Brusque – Nesta sexta-feira, 31 de março, os brusquenses terão a última oportunidade – ao menos nesta temporada e de forma gratuita – de prestigiarem o espetáculo teatral “A Ilha Deserta”. Produzida pela Companhia Híbridos de Teatro, com apoio do Fundo Municipal de Apoio à Cultura, a peça será apresentada pela última vez, de maneira gratuita ao público, a partir das 20h, no Sesc Brusque, localizado na Avenida Arno Carlos Gracher (Beira Rio).
Talita Garcia, atriz e assessora de imprensa do grupo, concedeu entrevista à Olhar do Vale (ODV), aonde nos fala sobre a trajetória do grupo nesta temporada de apresentações ao público de Brusque e região. Acompanhe:
Olhar do Vale: então, Talita. Última apresentação nesta sexta-feira da peça A Ilha Deserta. Como foi a experiência de apresentar ao público brusquense a produção?
Talita Garcia: a Circulação do espetáculo em Brusque superou as nossa expectativas. Está sendo muito gratificante ver a receptividade do público ao trabalho. Nas últimas quatro sessões, tivemos ‘casa cheia’. Esta peça tem uma proposta mais intimista, então a plateia fica bastante próxima ao cenário e ao elenco (no caso do Cescb, as cadeiras foram dispostas em cima do palco). Tivemos, assim, em torno de 60 espectadores em cada uma das apresentações realizadas no Teatro do Cescb, Caça e Tiro e Sesc.
ODV: para quem não conhece o projeto da Cia. Híbridos de Teatro, como foi criada, desde quando existe e quantas pessoas aproximadamente abrange?
Talita: a Cia. Híbridos começou a trabalhar com “A Ilha Deserta”, escrita pelo dramaturgo argentino Roberto Arlt, no final de 2015, por meio do projeto Dramaturgia – Leituras em Cena, do Sesc em Brusque. Naquele ano, apresentamos a peça pela primeira vez, como leitura dramatizada, na Fundação Cultural e outros dois locais. Percebemos naquele momento que a temática abordada na Ilha instigava o público à reflexão e decidimos continuar com a montagem. Em 2016, a Cia Híbridos foi contemplada, por meio da atriz Jenifer Schlindwein, no edital do Fundo Municipal de Apoio à Cultura de Guabiruba, para circulação naquele município. Essa experiência e o retorno das pessoas que assistiram à peça em Guabiruba nos incentivaram para a circulação em Brusque, aprovada no edital do Fundo de Municipal de Apoio à Cultura do ano passado. Aqui em Brusque, o público que já assistiu à Ilha é maior do que o número de espectadores que tivemos em Guabiruba. Talvez porque o movimento teatral aqui, embora ainda seja tímido, já é mais intenso do que na cidade vizinha.
ODV: qual o assunto da peça A Ilha Deserta? Ao que parece, ela se relaciona com várias situações do cotidiano de todas as pessoas, certo?
Talita: a temática de A Ilha Deserta é adulta. O ato se passa num escritório contábil (que poderia ser o escritório de diversas outras profissões), no qual os funcionários, ‘anestesiados’ pelo cotidiano, já trabalham de forma mecânica e parecem ter se esquecido de suas aspirações pessoais que vão além do trabalho. Na minha concepção, a ‘ilha deserta’ da peça tem um sentido metafórico, de busca por aquilo que nos faz realmente felizes. Para a nossa grata surpresa, as crianças que assistiram ao espetáculo tem demonstrado que o trabalho as atinge também, de alguma forma – talvez pela forma particular de atuação de um dos atores – pois elas têm sido muito simpáticas e sempre interagem com o elenco após as apresentações.
ODV: como se portou o público brusquense diante de uma opção cultural tão rarefeita como o teatro em nossa cidade?
Talita: para mim, o público brusquense mostrou que há interesse sim pelo teatro em nossa cidade. E esse interesse aumenta sempre que apresentamos um novo trabalho, convidamos as pessoas para assistirem a este e outros espetáculos. A falta de hábito é resultado da falta de opção. Se a nossa população – crianças, jovens, adultos e idosos – tiver mais oportunidades de assistir a peças teatrais, e também apreciar outras formas de arte, estas se tornarão atividades prazerosas – não apenas como entretenimento, mas também como troca de conhecimento – e valorizadas pelas pessoas.
ODV: após A Ilha Deserta, a Cia. possui algum projeto futuro?
Talita: a Cia Híbridos pretende agora levar A Ilha Deserta para outras cidades, talvez em festivais de teatro ou por convites que já aconteceram. O grupo está analisando as possibilidades. Como todos temos outras atividades profissionais além do teatro, precisamos nos organizar com bastante antecedência. Com planejamento, acredito que muita coisa pode dar certo para esta companhia brusquense de teatro. Lembro ainda que todo o elenco que se apresenta hoje no Sesc está envolvido também com o espetáculo Ao Som dos Teares, do Trama Grupo de Teatro, que será encenado novamente dias 5, 6 e 7 de maio no Teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb). Além disso, tenho acompanhado em Brusque investimentos em produção cinematográfica, com a participação, inclusive, de atores da Cia Híbridos. Teremos novidades em breve!
ODV: fica o seu convite, então, para a população aproveitar a última exibição do espetáculo.
Talita: àqueles que ainda não assistiram A Ilha Deserta, e aos que já assistiram e querem repetir a experiência, convido para a sessão desta sexta, 31, às 20h, no Sesc em Brusque. A apresentação é gratuita e os lugares na plateia serão ocupados por ordem de chegada. Importante esclarecer que as sessões são gratuitas ao público porque esta circulação recebeu recursos oriundos do Fundo Municipal de Apoio à Cultura (Ano 2016), mecanismo importantíssimo para o fomento e o incentivo da cultura em nosso município.
por Wilson Schmidt Junior
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