Você costuma verificar sua pressão arterial?

Foto: divulgação -

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Brusque – Aproximadamente 7 milhões de pessoas morrem a cada ano e 1,5 bilhão, adoecem por causa da pressão alta, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. As graves consequências da doença podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e realizem o tratamento adequado. E para chamar atenção para o assunto, o dia 26 de abril foi instituído como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

Surpresa

A notícia de que fazia parte do time dos hipertensos e de que teria que se submeter a uma cirurgia cardíaca, chegou como uma grande surpresa para o professor de química aposentado, Ilton Montibeller. “Eu sempre tive uma preocupação até excessiva com alimentação e hábitos saudáveis desde cedo. Ingeria cinco diferentes tipos de frutas por dia, nunca usei açúcar, não tomo refrigerante, não como bolo e outras doçuras, andava 40 quilômetros de bicicleta por dia. Mesmo nos dias mais corridos, eu tirava tempo para fazer uma boa alimentação. Enfim, sempre cuidei bastante da minha saúde e jamais imaginei que iria ter problemas de coração um dia. Nunca tive sintomas de hipertensão e raramente verificava minha pressão arterial. As poucas vezes em que medi marcava 12×8. E por me sentir bem, não costumava consultar cardiologistas”, conta Ilton.

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A descoberta da doença surgiu por acaso. “Certo dia, a irmã da minha companheira comprou um aparelho de medir pressão e eu disse pra ela, que para testar o aparelho ela podia medir a minha pressão, que era como um relógio. E quando medimos, apontou 16×9 e eu disse que o aparelho estava com defeito. Mas aí, outros familiares mediram a pressão e deu tudo normal, então fiquei um pouco desconfiado e resolvi procurar uma farmácia para tirar a dúvida, o que confirmou que a pressão estava alterada. O farmacêutico disse que eu deveria consultar um cardiologista e eu fui. Fiz um teste de esteira que deu alterado e fui orientado a fazer um cateterismo. E então, veio a notícia de que meu quadro estava complicado. A artéria principal estava 100% entupida, outras duas 70% comprometidas e outra 30%, e eu precisava fazer uma cirurgia para a colocação de quatro pontes de safena e uma mamária”, completa.

Feito o diagnóstico, Ilton recordou que quando andava de bicicleta, costumava sentir dor no braço esquerdo, que sempre associou com um desconforto muscular, mas que na verdade, estava relacionado à hipertensão arterial. “Dois anos antes de descobrir a doença, também tive um problema de dor no peito que chegou a afetar minha rotina diária e levou meses até desaparecer, e o que eu achava que fosse um mau jeito muscular, era meu coração pedindo socorro. Aos 63 anos fiz a cirurgia com a promessa dos médicos de que eu ficaria 100% e assim foi. Desde então, venho me sentindo muito bem. Um mês após a cirurgia, voltei a andar de bicicleta, claro que num ritmo bem menor, mas logo, fui retomando minha rotina normal. Há um ano iniciaram também as atividades de reabilitação no Programa Coração Saudável, da Unimed Brusque. O tratamento é contínuo, com medicamentos diários, combinados com alimentação balanceada e atividades físicas. Sigo levando a vida normalmente, sem deixar de fazer nada que fazia antes de descobrir a hipertensão arterial”, observa o professor aposentado, de 66 anos.

Hipertensão

A pressão arterial é a força que o sangue exerce na parede das artérias. Quando essa força está aumentada, as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue sendo denominada Hipertensão Arterial. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).

De acordo com o cardiologista Dr. Gustavo Caon Loeff, as pessoas que possuem familiares hipertensos, têm mais chances de possuir a doença. “Quem não possui hábitos alimentares saudáveis, quem exagera no consumo de sal, ou está acima do peso, assim como, as pessoas muito estressadas, que exageram no consumo de álcool ou que são diabéticas, também são mais propensos a desenvolverem hipertensão arterial. A doença é muito comum e acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Estima-se que ela atinja em torno de 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil”, informa o médico.

Na maioria dos indivíduos a hipertensão arterial não causa sintomas, alerta o Dr. Julio Cesar Bork. “Muitos pacientes descobrem seu diagnóstico após alguma complicação como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. É muito importante ter o hábito de verificar a pressão arterial, seja no consultório médico ou em outros estabelecimentos de saúde e por profissionais capacitados. Vale a pena lembrar que uma vez diagnosticada, a hipertensão arterial não tem cura e sim controle, o que significa que seu tratamento deve ser contínuo, seja por mudanças do estilo de vida ou uso de medicamentos. E quando não tratada adequadamente, a doença pode reduzir a expectativa de vida da pessoa em até 16 anos”, salienta o cardiologista.

Dr. Hailton Boing Júnior esclarece que a hipertensão pode causar uma série de complicações em vários órgãos. “No coração pode provocar infarto, dilatação e enfraquecimento, que é chamado de miocardiopatia. No cérebro são frequentes os AVCs, popularmente chamados de derrame, e nos rins pode provocar lesão severa que requer a necessidade de hemodiálise. Pode também afetar a visão, e nas artérias provocar aneurismas sendo os mais graves na aorta. A hipertensão pode ainda implicar no desenvolvimento de demências, como o Alzheimer. Em virtude desta grande quantidade de complicações é fundamental a prevenção, pois a maioria delas implica em perda de qualidade de vida e até levar a tornar-se dependente de outras pessoas”, destaca o médico.

Considerando que a hipertensão arterial é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, o Dr. Christian Bornschein, reforça a necessidade de prevenir e controlar a doença. “Ter uma alimentação saudável e uma atividade física moderada e regular são fundamentais para quem deseja combater a doença e também para quem está tratando dela. Consuma tipos variados de legumes, verduras e frutas. Escolha alimentos ricos em fibras, evite alimentos ricos em açúcares como doces, refrigerantes, chocolates e balas. Consuma pouco sal de cozinha; evite temperos prontos e alimentos industrializados. Prefira ervas (salsa, cebolinha e orégano), especiarias e limão para tornar as refeições mais saborosas. Habitue-se a não usar o saleiro à mesa. Diminua o consumo de gordura e a quantidade de manteiga e margarina. Evite frituras e alimentos industrializados que contém gordura vegetal hidrogenada e dê preferência para leite desnatado, queijos brancos, carnes magras e alimentos preparados com pouco óleo, grelhados e cozidos”, descreve o cardiologista.

Com o objetivo de conscientizar a população e ajudar os brasileiros a viverem mais e com saúde, a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou a campanha “Eu sou 12 por 8”. Acesse o site www.eusou12por8.com.br e confira outras importantes informações a respeito do assunto.

Coração Saudável

O Programa Coração Saudável é desenvolvido pela Unimed Brusque e atende beneficiários acima de 40 anos, que passaram por cirurgia cardíaca recentemente, que possuem algum problema relacionado ao coração, ou que apresentam risco para desenvolver o surgimento de doenças cardíacas e buscam prevenir problemas futuros. Conta com a supervisão de cinco profissionais que avaliam e intervém na condição de saúde dos participantes, prestando a assistência necessária para que todos possam ter, um espaço para o cultivo do bem-estar.

Dicas importantes

Se você não é hipertenso, verifique sua pressão arterial, com um profissional da área da saúde, no mínimo a cada 3 meses. Isto permite um diagnóstico precoce e a realização do tratamento adequado;

Se você é hipertenso, mesmo que não sinta nada e a pressão esteja controlada, nunca abandone o tratamento por conta própria. Adote um modo de vida saudável e consulte seu médico regularmente;

É sempre bom relembrar: a hipertensão geralmente é uma doença silenciosa e raramente provoca sintomas, por isso não espere por eles pra começar a se cuidar;

Pratique exercícios físicos: pode ser uma simples caminhada de 20 minutos, três a cinco vezes por semana;

Evite alimentos muito salgados, gordurosos e muito doces;

Evite ingerir bebidas alcoólicas em excesso;

O fumo também é grande agravador do aumento da pressão arterial. Por isso, o indicado é parar de fumar;

Evite o estresse, ele pode dificultar o controle da pressão.

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