Ensaio de “Paixão e morte de um homem livre” foi marcado pela benção dos palcos

Foto: Ideia Comunicação

Na tarde de domingo, 10 de março, a chuva coloria de cinza os vales tão verdes da comunidade São Cristóvão, no bairro Aymoré, em Guabiruba. No local, mais de 300 atores voluntários aguardavam com ansiedade o primeiro ensaio da 22ª edição do espetáculo “Paixão e Morte de Um Homem Livre”, realizado pela Associação Artística Cultural São Pedro (AACSP).

“Hoje realmente iniciamos os trabalhos e a expectativa é que o tempo colabore para que possamos realizar o ensaio dentro do previsto. A motivação é sempre a mesma: evangelização. O que reúne tantas pessoas é este propósito”, afirma o presidente da AACSP, Marcelo do Nascimento.

Antes de subir aos palcos, capas de chuva foram distribuídas e a diretora do espetáculo, Rejane Habitzreuter Schlindwein, era quem comandava a movimentação. “Estou feliz. Mesmo com chuva, acredito na nossa energia e vamos fazer este primeiro ensaio acontecer”, enfatizou.

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Marcado para acontecer até a cena 16, o ensaio se estendeu até por volta das 18h. Já no fim da tarde a chuva deu uma trégua e permitiu a conclusão dos trabalhos dentro do previsto.

Benção dos palcos

Antes do início dos ensaios, o padre da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Silvano Borba, esteve no local e abençoou os palcos. O religioso caminhou por toda a estrutura e fez a entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida em um altar erguido nos fundos do palco.

“Esta é uma maneira diferente de estar evangelizando. Até porque não se evangeliza apenas nas duas noites de apresentação do espetáculo. A evangelização começa desde o tempo de preparação. Em janeiro, no início da montagem dos palcos, já havia oração. Ou seja, a evangelização não é só daqueles que recebem, mas de todos que estão envolvidos com o projeto”, explica padre Silvano, que atua em Guabiruba desde 2017.

Segundo ele, a paróquia caminha ao lado do espetáculo e os sacerdotes estarão sempre no local dando o apoio necessário para os momentos de oração. “O pedido que deixo durante este tempo de Quaresma é buscar ser fiel no pouco que Deus nos pede. Só isso já nos permite vivenciar a graça de Deus”, observa o religioso.

Formação

Antes de pisar nos palcos pela primeira vez, mais de 100 voluntários que interpretam o povo passaram por exercícios cênicos, ministrados no local pela arte educadora Jaqueline da Silva. Primeiro um grande círculo foi formado, estimulando movimentos de alongamento. Logo depois, já em pequenos grupos, os atores passaram a construir a identidade de cada personagem.

“A proposta é trabalhar esta autonomia de criação, para que eles possam sentir confiança em atuar. O povo é um personagem coletivo, mas cada pessoa contribui individualmente para esta formação. Assim, a direção do espetáculo não precisa dizer o que cada um tem que fazer. Eles mesmos podem ajudar na composição da cena”, afirma Jaqueline.

Muito conhecido neste bloco que interpreta o povo no espetáculo “Paixão e Morte de Um Homem Livre”, Juliano Schaefer, mais conhecido como “Chuli”, fala da satisfação em fazer parte do elenco. “Você sabia que eu contracenei com Francisco Cuoco e com Julio Rocha? Estar aqui é muito bom e eu sempre gostei de teatro. Acredito que, como povo, ninguém faz melhor do que eu”, detalha Chuli, com humor.

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