“Não podemos pagar jogadores profissionais para ficar o ano todo por aqui sem jogar”.


 

2014-05-15 17.40.15

 

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O Brusque Futebol Clube começou o campeonato catarinense com o pé direito esse ano. Sob a liderança do técnico Pingo, o time era a sensação da competição. Mas infelizmente o time não conseguiu a classificação para a serie D do Campeonato Brasileiro e no ano que vem disputa a segunda divisão do Catarinense. O presidente do clube, Danilo Rezini, conversa com o Olhar do Vale sobre a competição e expectativas para o futuro.

 

ODV – O que levou um time que foi tão bem na primeira fase da competição pra segunda divisão sendo que os jogadores eram os mesmos? O senhor acredita que os atletas acabaram relaxando?

 

Rezini – Na verdade nós fizemos um planejamento e montamos uma equipe para estar no quadrangular final da competição. O Brusque fez uma boa apresentação na primeira fase, quando teve reais possibilidades de estar no quadrangular.  Era um time competitivo e um time que foi visto por toda a imprensa catarinense, escrita, falada e televisada, como uma das melhores equipes naquele momento no campeonato. Infelizmente, não conseguimos buscar a classificação, ela escapou por muito pouco e acabamos não ficando no quadrangular, vindo pra outra fase, o hexagonal. E houve realmente um desânimo na equipe, pela grandeza que ela estava passando, pela qualidade dos atletas, pelos resultados positivos que tínhamos antes. Nós da diretoria tentamos animar os jogadores, mas foi realmente um baque. E em seguida, mesmo não conseguindo a classificação, o Pingo foi sondado e levado para o Avaí. Então eu coloco com dois pontos fundamentais, primeiro a não conquista do quadrangular e a saída do Pingo também foi outro ponto negativo.

 

ODV – O que fazer para reerguer o time agora?

 

Rezini – Na verdade, eu acho que o futebol é muito dinâmico e ele apresenta essas situações adversas. Eu sempre digo que no futebol do céu ao inferno, é um risco. O que temos que fazer agora é ter tranquilidade, reestruturar, para que possamos remoldar a equipe e ter um planejamento bem feito, bem profundo para disputarmos novamente a segunda divisão no ano que vem.

 

ODV – O que se percebe é que o Brusque não tem uma base. Sempre no início da temporada os jogadores são contratados e dispensados. Por que isso? Não está na hora de montar uma base de atletas?

 

Rezini – Na verdade com o Brusque, como nós vamos ter o ano parado em relação ao futebol profissional, estamos trabalhando a base que é o Juniors e o Juvenil, para conseguir formar alguns atletas para a equipe profissional do time. Quanto à questão de contratar jogadores e depois dispensar, ficando sem continuidade, é exatamente por falta de calendário profissional. Se nós não tivéssemos caído, nós teríamos competições no segundo semestre. E não podemos pagar jogadores profissionais para ficar o ano todo por aqui sem jogar.

 

ODV – O senhor já anunciou que fica como presidente até o fim do mandato em dezembro de 2015, mas e depois? Há um planejamento para uma continuidade administrativa?

 

Rezini – Meu compromisso é levar o time pra primeira e deixar ele na primeira divisão. Porém essa questão de planejamento, e deixar planos pra frente, nós temos que botar na cabeça que pra tocar um time de futebol é muito difícil. E aqui em Brusque, estamos tocando porque somos teimosos, não temos uma estrutura, administrativa ou financeira que dê suporte para ser feita uma equipe competitiva que possa brigar com essas grandes do estado. A nossa preocupação é se no final de 2015, alguém ainda vai querer tocar o Brusque.

 

ODV – Há mais de 20 anos o Brusque foi o campeão catarinense, quais são as maiores diferenças entre hoje e aquela época?

 

Rezini – O futebol é uma caixa de surpresas, você às vezes faz um time e gasta um monte e não chega a lugar nenhum. E às vezes se faz um time com menos dinheiro, se dá um encaixe e ele acaba sendo campeão. Em 92 aconteceu isso, o time do Brusque era um time comum, que acabou se acertando, acabou dando certo, e terminaram campeões, claro com o mérito dos jogadores. Mas não tem um segredo.

 

ODV – O senhor vê alguma perspectiva de melhora? O que falta para que o time volte à sua antiga glória?

 

Rezini – Nós precisamos de apoio financeiro, porque não é com a nossa receita que se pode fazer um time de futebol para disputar títulos. Mesmo assim o Brusque quase beliscou, se fôssemos para o quadrangular iríamos disputar o título. Então o que precisamos é de mais empresas, mais empresários e mais pessoas se envolvendo no projeto do Brusque.

 

 

Por Maria Zucco

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