“Já escutou uma dupla desafinada? É ruim, dói os ouvidos”, comenta Ciro sobre Dr. Jonas e Ari

CIRO ROZA BRUSQUE
FOTO: ANDERSON VIEIRA

Três vezes prefeito de Brusque e três vezes Deputado Estadual, Ciro Roza é o tipo de político que tem muitos admiradores, mas também muitos desafetos. Impedido pela justiça na última eleição municipal, Ciro apoiou a dupla Dr. Jonas/Ari Vequi. Após a vitória nas urnas, Ciro teve vida curta dentro da administração municipal ao lado da dupla.  Roza é cotado para disputar mais uma eleição, desta vez pelo PODEMOS, partido do ex-presidenciável Álvaro Dias. Ele recebeu a reportagem do Olhar do Vale em sua residência situada no centro de Brusque.  Em um bate-papo regado a café, Ciro falou, entre outros assuntos, sobre a possibilidade de disputar novamente a eleição majoritária em 2020. Confira: 

Olhar do Vale: Ciro, oficialmente então você está no Podemos e é pré-candidato a prefeitura de Brusque novamente?

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Ciro Roza: Agora podemos ser (risos), podemos ser candidato. É claro que logo depois dessas últimas eleições, a gente lá atrás teve que dar uma repensada e tudo que está aí, passou por uma decisão política e necessária para passar por ela. É importante que a sociedade possa estar atenta e quando aparecer um processo político de eleição que a gente esteja afinado para poder escolher entre os que se apresentaram os melhores. Senão você vai ter que esperar mais quatro anos para fazer e renovação e se tudo passou, tudo passará. Todo regime democrático passa pela expressão espontânea de cada cidadão, escolhendo seu representante legítimo, a não ser que seja um poder autoritário, aí é diferente. Nós queremos o quê? Democracia, né? É claro que quando saímos do PFL e criamos o Democratas era pra não ter uma oposição sistemática, né? Ter uma oposição naquilo que se precisava fazer, defender os interesses da sociedade e depois da fundação, o PSD acabou sentando no colo do PT, aí você sabe que desde quando eu entrei na política eu fui contra o PT, sempre procurei para o Brasil o que seria melhor e que na prática iria trazer resultado, que viessem proporcionar a sociedade um avanço, aí acabamos saindo, tanto eu como o Paulinho Bornhausen fomos para o PSB, do Eduardo Campos, que vinha com uma conduta atualizada, mas infelizmente sofreu aquele acidente aéreo. E o Álvaro Dias um politico que todo o povo ou politico brasileiro conhece, quem pelo menos tem acompanhado a trajetória dele, foi um grande governador do estado do Paraná e senador e deputado, etc. No ano passado ele ajudou a fortalecer o Podemos e o Podemos é a primeira bancada no Senado, ele entrou já era a terceira, nós temos 8 senadores, depois tinha 12, agora já tem 13. É um partido que promete com certeza nas próximas eleições estar bem organizado para ir ocupando esses espaços.  A lei até que mudou um pouco, não pode passar a coligação na proporcional. Se você olhar todas as nossas administrações que eu tive a oportunidade de ser o prefeito, nós tínhamos um corpo voluntário gigantesco, que não recebia um centavo e Brusque avançou muito nesse sentido. Nós promovemos aqui a Rede Feminina do Combate ao Câncer. Na nossa época o Conselheiro Tutelar não tinha salário, veio o PT e botou salário. Na época a gente buscava pessoas voluntárias que trabalhavam, se dedicavam sem ganhar nada e faziam um grande trabalho, de repente passou a ser o salário, agora a gente vê uma disputa  pelo salário, não quer dizer que na prática eles não vão fazer um bom trabalho, mas pra tu ver como era antigamente. Nós tínhamos assistentes sociais voluntários. Quantos voluntários tínhamos em todos os bairros, distribuíam medicamentos, sacolão, aulas pra cegos em braile nós que introduzimos, para surdos e mudos, tudo isso aí. E fora as bolsas de estudo, as parcerias, através da assistência, o primeiro emprego encaminhando a sociedade e isso foi se acabando. A prefeitura você via lá tinha uma reunião, não era de funcionários, era da sociedade, de voluntários, que se manifestavam em parceria com o poder público, e se avançava nesse sentido, então o que queremos? Uma cidade forte, uma cidade que possa estar atenta a todos os momentos e claro que em uma eleição acaba abrindo uma ferida né, entende? Tem uns que defendem uma candidatura, outros defende outras, mas político é aquele que tem a capacidade de ao encerrar a eleição respeitar aqueles que vão estar no poder e cicatrizar essa ferida que abre no sentido de fazer com que a cidade possa avançar. Eu me lembro que eu fui candidato a prefeito as vezes contra ex prefeitos e tal e coisa, mas todos os prefeitos que foram durante uma questão de pouco tempo, um mês eu visitava as casas deles, por que eles estiveram aí quatro anos em frente ao poder executivo, quantas coisas já conheciam, então faz o seguinte: Terminada a eleição, tem que cicatrizar qualquer ferida que por ventura venha ser aberta ai numa eleição por que a cidade não pode perder e a cidade avança com mais propriedade e muito mais rápido quando você tem envolvimento de todo o segmento politico em prol de nos esforçarmos no sentido de acrescentar sempre algo que possa fazer com que a cidade se fortaleça e proporcione aos seus filhos dias melhores de vida.

Olhar do Vale: Em relação a administração Dr. Jonas Ari Vechi, podemos dizer que há uma ferida aberta ou existe uma cicatriz?

Ciro Roza: É … Eu nunca briguei com ninguém, mas você há de convir comigo:  Nós tínhamos toda uma linha que eu tinha te falado e você pode pegar, inclusive quando eu fui candidato não foram muitas coisas pontuais que fiz mas tem através da mídia social onde eu dizia, a partir do dia tal nós estamos aqui fazendo isso, fazer isso, isso e aquilo. Quando eu deixei de ser candidato e lancei o Dr. Jonas e o Ari permaneceu como vice, já tinha conversado com o Ari como vice, estava tudo afinado e o Jonas também, é claro que ó, toma é tua, não, vamos conversar, é esses princípios aqui e tanto que eu fiz naquelas questões pontuais de levá-los para se comprometerem com a sociedade. Eu me lembro que até para fazer o texto, com muita dificuldade para gravar o texto, e eu que tinha que acabar falando ali, e ali dizia olha compromisso do Ciro (bate na mesa) é compromisso de Dr. Jonas e Ari Vechi, e foi isso, se comprometeram, mas na prática muita coisa ai dentro  acabou não acontecendo. Mas eu dizia que iria  para a prefeitura, como eles prometiam no palanque, que nós estaríamos juntos  e como de fato eu fui , mas começou tudo errado. Já transmissão do cargo, que não foi combinado assim, mas ai vem uma eminência parda (assessor com grande poder  que atua nos bastidores) entendesse? Ai comanda tudo, você vai fazer o quê? Nós temos que ter na verdade é responsabilidade, eu acho o seguinte: Na politica não se escreve, a politica e o politico é aquele, que como antigamente fazia é o fio de bigode, é a tua palavra, se a tua palavra não vale … o acerto politico é a palavra! Por isso tem muita gente que diz que os políticos são mentirosos, não são todos, tem muitos que tem palavra. Eu conheço políticos que tem palavra e aliás eu também nunca faltei com uma palavra. Ser politico é respeitar o povo, às vezes você se compromete a dar um direcionamento e lá no andar da coisa você vê, pô, poderia ser um pouco diferente. Mas um compromisso com aquele segmento foi dado, não foi eu que escolhi, foi ele próprio, podia ser um pouco melhor, eu nunca deixei de cumprir, é assim que é a política, entende? Infelizmente as coisas não aconteceram, não quero aqui avaliar, mas pra mim que sempre acreditei que seria a maior administração da história, eu estaria ali para ajudá-los. Hoje seriam os nossos candidatos, mas você vê que se olhar para todos que tiveram ao lado deles para elegê-los, todos foram rejeitados já no primeiro mês (risos) e os que estiveram contra, subiram no palanque falando contra, alguns até que abriram processos na nossa candidatura , estão lá com cargos importantes. Como tu queres isso aí? Eles acham que  que o partido que vai ganhar a eleição. Não é verdade! Você precisa ter um partido organizado, o seu partido e você ter um direcionamento além da doutrina partidária tem aquela que é a espinha dorsal e tem aquilo que é individual, mas o partido  tem metas, por que cada dois anos tem eleição e saindo dessas lideranças vem novas, liderança jovem para que dê continuidade, então.  eu estou ai na politica há tantos anos , tenho conhecimento, tenho disposição pra isso.

Olhar do Vale: Você é o pré-candidato a prefeito?

Ciro Roza: Eu tenho certeza que o nosso partido vai ter candidato. Botei meu nome a disposição, mas tem outras lideranças e é bom quando você tem dentro do partido lideranças, por que o que a gente está construindo para Brusque é uma estrutura partidária que ela perdure,  não é olhando essas eleições, é olhando Brusque como cidade e o Brasil como um país, é desta ótica, se não não faz nenhum sentido. Eu já fui três vezes prefeito. Mas ai que eu estava ali e estava ajudando e eu fui pra lá e no final de março eu acabei saindo, agora como eu te falei a eleição, ela passa por uma decisão dos eleitores, claro que você concorre através de uma estrutura partidária, mas tu pensar que tu vai coligar, vamos dizer que tem 30 partidos e tu coliga com 25 e pegando os dirigentes para ganhar a eleição, você está enganado, a tua eleição passa pelo crivo do eleitor, se você fecha a prefeitura, vou lá falar para você … você viu que quando eu tava lá um mês é pouco? Era dez, onze horas da noite que o Ciro estava fazendo a parte política e atendendo tanto o Ari como o Dr. Jonas. Os que procuram a prefeitura não vai pensar que eles vão lá pra pedir, os que procuram a prefeitura vão lá para te parabenizar, pra te dar informação, para sugerir, aliás o que a gente falava, foi o que eu sempre fiz, olha uma cidade, ela pertence ao povo e se você se afasta do povo, que a prefeitura é a casa do povo, se fecha a porta para que você evite o povo, tu tas se afastando dos problemas, como que tu vai saber dos problemas? Não quer dizer que todos os problemas existentes você vai resolver, vai solucionar, mas você vai se esforçar, certo? Foi isso que fizeram, se afastaram dos problemas, se afastaram do povo, blindaram o chefe e o vice. Pra falar com o chefe do executivo você tem que marcar hora, dois meses, três meses, se pode até ter hora marcada para não perder o horário, mas aquele que chega lá na prefeitura fora daquela hora marcada não interessa, você sai quando não tiver ninguém. Por que você se elegeu? Tem que botar na cabeça: uma pessoa que se elege a prefeito tem que ter telefone, você tem estar 24 horas disponível. Você é o chefe da cidade porra! Eles dão para você a chave e o poder de decisão , como é que você vai desligar teu telefone? Você pode até dizer que está fora de área, mas a gente sabe que não está. Ser politico é encarar isso como prioridade, é que quatro anos passa num piscar de olhos e se você chegar prometendo o céu e a terra, você será um politico de carreira curta se não cumprir, então tem que ter humildade né, de que aquilo que você levou à confiança do eleitor precisa ser cumprida na prática. Por que as vezes claro, tem obra as vezes que você acaba não tendo os recursos no momento, mas sempre que eu prometi eu chegava bem mais na frente do que prometia. Então acho que, na verdade, quem sou eu pra dizer quem vai ganhar ou deixar de ganhar, não sei, não tenho bola de cristal, mas eu sinto que pela experiência que tenho que vai passar a escolha pelos eleitores, é claro que aquele que já comprovou na prática que á capaz, uma vez nós participamos de uma campanha e assim, quem fez fará e é isso aí cara. Quem nunca fez não se sabe, mas agora aquela diz que faz e não fez, pode desistir, pode sacar a viola.

Olhar do Vale: O Olhar do vale tem feito uma série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito e numa situação o Dr. Jonas se colocou como candidato e o Ari Vequi também se colocou como candidato. Como o senhor vê isso?

Ciro Roza: Aí você já vê um desmando! Por que o Dr. Jonas foi candidato e o Ari foi vice. Quando o Ari foi vice comigo nós íamos ,vamos dizer pra eleição ele veio na condição de vice, que depois tem a releição, a não ser que eu não quisesse participar a reeleição, a não ser que o Dr. Jonas não quisesse ir pra reeleição e que seria preparada toda uma estrutura fazer um grande trabalho e que se o titular não quisesse ser titular viria o vice, agora jamais, se o titular quer ser, como que o vice quer ser? Já tá mentindo, ele estava junto na conversa, veja bem, estou te respondendo aquilo que tais dizendo que eu não estou sabendo disso. Por que se o Dr. Jonas quer ser o candidato, era ele que tinha que ser, isso foi acordado, cara. Como é que tem essa divisão? Podia ser se o Jonas não ser candidato desde que eu declino, não quero, por que tem a reeleição. Então vai você, então tudo bem. Isso aí pra mim é também incoerente, devia se apoiar um ao outro né? (risos) daquilo que foi acordado. Claro, que no decorrer na carruagem ele pode ter feito uma avaliação e visto que a dupla não se afinava, é que nem a música, tu vai cantar a primeira voz sobe e outro cai, não vai, desafina, é ruim de escutar. Já escutou uma dupla desafinada? É ruim, dói os ouvidos né? Tem que ter afinação. Não era para estar tocando com partitura, é de ouvido,cara. O músico que toca com partitura fica estudando, o músico bom é aquele que tem ouvido, tu vai puxa aqui e já sai bonito.

Olhar do Vale: Quais os partidos que o senhor teria proximidade?

Ciro Roza:  Eu não tenho na verdade problema com nenhum partido, eu só nunca procurei ter uma aproximação com o PT porque a doutrina partidária e o norte deles é completamente diferente daquilo que penso como uma estrutura a ser fortalecida, você viu ali, só nesse período ai foi a desgraça do pais, aquilo que se conseguiu acabaram e pouco tempo. Então é o único partido que nunca procurei foi exatamente o PT, mas converso como qualquer partido. 

Olhar do Vale: Ciro, recebi uma informação, nos bastidores da politica que tem muito partido que está na base do governo municipal que esta vindo conversar com o senhor pra fazer uma aproximação. Isso é verdade?

Ciro Roza: Olha, é tu que tá dizendo (risos)

Olhar do Vale: Não é verdade?

Ciro Roza: Olha, é aquilo que te falei, eu tenho conversado com todos os partidos políticos menos o PT que nunca me procurou e também não vou procurar, por uma questão não pelas pessoas que estão lá dentro, mas em cima daquilo que eles querem por em prática. 

Olhar do Vale: Mas é verdade ou mentira?

Ciro Roza: Eu tenho conversado, até pelo amor de Deus,  eu converso com todo mundo cara. Na politica você pode através dela se organizar para por em prática um projeto que seja bom para sociedade, você pode estar junto com outro partido, na majoritária você pode coligar, não pode mais na proporcional para virar esses balcão de negócios, quando um chefe de executivo vai governar um pais ou uma cidade com tantos partidos, então isso ai a lei veio e proibiu as coligações na proporcional, mas na majoritária você pode, não tem problema, eu acho que é isso aí e então aquilo que tu  estavas falando entre então há um monte de compromissos, você há de convir comigo tu não discutir um projeto importante para cidade, dizer o fulano vai estar junto, vamos disputar, não é assim. Se é conversado em cima do que se pretendia. Eu tive muita conversa com Luis Henrique da Silveira, que que a gente pretendia, eu sempre fui defensor da mesma coisa que o palco federativo, eu tive até em Brasília fazendo palestra uma vez sobre o que acontecia no município, que tudo acontece aqui certo? 

Olhar do Vale: Bom, você sabe que uma eleição com vários candidatos te favorece em função da densidade eleitoral que você já tem. É essa sua torcida? que tenham vários candidatos?

Ciro Roza:  Eu não sei dizer porque cada eleição é uma eleição, acho engraçado que falam aquele cara tem tantos mil votos, mas onde ele  buscou isso? Ele pode ter e pode não ter e a politica sabe. Tu não pode perder a credibilidade, certo? Você pode perder a popularidade, me lembra assim até artistas, cantores, tá com uma musica nas paradas ele passa na rua e o pessoal quer autógrafo, passa uns dez, quinze anos saiu da parada ninguém quer saber, é tudo questão de momento. então o que tu não pode perder é a credibilidade na politica né, independente de qualquer coisa, porque hoje você pode perder um pouquinho a popularidade, mas ai você reconquista. Aagora, quando perder a credibilidade, aí acabou. Pode pendurar as chuteiras. Quando o cara pega um rótulo, principalmente de traidor, pega de traidor, isso rapaz … eu me lembro do Judas Escariotes, isso está na Biblia, falar de judas, Deus me livre, traidor, traiu aquele que pregava a paz, a ordem e que amava ele por causa de 30 moedas. O traidor quando ele é rotulado como traidor, esse cara pra mim está acabado.

Olhar do Vale: Quem seria o traidor então na sua visão?

Ciro Roza: (risos) Quem julga, quem julga, na minha visão é o  seguinte : Quem é o traidor? É aquele que está contigo, do seu lado pra se chegar ao objetivo, você passa pelos primeiros obstáculos existentes, tem que ser coletivo, quando passa ser individual, renega a todos. Esse é o traidor! Em qualquer setor, mas eu não sei quem são os traidores, o povo que vai julgar.

Olhar do Vale: Dr. Jonas e Ari, seriam os traidores na sua visão?

Ciro Roza: Não vou julgar totalmente esse e aquele, o que quero dizer é que quando tu me fala, não to falando de questão de traidor, mas a mentira é parecida com a traição né? Se você tem um acordo e de repente tem que valer aquilo que foi acordado, cabe a eles também, isso é problema deles, e a escolha é soberana, Graças a Deus que é assim, é o eleitor que vai escolher.

 

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Jornalista graduado pela Univali em 2003 e pós-graduado em Gestão Estratégia Empresarial (ICPG) e Marketing (Univali). Passou por diversos veículos de comunicação da cidade, principalmente rádio. Desde 2011 atua também com treinamentos na área de oratória. Já treinou políticos, empreendedores, profissionais liberais e pessoas que tinham interesse em dar entrevista na mídia. Em 2014 fundou o Olhar do Vale, portal de notícias de credibilidade na cidade.