Samu de Brusque sofre com viatura sucateada. Foi para o conserto e voltou estragada e sem peças


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Viatura “depenada” teria sido entregue sem satisfações e sem conserto para o Samu Brusque

Se por um lado é possível observar as forças brusquenses de segurança pública como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Guarda de Trânsito de Brusque, bem equipadas, sendo prejudicadas, apenas, no número de profissionais (efetivo é baixo para todas as instituições citadas e não atende a demanda), por outro lado, um serviço praticamente indispensável para a população de Brusque, Guabiruba e Botuverá, encontra-se extremamente prejudicado com grande parte do seu recurso material sucateado: trata-se do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

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Estado de abandono é evidente

Atualmente com sua base instalada em anexo com o quartel do Corpo de Bombeiros Militar no Bairro Águas Claras, o Samu conta, ao menos na teoria, com duas viaturas operacionais: uma Ford Transit, adquirida pela Prefeitura de Brusque em parceria com o Governo Federal em janeiro de 2011 e, também, uma Ford Ranger 4 x 4, entregue pela federação, desta vez com o auxílio da Secretaria de Estado da Saúde em novembro de 2013 ao Samu Brusque. Esta última viatura teria a atribuição de ser utilizada, única e exclusivamente no atendimento de ocorrências em casos de catástrofes naturais como enchentes ou, então, em lugares de difícil acesso.

Na prática, porém, a história é outra. Há quase cinco meses o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência vem se utilizando, apenas, da Ford Ranger, já que a Ford Transit encontra-se, atualmente e durante todo este tempo, totalmente fora de uso por conta da falta de manutenção. De acordo com Joce Moraes Romancini, coordenadora do Samu em Brusque, o furgão foi baixado para manutenção na mecânica Speed Clínica Automotiva, localizada na Rua Hercílio Luz, centro de Brusque.

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Em conversa com a reportagem de Olhar do Vale, ela relatou que o orçamento para reparo da viatura foi extremamente alto, fazendo com que o conserto não fosse realizado, haja vista que a mecânica também presta serviços para outros veículos da Prefeitura de Brusque. Desta maneira, o orçamento da Ford Transit teria extrapolado o estipulado pelo Poder Público para todos os veículos.

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Partes foram removidas durante a estadia da viatura na mecânica

Romancini relatou, também, que, em conversas com a Secretaria de Saúde do município de Brusque, foi obtida a informação de que uma nova viatura somente poderia ser enviada ao município (que, repete-se, atende, também, Guabiruba e Botuverá) em meados de 2015. Enquanto isso, o Samu vêm utilizando a Ford Ranger em todas as ocorrências diárias. O que gera mais transtornos: pro paciente, já que o veículo é extremamente desconfortável; para o socorrista pelo mesmo motivo, o que dificulta o atendimento pré-hospitalar; e sem contar que o veículo também já começou, há algum tempo, a apresentar problemas em seus freios, fazendo com que a guarnição tenha que andar sempre em código 2, ou seja, numa velocidade abaixo da que a urgência da ocorrência necessitaria, a fim de resguardar a vida de todos no interior da viatura.

A Ranger também não foi arrumada desde que começou a apresentar problemas, pela mesma situação ao qual a Ford Transit não foi consertada: o orçamento público extrapolado.

Indignação do Samu de Brusque:

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Retrovisor da Ford Transit também foi removido, segundo coordenadora do Samu

Além de não consertarem a viatura que já está parada há meses, Joce comentou para Olhar do Vale que, a partir do momento em que o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) começou a investigar as mecânicas que prestam serviços para a municipalidade, através da Operação Revisão Total, a Ford Transit foi guinchada novamente para o quartel de Águas Claras, sem nenhum tipo de satisfação. E o pior de tudo, pasmem, a viatura veio parcialmente “depenada”. Sem partes do motor, retrovisores, além de outras peças.

E não é Olhar do Vale quem afirma isso. Além de as fotos o fazerem por si só, Joce Moraes Romancini completou dizendo: “é a comunidade quem sofre”.

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Peças desmontadas foram largadas no interior do furgão

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