Moradora de Guabiruba contraiu Zika Vírus no Mato Grosso

Foto: divulgação

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Guabiruba – Uma moradora de Guabiruba contraiu o Zika vírus durante uma viagem para o Centro-Oeste brasileiro. Trata-se da jornalista Suelen Cerbaro, 30 anos de idade. Ela conversou com a reportagem de Olhar do Vale (ODV) durante esta quinta-feira, 28 de janeiro, para contar a experiência vivida nos primeiros dias de 2016. Confira nossa entrevista:

Olhar do Vale: aonde e como você acha que contraiu o Zika vírus?

Suelen Cerbaro: estive nas cidades de Cuiabá, no estado do Mato Grosso durante o Natal e o Ano Novo e neste período conheci Nobres, uma cidade com atrativos voltado ao ecoturismo. Os passeios eram em matas, rios, cachoeiras e as picadas de mosquito, apesar do uso do repelente, eram frequentes. Retornei a Cuiabá no dia 30 de dezembro e no dia 2 de janeiro começaram os sintomas. Não tenho certeza se fui picada pelo Aedes Aegypti em Nobres ou mesmo em Cuiabá. Só se falava disso por lá. Havia falta de repelente nas farmácias e mercados, muitas pessoas estavam contaminadas, mas a gente pensa que nunca vai ser o ‘felizardo’ de contrair um vírus desses.

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ODV: quais foram os primeiros sintomas?

Suelen: no dia 2 de janeiro comecei a ter sintomas de febre: dor no corpo, cansaço, falta de apetite. No dia 3, logo cedo, surgiram manchas, parecendo catapora, no meu rosto e pescoço. Dor no corpo, principalmente nas articulações e muita coceira. Nesse dia, a coceira era tanta que cheguei a ler muita coisa que havia na internet sobre como combater a coceira, pois mesmo tomando antialérgico não adiantava. A única coisa que aliviou era compressa de gelo, mas como as manchas começaram a se espalhar pelo corpo e a coceira também, não dava mais conta de colocar gelo.

ODV: após quanto tempo você confirmou o contágio?

Suelen: de madrugada, entre os dias 3 e 4, fui ao Pronto Socorro de um hospital em Cuiabá e diagnosticada com o Zika vírus. Tomei uma injeção muscular de Fenergan e outro medicamento na veia que não lembro qual foi. A orientação foi descanso, hidratação e aguardar o corpo produzir os anticorpos. Tive o laudo clínico e o exame para detectar a doença só poderia ser feito após cinco dias, pois seria a presença do anticorpo no organismo que diria se realmente era zika e ele começava a ser produzido após este período.

ODV: como foi o tratamento?

Suelen: segui a recomendação médica e como tenho um familiar médico solicitei auxílio de medicação no combate a coceira, pois para mim foi o que mais incomodou. Apesar de ter lido poucos relatos sobre isso na internet. Acabei tomando corticoide, Tilenol, enfim, alguns medicamentos para combater os sintomas e aguardar meu corpo se recuperar.  A médica me atendeu disse que realmente eu estava com bastante reações na pele, que muitos, principalmente os que tinham pela mais escura, não apresentavam tantas lesões. Eu penso que essa coceira intensa está relacionado ao tipo e a sensibilidade da pele.

ODV: como foi o pós-doença? Restou algum tipo de dor?

Suelen: A dor nas articulações demorou a passar. Enfim, fui a única da família que contraiu o vírus. É horrível, principalmente quando se está viajando ficar doente. Em casa parece que é bem melhor. Também percebi que por ser algo novo não tive muitas instruções. A consulta médica foi muito superficial. Procurei muita coisa na internet e com a ajuda dos familiares combati os sintomas. Depois de sete dias comecei a melhorar.

ODV: ainda fora de Santa Catarina, você recebeu algum tipo de orientação dos médicos para não viajar ou algo semelhante?

Suelen: avisei a Vigilância Epidemiológica de Guabiruba quando cheguei, mas não oferecia risco de contaminação por já ter passado dos seis primeiros dias de manifestação da doença.

ODV: sendo uma pessoa que já contraiu o Zika, quais as dicas que você daria para as pessoas que irão viajar?

Suelen: a minha dica é: use repelente, principalmente se for viajar para uma cidade que tem tido elevado índice de zika, passe repelente o tempo todo. É a maneira mais fácil de evitar a doença e não comprometer o passeio.

Cinco dicas de prevenção:

Usar repelente

Usar repelente ajuda a manter o mosquito longe, evitando picadas, mas é importante lembrar que o produto deve ser reaplicado a cada 6 horas para que seu efeito seja mantido e deve conter uma substância chamada DEET.

Evitar acúmulo de água parada

É essencial evitar o acúmulo de água parada para prevenir a reprodução do mosquito da dengue e do zika vírus, pois ele precisa de água para colocar seu ovos e produzir as larvas.

Colocar areia nos vasos das plantas

Vasos de plantas acumulam água e são ótimos locais para o mosquito se desenvolver. Assim, deve-se colocar terra nos pratos que ficam embaixo dos vasos, pois ela manterá a umidade para a planta e evitará a reprodução do mosquito.

Colocar telas em portas e janelas

Colocar telas em portas e janelas é importante para impedir a entrada do mosquito em casa, evitando que ele se multiplique no lixo da cozinha, em vasos de plantas ou em poças de água no banheiro, por exemplo. No entanto, é importante lembrar que essa medida apenas ajuda a lutar contra o mosquito, não servindo como única medida para prevenir o Zika vírus

Cuidado com o lixo

O lixo de casa pode acumular água e favorecer o crescimento do Aedes aegypt, e por isso é importante fechar bem os sacos plásticos e colocar o lixo na rua apenas nos dias de coleta pelo caminhão do lixo. Além disso, deve-se evitar o acúmulo de material de construção, pneus ou outros objetos no quintal, pois eles também podem acumular água e abrigar as larvas do mosquito.

por Wilson Schmidt Junior

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