Que país queremos construir?


Há tempos venho amadurecendo a ideia de escrever sobre algumas ocorrências que me fazem refletir sobre o estado do Brasil nos tempos atuais.

Vamos começar escrevendo sobre o massacre cotidiano que sofre o idioma pátrio. Estamos mal, muito mal, no quesito respeito ao idioma; isto vale para o que falamos e escrevemos em rádios, jornais, revistas, outdoors, e-mails, facebook e demais maneiras de expressão. Ao ver, no dia dos pais, a homenagem feita por uma empresa de ônibus de Recife, que trazia no letreiro: “Feliz Dia dos Paes”, um sentimento de pesar pairou sobre a homenagem feita. Também a estória que me contou um amigo, que ao fazer uma compra, em uma das lojas de presença nacional, em que o vendedor, ao ser perguntado pelo preço da mercadoria, respondeu que estaria na “faixa etária de”. Perplexo, resolveu adiar a compra. Pior é ver estampada em outdoors mensagens de empresas com frases mal feitas ou erros grosseiros.

Enquanto as escolas oferecem vagas, em vários cursos, sem custos e, com ajuda de custo aos participantes, que não são preenchidas, aumentam os usuários do bolsa família e do seguro desemprego em todo o país. Que país está sendo construído?

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A derrota do Brasil na copa do mundoserá reflexo da visão paternalista implantada no país? Todos os benefícios, distribuídos gratuitamente, sem grandes controles e obrigações, estarão contribuindo para construirmos uma nação de pessoas derrotadas, sem vontade, acostumadas ao não fazer? Na partida com o Chile o choro dos jogadores foi patético, o capitão da seleção negando-se a bater o pênalti foi de um contrassenso incrível. Nossas desculpas aos grandes capitães Bellini, Mauro, Carlos Alberto, Dunga e Cafu. E, o pior é que estamos nos acostumando a isto, pois esta semana a seleção feminina perdeu de 5 x 1 para a Alemanha e foi eliminada do mundial feminino. Justiça seja feita; as meninas do Brasil não têm nenhum apoio enquanto os homens são tratados como bibelôs de porcelana. Quando recuperaremos a autoestima, o orgulho de ser?

Outro ponto a ser considerado. O brasileiro critica tudo, sem exceção. Ao ser chamado para contribuir, desaparece. Assim é simples! Vamos ao trânsito; todos criticam o trânsito das cidades brasileiras. Todos criticam o excesso de carros nas ruas e a precariedade do transporte público. Quando o prefeito de uma cidade qualquer faz a opção por construir ciclovias, a população reclama pela diminuição das faixas de rolamentos ou de estacionamento tomados pelas ciclovias. Afinal, o que queremos?

Mudar hábitos é doloroso, mas necessário. A mudança é parte integrante da vida. Ela não pede licença para entrar, ela acontece. Espero que reflitamos sobre o que é construir um país, que deixemos um pouco da nossa individualidade e passemos a olhar mais o coletivo. Pensar no futuro é pensar no todo!

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