Seu Wanderley e Senai Brusque: uma história que se combina

Foto: Wilson Schmidt Junior -

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Brusque – Para contar a história de sucesso do professor José Wanderley Cardoso, há vários anos diretor do Serviço Nacional da Indústria (Senai) de Brusque, é preciso, também, contar trechos históricos da própria entidade que já foi responsável por formar centenas e porque não milhares de trabalhadores técnicos na área mecânica e têxtil. Para executar tal tarefa, a reportagem de Olhar do Vale (ODV) entrevistou aquele que, apesar de não ser de Brusque, escolheu a cidade para desenvolver uma família e se tornar uma personalidade no campo educacional bastante querida entre a população.

Natural de Laguna, na região sul catarinense, Wanderley tem cinco irmãos: um homem e quatro mulheres. Vindo de uma família bastante simples, os estudos nunca deixaram de ser prioridade para ele, que não se contentou apenas com o ensino médio, mesmo com a perda precoce de seu pai. O “ginásio”, como era chamado à época, foi feito em Tubarão, onde no contraturno, em parceria com uma empresa carioca, os alunos estudavam um curso técnico de torneiro mecânico. Nosso personagem ainda estudaria quatro anos na capital catarinense, Florianópolis, numa escola técnica e, também, trabalharia na capital gaúcha em uma multinacional.

Ao voltar para Tubarão, Cardoso executou a função de instrutor mecânico. Era a sua primeira experiência pedagógica. Foi somente em 1986 que a sua história em Brusque começa a ser escrita. Naquele ano, prestou um concurso para o Senai, vindo trabalhar na cidade como técnico em mecânica, após uma semana intensa de provas e muita disputa. Apenas dois meses se passaram e ele já era noivo. Do casamento que já dura 29 anos, assim como a sua estadia na cidade, nasceu uma filha.

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“Iniciei como professor e, logo em seguida, começaram a surgir as oportunidades. Me convidaram para coordenar a área de mecânica e em 1989 nós iniciamos o primeiro curso técnico da região de Brusque. Nós somos a terceira cidade no estado a começar um curso de Mecânica. Primeiro foi Blumenau, depois Joaçaba e, por fim, Brusque”, disse ele.

As novidades não paravam. Logo em seguida foi instituído no Senai, em parceria com o Centro Universitário de Brusque (Unifebe), o primeiro curso superior de Tecnologia em Eletromecânica. “Foi aí que eu precisei continuar meus estudos. Voltei a universidade, fiz um curso de pedagogia, lá onde em seguida fiz um curso superior em Tecnologia em Produção Mecânica e também fiz uma pós-graduação em Engenharia Industrial. Isto tudo, pra me dar suporte em todos os desafios profissionais que a Educação estava me atingindo”, completou José Wanderley Cardoso.

E a carreira parecia ficar cada vez mais promissora. Algum tempo passado e ele já era o coordenador do Núcleo de Eletromecânica do Senai Brusque. E a assim foi até o ano de 2006, quando ele atingiria o cargo máximo da instituição: o de diretor. Porém, foi uma fatalidade que fez o talentoso educador ascender ao cargo, já que o antigo diretor acabara falecendo. Mesmo assim, foi sua competência que o manteve no cargo, antes ocupado de maneira interina.

Para o educador, o reconhecimento de ex-alunos do Senai Brusque quando o encontram na rua, é o alimento para a disposição de cada dia de trabalho com o passar dos anos. “A gente passa na cidade em conversa e recebemos os elogios de quem já se formou e hoje já está com uma formação bastante promissora. Isso que nos alimenta e dá mais vontade de exercer nossa profissão”, cita.

Perguntado pela nossa reportagem se o trabalho da escola que dirige auxiliou no desenvolvimento industrial de Brusque, Cardoso não exitou em dizer que sim. “Sem dúvida, o Senai de Brusque foi uma das instituições que levou ao crescimento industrial na área da tecnologia, de gestão, de formação de pessoas aqui na nossa região. Não só Brusque, como Guabiruba, Botuverá e Nova Trento. Muita gente passou pelo Senai”, frisou.

Jeito Cardoso

O diretor do Senai Brusque afirmou que uma de suas principais características de trabalho se baseia em ouvir todos os lados de uma discussão. A meta é o bem comum da instituição que ele representa. “Fazer toda essa questão de integração. Aceitar as opiniões, ideias das pessoas. E em conjunto com o grupo gestor, decidir as questões de estratégia na gestão da unidade”.

Seu Wanderley, como é chamado pela maioria dos alunos, destacou que existem muitos desafios que ele ainda pretende transpor. Um deles é instituir um projeto de educação básica no Senai, que está situado na Avenida Primeiro de Bairro, bairro homônimo. Mesmo com os quase dez anos de direção, fora os vários outros como colaborador, ele ainda tem muita disposição para queimar.

Foto: WIlson Schmidt Junior
Foto: WIlson Schmidt Junior

por Wilson Schmidt Junior

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