Sou totalmente contra o voto no papel, é um retrocesso e não tem mais qualquer possibilidade”.
E há quem defenda o voto auditado, que demandaria novas pesquisas e tecnologias para implantar no sistema atual. “A urna atual tem trinta camadas de proteção altamente rigorosos e eficientes, e se for identificado que precisa revisar é coerente que seja feito. Para auditar o voto, precisa revisar essa estrutura e reforçar sua proteção para garantir a plena segurança”, garante.
Prudêncio destaca a importância que tem o eleitor exercer seu papel de cidadão. “A partir do momento que houver um brasileiro que questione com provas ou dúvidas razoáveis, cabe ao poder público a obrigação de investigar o que está sendo proposto. A urna é invulnerável, e já são auditáveis desde que foram criadas e aprovadas”, finaliza.
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