“Quando o Paulo é contrariado, sempre existe uma reação”, diz Farinha


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Foto: Secom – Brusque

Apesar de até pouco tempo nunca ter sido escancarada, bastava conhecer um pouco dos bastidores políticos brusquenses para saber que a relação entre o Partido Progressista (PP) e o prefeito de Brusque, Paulo Eccel, pertencente ao Partido dos Trabalhadores (PT), não era nem de longe a das melhores.

Porém, entrevista concedida pelo vice-prefeito da cidade e presidente do PP de Brusque, Evandro de Farias (Farinha) ao comunicador noticiarista Sérgio Ferreira, no jornal matinal da Rádio Diplomata FM, de Brusque, tornou pública e factual a incompatibilidade de ideias entre a legenda e o chefe do Poder Executivo municipal. Evandro falou para milhares de ouvintes na manhã desta quarta-feira (7).

Durante pouco mais de 23 minutos, o político fez uma retrospectiva que levou à situação atual de estremecimento da base governista. O primeiro problema entre os lados, segundo Farinha, teria ocorrido a partir do momento em que Eccel cogitara a saída da atual secretária de Educação, Gleusa Luci Fischer, também filiada ao PP.

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Depois, o agravamento da situação se deu na polêmica votação legislativa que rejeitou a adesão da cidade no Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi), em fevereiro passado. “Daquele momento em diante não houve mais consenso no partido. Tentamos, desde então, colocar panos quentes, mas não tem sido fácil”, argumentou o pepista, durante sua entrevista.

Ainda em relação à esta votação, vale relembrar que a executiva progressista orientou seus filiados na Câmara de Brusque a votarem contra o Projeto de Lei. Porém, no apagar das luzes, Edson Rubens Muller, o Pipoca, contrariou a decisão do partido e votou favoravelmente. Jean Pirola (PP) votou contra, assim como o peemedebista Guilherme Marchewsky e o republicano Alessandro Simas.

Esse episódio deu origem ao tão falado racha da situação, que se viu ameaçada pela formação de um bloco “independente”, após a exoneração de vários cargos pertencentes ao partidos que decidiram por votar contra a adesão no Cimvi. “Quando Paulo [Eccel] é contrariado, sempre existe uma reação (…) a executiva [do PP] não aceita mais”, bradou Farinha.

A terceira ocorrência, o estopim para a o Partido Progressista, foi a exoneração da, até então, secretária de Fazenda, Fabiana Delcastagné, também pepista. A demissão aconteceu no final do ano de 2014, depois que os vereadores de oposição e do bloco independente conseguiram adiar a votação de um pacote de projetos enviados pelo Executivo, entre eles o do financiamento internacional para execução do Plano de Mobilidade e Habitação. “Fomos surpreendidos pela demissão de Fabiana. Não fomos consultados (…) mais uma vez alguém pagou a conta por problemas da Câmara”.

Crucial

Reunião do PP de Brusque, marcada para a próxima quarta-feira (14), deve definir os rumos da executiva municipal. Farinha cogitou, inclusive, o desligamento do partido da base governista. “Alguma decisão será tomada (…) a maioria está descontente da maneira como o PP está sendo tratado”, finalizou o político, que admitiu estar cumprindo apenas meio expediente na Prefeitura, um direito do cargo que ocupa, trabalhando no período vespertino na Rivel, revendedora de veículos da cidade.

 

 

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