Dia mundial da poesia: Aluno da Escola Feliciano Pires se destaca ao escrever poemas

Diogo ao lado do professor de Língua Portuguesa Alcino Müller

Hoje é comemorado no mundo o Dia da Poesia. A data foi criada na 30ª Conferência Geral da UNESCO em 16 de novembro de 1999. E para comemorar a data o Olhar do Vale encontrou um estudante da Escola de Educação Básica Feliciano Pires que escreve poesias. Ele é novo, tem 16 anos, mas já demonstra talento com as palavras.  Em 2016, ganhou um prêmio como melhor poesia da sala, na escola onde estudava.

Estamos falando de Diogo dos Anjos Geremias, um gaúcho da região metropolitana de Porto Alegre, que adotou Brusque como sua cidade há um ano.  Diogo explica que começou escrever  em 2016. Como se julga muito tímido, foi uma forma que encontrou  de se expressar.

Ele conta que, por ser muito novo, a maioria dos textos são fictícios. ” A  idade não me faz ser alguém tão vivido a ponto de ter histórias interessantes. Acredito que todos que tem dificuldades em se expressar deveriam escrever, pois foi com a escrita que perdi grande parte de minha timidez”, conta Diogo.

Publicidade

Leia a poesia de autoria do estudante Diogo dos Anjos Geremias:

O Reflexo

Me olho no espelho
Vejo meu reflexo
No mesmo instante fico perplexo,
Pois ali percebo,
Onde foram parar as marcas que havia feito em mim mesmo?

Com essa dúvida permanente
Tento me manter consciente
Frente a este grande quadro envidraçado
Mais uma vez, sinto-me despedaçado
Em estilhaços, permaneço
Outra vez, me indagando sobre a possibilidade de um recomeço.
Por que estou há tanto tempo olhando para este maldito espelho?
Parece que nem ao menos me conheço.

Junto meus cacos,
Cada pedaço
Mantenho-me concentrado
E as poucos a afiada lâmina vai refazendo cada traço
Me renovo ao ver o suave corte em meu rosto
Como se uma linda pintura acabara de ser feita após o término de seu esboço.

Minha blusa azul perde a cor
Cada vez que olho meu reflexo, me sinto melhor
A temperatura ambiente faz com que junto ao vermelho escorrendo, vá também um pouco do meu suor.
Enquanto a gota de sangue avermelhada colore todos os meus opacos fios pretos
Descendo de pouco em pouco
Outra gota amarga chega em minha barba
Onde lá, com sua tonalidade forte, faz com que minha pele cansada se renove,
E ela vai descendo cada vez mais, sem limites.

Minha visão fica turva,
Me sinto numa estrada perigosa,
sem curva.
A lâmina cai no chão
Enquanto sinto a brisa passar entre o vidro do carro,
Lá embaixo, as rodas se sujam de barro.
Antes de desmoronar, faço da pia ensanguentada minha palheta de cores.
pego meu cigarro,
E faço com que entre aquele mar vermelho esteja o meu pigarro.

Aos poucos o vidro em minha frente se quebra,
Da mesma maneira que meu corpo cai por terra.

Enfim, estou no chão
Enquanto o carro bate após entrar na contramão,
O cigarro ao meu lado acende com o fogo carmesim
E este,
Finalmente simboliza o meu fim.

 

Texto: Anderson Vieira

 

Comentários


Os comentários serão analisados pelo editor do site e podem ser excluídos caso contenham conteúdo discriminatório, calunioso ou difamador. O nosso objetivo é promover a discussão de ideias entre os internautas. Esteja ciente que comentando aqui você assume responsabilidade pela sua opinião.