Florianópolis ganhará o maior centro de reabilitação de animais marinhos do país

Com 3 mil m2 de área construída, local terá capacidade para receber mais de 170 animais simultaneamente


Os animais marinhos resgatados em Santa Catarina que precisarem de reabilitação para retornarem ao habitat natural vão ganhar um local novo e especial só para eles. O maior Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos do país será inaugurado em Florianópolis, no dia 28 de março. A obra, executada pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), coordenado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), terá 3 mil m² de área construída e poderá receber mais de 170 animais marinhos ao mesmo tempo.

O Centro está localizado dentro do Parque Estadual do Rio Vermelho e será administrado pela Associação R3 Animal, uma das instituições executoras do PMP-BS, através de uma parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA-SC) e a Polícia Militar Ambiental. Este será o maior local especializado em reabilitação e despetrolização de animais marinhos do Brasil.

Serão 12 piscinas, sendo uma para abrigar pinguins, uma para aves voadoras, uma para golfinhos, uma para lobos/leões marinhos e oito para uso misto. O Centro ainda contará com ambulatório, salas de estabilização, internação e isolamento, laboratório de análises clínicas, sala de necropsia, para o caso dos animais encontrados mortos, cozinha para preparação de alimentos para animais e área administrativa. No total, haverá a capacidade para receber 120 pinguins, 50 aves voadoras, dois leões/lobos-marinhos e um golfinho, simultaneamente.

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Localizado dentro de um Parque Estadual, o Centro atenta para a sustentabilidade e terá seu próprio sistema de tratamento de efluentes, captação de água da chuva e sistema de energia fotovoltaica.

Em 2017 a Univali entregou três Unidades de Estabilização de Animais Marinhos e uma Base de Apoio. O Centro de Florianópolis será a primeira obra finalizada em 2018, sendo que ainda estão previstas a entrega de mais cinco.

Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS)

O objetivo do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e necropsia em mortos. O PMP-BS tem caráter regional e está relacionado ao processo de licenciamento ambiental da Etapa 2 do pré-sal.

Durante o monitoramento, todos os animais vivos encontrados pelas equipes de campo são avaliados para verificar se precisam de atendimento veterinário. Se positivo, são encaminhados a um dos centros de reabilitação. Após o tratamento, os animais são novamente avaliados para atestar se já estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação de cada um dos indivíduos. Isso permite que seja feito um acompanhamento, caso o animal reapareça em outra região. Nos animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas tais como pesca e tráfego de embarcações ou possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás. A área de abrangência do monitoramento engloba os municípios litorâneos dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e do Rio de Janeiro. Considerando-se a extensa área a ser monitorada (mais de 1.500 km de costa), o PMP-BS é executado em duas fases.

A Fase 1 (que compreende o litoral entre Barra da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, no município de Laguna, em Santa Catarina, até a Praia de Camburi, no município de Ubatuba, em São Paulo) é executada pela Fundação Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com instituições da REMAB (Rede de Encalhe e Informação de Mamíferos Aquáticos do Brasil), tendo sido iniciada em agosto de 2015.

A primeira fase possui cinco Centros de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD) nos municípios de Ubatuba (SP), Guarujá (SP), Cananéia (SP), Pontal do Paraná (PR) e Florianópolis (SC); quatro Unidades de Estabilização de Animais Marinhos (UE), em S. Sebastião (SP), S. Francisco do Sul (SC), Penha (SC) e Laguna (SC), além de Bases de Apoio em Praia Grande (SP) e no Parque do Superagui (PR).

A Fase 2 (que compreende o litoral do estado do Rio de Janeiro entre os municípios de Paraty e Saquarema) é executada pelo CTA – Serviços em Meio Ambiente, também com parceria com instituições da REMAB e foi iniciada em setembro de 2016. Ela conta com dois CRDs, um no norte fluminense em Araruama (RJ) e outro ao sul, em Angra dos Reis (RJ), uma UE e uma Unidade de Necropsia de Mamíferos Marinhos, ambos no Rio de Janeiro (RJ).

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