Paróquia São Luís Gonzaga celebra 148 anos e recebe relíquia de São João Paulo II de presente


Os 148 anos da Paróquia São Luís Gonzaga foram celebrados com Santa Missa na noite de sábado, 31 de julho, presidida pelo arcebispo emérito de São Salvador, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger e concelebrada pelo pároco Pe. Diomar Romaniv. A celebração foi marcada por momentos de muita emoção e fez memória a todas as pessoas que dedicaram suas vidas à Paróquia.

Por ocasião do aniversário, Dom Murilo trouxe um presente, entregue à comunidade, com muito entusiasmo. Ele, que faz questão de lembrar o quão presente a Paróquia São Luís Gonzaga esteve em sua vida, especialmente a Igreja Matriz, onde foi coroinha, foi ordenado padre e também bispo e acompanhou a história de sua própria família na fé, pensou em um presente que pudesse sempre ser visto e despertasse a oração da comunidade que acompanha com tanto carinho. “Quem faz aniversário, espera presente. Eu pensei, o presente que eu posso dar à Paróquia é um objeto que para mim é muito querido e importante. Em 1990 fui em visita ao Papa São João Paulo II, Papa na época, Santo hoje, e ele me deu um cálice lindíssimo, que na frente possui a figura dos discípulos de Emaús e na patena o brasão do Papa. Pensei: vou dar este presente à Paróquia que faz parte da minha história. Hoje estou trazendo, vou deixar este cálice aqui, um cálice que eu ganhei de um Santo, uma verdadeira relíquia, para que a ligação da Paróquia com os santos padres, Pedro no início, João Paulo II quando deu o cálice, Papa Francisco hoje, esteja sempre transformada em oração. Se há alguém nesse mundo de Deus que precisa de orações, é o Papa. Que esta comunidade, lembrando-se e vendo o cálice, sinta a maior motivação para rezar pelo Papa”, disse na ocasião.

Pe. Diomar recebeu o presente muito emocionado e com grande gratidão a Dom Murilo, relembrando a visita que fez à Roma. “Saber que um Santo tocou num cálice que hoje está aqui, como presente para nossa Paróquia, é um sinal de fé muito bonito. O Papa João Paulo II fez história na Igreja e nós crescemos ouvindo seu nome e rezando por ele. Lembro quando tive a oportunidade de estar em Roma, um dos lugares que mais me marcou na Basílica foi estar ali, junto do túmulo deste Santo, rezando e lembrando de seu rosto, de seu jeito de cativar as pessoas. E agora, como padre, podendo rezar e celebrar a missa nesse cálice que ele usou, com certeza será um momento de fortalecer, renovar a fé e recordar que nós vivemos em comunhão com toda Igreja. Agradeço ao Dom Murilo por este presente, por este olhar especial direcionado a esta Paróquia, que também é parte da história dele”, ressaltou.

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Memória de todas as pessoas que se dedicaram à Paróquia

Ainda durante a celebração, Dom Murilo relembrou as palavras usadas pelo fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, Pe. Leão João Dehon quando esteve em Brusque no ano de 1906 e suas impressões da cidade, que mantém viva e fortalecida sua fé. ‘Brusque só se vê chegando à cidade. A cidade aparece na curva de um vale, nossa casa (paroquial) e a igreja estão localizadas sob uma colina, na entrada do povoado. Daí se vê um bonito panorama da cidade, do vale cultivado e das colinas arborizadas. A igreja é a melhor da região. Brusque tem 15 capelas e 10 mil católicos. Nossos padres trabalham muito. A natureza é bela, as formigas são terríveis. O povo é excelente. Numa tarde em Brusque escrevo cartas, o sabiá me regala com seu canto. Muitos colonos vieram visitar-me e agradecer pelo bem que lhe fazem os missionários’. Os relatos de Pe. Dehon constam em seu diário, anos depois publicado como o livro ‘Mil léguas na América Latina’.

“Quantas outras histórias a Paróquia teria para contar! Lembrando-nos que muito devemos àqueles que vieram aqui e deram os primeiros passos para esta comunidade paroquial. Aliás, a Paróquia deu o primeiro nome à cidade, Colônia São Luís Gonzaga, que depois foi trocado por Brusque. Vieram aqui imigrantes da Alemanha, Itália, Polônia e muitos outros países, em um momento de dificuldade, alguns muitos pobres, devastados pela guerra e pela fome. Mas aqui trouxeram duas coisas importantes: a vontade de trabalhar e a fé, sem dúvida o maior valor que eles nos legaram. E nós somos devedores desta fé. Que esforço para mantê-la viva aqui, graças à fidelidade desses antepassados, estamos reunidos nesta noite. Então vir aqui, participar desta festa é o momento de dizer ao Senhor: obrigado por todos os dons que eu recebi e que milhares e milhares de pessoas receberam nesse trabalho de evangelização”, enfatizou Dom Murilo.

Pe. Diomar também fez questão de recordar a dedicação de tantas e tantas pessoas, nesses 148 anos de trajetória da Paróquia e o quanto isto se refletiu e reflete em toda a sociedade. “O sentimento é de gratidão a Deus por essa história que nós hoje somos responsáveis por cuidar, por administrar. É mais um dia de fazer memória de tantas pessoas, tantas vidas já doadas, tanta história construída ao longo desses 148 anos, não só na Paróquia, mas na sociedade de Brusque, porque aqui se formaram tantas pessoas que hoje fazem a diferença na cidade. Nós formamos uma família, a Paróquia São Luís Gonzaga somos nós, que aqui participamos na Matriz ou nas comunidades e neste espírito de comunhão e fraternidade tentamos construir o Reino de Deus e fazer com que Jesus seja amado, reconhecido também entre nós. É uma alegria poder construir esta história nos trabalhos pastorais, ajudados por tantos leigos; na vivência da liturgia; em tudo aquilo que realizamos como padres. Mesmo na pandemia temos escrito uma história muito bonita e olhando agora para frente, para a celebração dos 150 anos, que abriremos nesta mesma data em 2022, queremos preparar momentos significativos, para recordar e celebrar esta linda história”, complementou.

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