Major Moacir Gomes assume comando do 18º Batalhão da Polícia Militar


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O 18º Batalhão da Polícia Militar de Brusque passa a ter um novo comando nesta quinta-feira (31).  O Major Moacir Gomes Ribeiro, de 46 anos, passa ser o responsável pela PM nos municípios de Brusque, Guabiruba, Botuverá, Gaspar e Ilhota. O Olhar do Vale entrevistou o policial. Acompanhe a entrevista:

 

Olhar do Vale: Como o senhor recebeu a notícia de comandar o 18º Batalhão da Polícia Militar?

Major Gomes: Logicamente que para todo o oficial, todo o comandante, todo líder o grande objetivo é chegar ao comando de uma unidade policial militar da cidade que a gente mora e da minha parte não é diferente. Eu já resido em Brusque há 21 anos. O desafio é grande. Eu já atuei em alguns momentos  como comandante interino respondendo pelo comando em virtude de férias, licenças que o comandante atual tinha que tirar. Nós conhecemos a realidade do nosso batalhão. Então a expectativa é que a gente possa intensificar ainda mais o trabalho e fazer com que tenhamos as melhores condições. Queremos também trazer a comunidade mais perto da polícia. O apoio da comunidade é fundamental. Também é fundamental o apoio de todos os órgãos públicos e privados. Eu sempre falo que se a polícia militar for forte, com certeza a gente vai ter uma segurança pública melhor e benéfica para todos nós.

 

ODV: Em alguns momentos o senhor tem que se impor mais que o normal justamente por este fato de estar mais próximo da comunidade brusquense?

Major Gomes: Bom, existem os dois lado da moeda. Tem um lado bom, pois a gente conhece as pessoas e os problemas, mas tem um lado que é a cobrança da comunidade e isso, pode ter certeza, vai ser muito grande. Mas quanto a isso estou seguro, pois sabemos o trabalho que a gente pode fazer. Sabemos das nossas dificuldades também. Temos um limite para trabalhar. Mas, estamos preparados até pelo amadurecimento. Tenho mais de 26 anos de polícia militar e quando falo em nós falo em nome de todos os 100 policiais militares que fazem parte do nosso batalhão trabalhando diuturnamente. A cobrança vai ser grande, os problemas são grandes, mas isso faz parte da nossa profissão e ainda vamos trabalhar com mais afinco porque é a cidade que você mora. E você quer o melhor para a sua cidade. Queremos fazer o máximo para melhorar a qualidade de vida em termos de segurança pública.

 

ODV: E a falta de policiais? Como fazer? A gente tem informação que a polícia militar recebe cerca de 300 ligações por dia e muitas vezes filtram as ocorrências, pois não consegue atender toda a demanda.

Major Gomes: Com certeza nós temos um efetivo pequeno para uma cidade que cresce a cada dia. A população se multiplica e nós temos acompanhado os movimentos migratórios. Para termos uma ideia, em 2007, por exemplo, nós tínhamos mais policiais que atualmente e isso, obviamente é uma dificuldade. Então a gente faz uma filtragem daquelas ocorrências onde não há policial disponível. Nós temos que atender àquelas ocorrências emergenciais que são prioritárias. Então o policial militar, que trabalha no centro de operações já tem uma maturidade, uma experiência para discernir o que é mais importante naquele momento para o atendimento e  é claro que nessa filtragem algo pode passar evidentemente ninguém é perfeito, mas nós procuramos ter uma coerência. Se tivermos policiais para atender a ocorrência nós vamos atender todas. Esse é o nosso trabalho, mas infelizmente algumas ocorrências temos que deixar aguardando principalmente nos finais de semana porque a demanda da cidade é muito grande.  E olha que atendemos todo tipo de ocorrência: ocorrências médicas, ocorrência sociais e psicológicas, ocorrências de bombeiros, ou seja, que não  são só ocorrências de responsabilidade da polícia militar. A  comunidade já reconhece o 190 como universal então ela liga para qualquer coisa e tem situações que não é necessariamente da polícia militar ou não precisa de uma presença instantânea, tão rápida. Infelizmente nós temos que filtrar. Nós vamos receber um reforço de policiais e queremos colocar policial onde tem mais necessidade. Queremos suprir essa necessidade.

 

ODV: E a situação nos municípios de Guabiruba e Botuverá?

Major Gomes: São dois municípios que carecem de efetivo. Duas cidades com crescimento intenso, principalmente Guabiruba. Estamos esperando a decisão do comando geral para colocar mais policiais tanto em Botuverá como Guabiruba. Temos que distribuir o pouco que temos nos municípios que fazem parte do batalhão.

 

ODV: E a violência tem aumentado?

Major Gomes: Damos a prioridade para o combate primeiro ao homicídio, pois se acontece um assassinato não tem mais solução. A vítima morreu.  Atualmente em Brusque ocorreu um homicídio neste ano, o que é bastante baixo para uma população de acima de 100 mil habitantes como Brusque, mas o número de vítimas fatais no trânsito é preocupante. Até o momento tivemos oito vítimas fatais no trânsito em 2014. A policia militar também atende acidentes com danos materiais e isso é um transtorno grande, pois nós temos que fazer o boletim de ocorrência e isso leva para o policial 40 a 50 minutos. A viatura fica esse tempo todo numa ocorrência de um acidente que teve danos materiais apenas, por exemplo. Esta viatura poderia atender uma ocorrência mais grave, por exemplo.

 

ODV: E os agentes de trânsito, que são pertencentes ao governo municipal?

Major Gomes: Os agentes ainda são em menor número e muitos acidentes ocorrem a noite, horário em que eles não trabalham. Quando tiver o concurso público para mais agentes queremos fazer um convênio para que eles possam fazer estes boletins de ocorrência de acidentes de trânsito. O grande problema é o trânsito.

 

ODV: O que o senhor espera desse novo desafio?

Major Gomes:  Eu tenho certeza que a sociedade no geral torce para ter uma polícia militar melhor. Eu me sinto muito valorizado, porque eu já conheci todos os batalhões do estado e, não falo isso porque estou no 18º, mas o nosso  é o melhor. 99% dos policiais são preciosíssimos, são heróis. Trabalham diuturnamente e incansavelmente arriscando suas vidas às vezes sem horário para chegar em casa e trabalhando em condições extremas de estrutura, de logística. Os policiais militares que eu conversei estão contentes com a mudança no comando e se os policiais te apoiam o serviço sai cada vez melhor. Nós estamos à disposição da comunidade. O quartel está aberto para a comunidade tanto para reclamações e críticas quanto para sugestões, elogios e seus pedidos de policiamento. Queremos que tudo isso chegue ao comando porque às vezes a gente sente a falta de participação da comunidade perante o serviço da polícia militar. Contamos com apoio da comunidade e vamos torcer realmente para que a gente consiga fazer um bom serviço para a sociedade brusquense.

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