Ressocialização de presos. Afinal, é possível ou não recuperar a integridade social de apenados no sistema carcerário catarinense? Pelo menos em Brusque, a resposta para essa pergunta é sim. Só depende do detento. Um bom exemplo de projeto que incentiva os cerceados de liberdade a seguirem pelo lado correto da vida é a horta cultivada no pátio da instituição. Aqueles que têm bom comportamento e demonstram querer voltar para a sociedade, são recompensados com confiança. Basta observar o fato de que os detentos que trabalham nas plantações, o fazem sem a companhia de nenhum agente penitenciário ou policial.
Jaison, um dos presos que trabalha na horta da Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque, conta que, além de passar o tempo com uma atividade que gosta, ainda é possível diminuir a pena, já que a cada três dias trabalhado, um é retirado da sentença total. “Plantamos beterraba, alface, tomate, pimentão, milho, feijão de vara, vagem (…) não consumimos tudo aqui, por isso doamos pro hospital, pro Lar Menino Deus, pra Apae, pros asilos, quando tem demais. A gente ocupa a mente e se reeduca”, comenta.
À Olhar do Vale, Jaison também falou que, depois de sair da UPA, não irá mais voltar para o mundo do crime. A experiência obtida com o trabalho na horta, segundo ele, o possibilitará a sair com outra visão da vida. “Nosso objetivo é tocar a vida em frente e não voltar mais pra cá”, taxa.
O relacionamento com os agentes penitenciários que trabalham na cadeia brusquense não poderia ser melhor. Tudo isso, fruto de um bom comportamento. “Nem todo mundo é igual a gente. Tem uns lá dentro que só querem complicar as coisas. A gente procura sempre levar da melhor maneira possível, sempre dentro das regras da unidade. Queremos pagar nosso crime e ir embora de cabeça erguida”.
“Sem querer fazer (mas já fazendo) um trocadilho infame. Quem planta, colhe?”, perguntou Olhar do Vale. No que respondeu Jaison: “Nós estamos plantando e vamos colher felicidade. Logo estaremos indo embora e se Deus quiser, pra não voltar”, finaliza.
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