Situação emergencial: número de policiais militares em Brusque não pára de cair

Foto: Wilson Schmidt Junior -

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Brusque – Já é de conhecimento geral o momento complicado ao qual se encontra há algum tempo a segurança pública em Santa Catarina. Principalmente quando o assunto é efetivo, não importa qual força de segurança falemos. A Polícia Militar, por exemplo, é um dos maiores exemplos. Para se ter uma ideia, basta lembrar do fato de que no ano de 2007, Brusque possuía 138 policiais, o maior número de toda a história no município. Atualmente, são apenas 95, quando o ideal seriam de 130 a 180 PMs.

Por vários fatores, como a demora para a abertura de novos concursos aliado à aposentação dos militares mais antigos, com o passar dos anos começou a ocorrer uma diminuição considerável desse número. E se, por um lado, a população de Brusque aumenta exponencialmente, por outro o número de PMs lotados na cidade só diminui, de maneira inconcebível.

De acordo com o comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar (18º BPM), tenente coronel PM Moacir Gomes Ribeiro, a situação promete não mudar tão cedo. Outro motivo da defasagem no número de agentes no município é a transferências para outras cidades, ocasionadas por várias razões. “Ano passado foram sete. Já em 2015 tivemos três policiais que nos deixaram. Elas (as mudanças) foram feitas pelo comando geral. O motivo nós desconhecemos. 60% do nosso contingente não é oriundo de Brusque e muitos tentam levar o seu trabalho para o seu local de origem. É mais vantajoso para essas pessoas retornarem para suas cidades”.

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A saída de PMs gera um transtorno muito grande para a unidade brusquense, explicou Gomes, durante entrevista para Olhar do Vale. Isto, porque eles não são substituídos por outros policiais. “Precisamos colocar outros, mas não temos, Infelizmente temos que diminuir o número de guarnições na rua. Esticar aonde podemos o nosso serviço. É lamentável, mas é o que ocorre. Queremos que o comando geral tenha consciência que precisamos de reposição (…) temos consciência que tem bairros que precisam de uma viatura 24h por dia. mas não temos fator humano. Só está piorando. Se apenas não ficasse pior, já estaria ótimo (…) as vezes a comunidade acha que não vamos as ocorrências por malandragem, mas não é verdade. Com 20 homens a mais faríamos milagres”. lamenta o oficial.

Brusque paga caro por seus índices

A afirmação parece ridícula, mas a cidade de Brusque fica em segundo plano quando o assunto é a vinda de novos policiais. Isto, devido aos altos índices de resolução de crimes e, também, de pronta-resposta da Polícia Militar nos mais variados tipos de ocorrências. Declarando o panorama como emergencial, Gomes tem medo do que possa ocorrer. “Nós não vamos deixar, vamos lutar até quando tivermos três policiais, mas a criminalidade toma corpo onde existe a falta de prevenção. A gente pede que o empresariado, a imprensa e a sociedade se una e pressione os políticos que nos representam para a vinda de mais policiais (…) temos que tomar uma providência, já! Não quero que aconteça aqui o que ocorreu em Criciúma, Chapecó ou Joinville”, finaliza.

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