Paróquia São Luís Gonzaga promove Cerco de Jericó

Quarta edição do Cerco de Jericó será realizada de 25 de novembro a 2 de dezembro, na Igreja Matriz


dia 25, com a missa das 19h. A prática que consiste numa intensa semana de oração, vem se fortalecendo na última década em Brusque e região. De acordo com o pároco, padre Magnos Caneppele, a comunidade irá se reunir com o Terço em mãos, entre os dias 25 de novembro e 2 de dezembro. “São 24 horas consecutivas de adoração durante esses sete dias e sete noites. Temos uma escala de horários para grupos, pastorais e movimentos, se revezarem de hora em hora, com orações, cantos e adoração silenciosa. O Santíssimo Sacramento nunca pode ficar sozinho e também há os momentos de celebração que são especiais durante essa semana”, detalha padre Magnos.

O pároco também chama atenção, para o cuidado que é preciso ter, para não transformar o Cerco de Jericó num “espetáculo” que desvie o foco do mistério pascal da eucaristia e do espírito comunitário de oração. “O Cerco de Jericó deve ser organizado e realizado de forma séria e discreta, respeitando o sentido cristão da adoração e a essência do silêncio, ao invés de dar espaço à gritaria, por exemplo. É um momento intenso de oração que não pode ser transformado numa obsessão por milagres, bem como não se pode confundir o poder da oração com mágicas e fenômenos. O Cerco é uma oportunidade de entregar a Deus todo o coração, e pedir com humildade que Ele aja por meio do Espírito Santo para derrubar todas as muralhas que estejam impedindo de viver a verdadeira vocação cristã”, salienta padre Magnos.

Esse espírito de entrega e humildade é vivenciado por Renata Aparecida de Souza, a cada edição do Cerco de Jericó. Juntamente com o esposo Antonio Marcos de Souza, ela participa todos os dias da semana de oração no horário das 5h às 6h. “O sentimento que tenho ao poder fazer parte desse momento, é de imensa gratidão. Dar ao Sagrado o melhor lugar em minha vida, fazê-lo amado, reconhecido e respeitado, é algo muito especial. Sempre antes de começar o Cerco, faço um propósito de ter um tempo de adoração ao Senhor e a graça que alcanço é o amor que sinto na Sagrada Eucaristia”, revela a moradora da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes.

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A coordenadora paroquial Ana Venske, que está envolvida na organização do Cerco de Jericó na Paróquia São Luís Gonzaga, desde a primeira edição, reforça o espírito de unidade proposto durante a semana de oração. “O tema central deste ano é ‘Basta-te Minha Graça’ e a cada dia será rezado por um tema específico, como pelo nosso futuro, pela nossa vida, pelo nosso país, pela família, pela afetividade, pelos relacionamentos, e pelo trabalho. É fundamental a participação de cada uma das doze comunidades da paróquia nestes sete dias, para que tenhamos um momento de união e de partilha diante do Santíssimo Sacramento. E esperamos também que as pessoas de outras comunidades e paróquias também se sintam chamadas a participar e venham tornar essa semana ainda mais especial”, considera Ana.

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O que é o Cerco de Jericó?

O professor Felipe Aquino, explica que a prática nasceu na Polônia e consiste na oração incessante do Terço, durante sete dias e sete noites, diante do Santíssimo Sacramento exposto. “A inspiração para o Cerco veio do Antigo Testamento. Depois da morte de Moisés, Deus escolheu Josué para conduzir o povo hebreu. Deus disse a Josué que atravessasse o Jordão com todo o povo e tomasse posse da Terra Prometida. A cidade de Jericó era uma fortaleza inexpugnável. Ao chegar junto às muralhas de Jericó, Josué ergueu os olhos e viu um Anjo, com uma espada na mão, que lhe deu ordens concretas e detalhadas. Josué e todo Israel executaram fielmente as ordens recebidas: durante seis dias, os valentes guerreiros de Israel deram uma volta em torno da cidade. No sétimo dia, deram sete voltas. Durante a sétima volta, ao som da trombeta, todo o povo levantou um grande clamor e, pelo poder de Deus, as muralhas de Jericó caíram… (cf. Js 6)”, descreve o professor.

Felipe Aquino relata ainda que o Santo Padre João Paulo II devia ir à Polônia a 8 de maio de 1979, para o 91º aniversário do martírio de Santo Estanislau, bispo de Cracóvia. “Era a primeira vez que o Papa visitava o seu país, sob o regime comunista; em uma visita importantíssima e muito difícil. Ali começaria a ruína do comunismo ateu e a queda do muro de Berlim. Em fins de novembro de 1978, sete semanas depois do Conclave que o havia eleito Papa, Nossa Senhora do Santo Rosário teria dado uma ordem precisa a uma alma privilegiada da Polônia: ‘Para a preparação da primeira peregrinação do Papa à sua Pátria, deve-se organizar na primeira semana de maio de 1979, em Jasna Gora (Santuário Mariano), um Congresso do Rosário: sete dias e seis noites de Rosários consecutivos diante do Santíssimo Sacramento exposto’. Assim, no dia da Imaculada Conceição (8 de dezembro de 1978), Anatol Kazczuck, – daí em diante promotor desses Cercos –, apresentou a ordem da Rainha do Céu a Monsenhor Kraszewski, bispo auxiliar da Comissão Mariana do Episcopado. Ele respondeu: ‘É bom rezar diante do Santíssimo Sacramento exposto; é bom rezar o Terço pelo Papa; é bom rezar em Jasna Gora. Podeis fazê-lo’. Anatol apresentou também a mensagem de Nossa Senhora a Monsenhor Stefano Barata, bispo de Czestochowa e Presidente da Comissão Mariana do Episcopado. Ele alegrou-se com o projeto, mas aconselhou-os a não darem o nome de ‘Congresso’, para maior facilidade na sua organização. Então, deu-se o nome de ‘Cerco de Jericó’ a esta iniciativa”, informa Aquino.

A Conquista de Jericó

O estudioso acrescenta que o padre-diretor de Jasna Gora aprovou o projeto, mas não queria que fosse realizado no mês de maio devido aos preparativos para a visita do Santo Padre. “Ele dizia que ‘seria melhor em abril’. ‘Mas a Rainha do Céu deu ordens para se organizarem esses Rosários permanentes na primeira semana de maio’, respondeu o Sr. Anatol. O padre aceitou, recomendando-lhe que fossem evitadas perturbações. A Santíssima Virgem sabia bem que o Cerco de Jericó em maio não iria perturbar a visita do Papa, porque ele não viria. E, logo a seguir, as autoridades recusaram o visto de entrada no país ao Santo Padre, como tinham feito a Paulo VI em 1966. Consternação geral em toda a Polônia! O Papa não poderia visitar a sua Pátria. Foi, então, com redobrado fervor que se organizou o ‘assalto’ de Rosários. E, no dia 7 de maio, ao mesmo tempo que terminava o Cerco, caíram ‘as muralhas de Jericó’. Um comunicado oficial anunciava que o Santo Padre visitaria a Polônia de 2 a 10 de junho. Sabe-se como o povo polonês viveu esses nove dias com o Papa, o ‘seu’ Santo Padre, numa alegria indescritível! No dia de 10 de junho, João Paulo II terminava a sua peregrinação, consagrando, com todo Episcopado polonês, a nação polaca ao Coração Doloroso e Imaculado de Maria, diante de um milhão e quinhentos mil fiéis reunidos em Blonic Kraskoskic. Foi a apoteose!”, observa o escritor.

Diante do que acontecera na Polônia, o professor Felipe Aquino conta que a Santíssima Virgem ordenou que se organizassem Cercos de Jericó todas as vezes que o Papa João Paulo II saísse em viagem apostólica. ” ‘O Rosário tem um poder de exorcismo’, consideram os nossos amigos da Polônia, ‘ele torna o demônio impotente’. Por ocasião do atentado contra o Papa, em 13 de maio de 1981, os poloneses lançaram de novo um formidável ‘assalto’ de Rosários e obtiveram o seu inesperado restabelecimento. Mais uma vez, as muralhas de ódio de Satanás se abatiam diante do poder da Ave-Maria. Em várias partes do mundo passaram a ser realizados Cercos de Jericó. A 2 de fevereiro de 1986, aquela mesma alma privilegiada recebia outra mensagem da Rainha Vitoriosa do Santíssimo Rosário: ‘Ide ao Canadá, aos Estados Unidos, à Inglaterra e à Alemanha para salvar o que ainda pode ser salvo’. Nossa Senhora pede que se organizem os Rosários permanentes e os Cercos de Jericó, se queremos ter certeza da vitória”, complementa o pesquisador.

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