Delegado esclarece caso de maus tratos com gata jogada no rio


O delegado Matusalém esclareceu na noite desta terça-feira (18) o caso de uma gata que foi jogada em um rio por um grupo de adolescentes em Brusque.

Dois vídeos circularam pelas redes sociais no domingo e deixaram à população revoltada.
Em um deles os adolescentes jogavam a gata que em primeiras informações estava prenha ( foi descartado pelo veterinário, era apenas inchaço no abdômen) no rio.

No outro vídeo adolescentes davam bebida para o gato. Em um primeiro momento, a Acapra achou que era o mesmo animal jogado no rio.

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Confira a nota da Polícia Civil:

Embora tenham viralizado dois vídeos, um onde a gata e jogada na água e outro onde dão vodka ao gato(a), são casos e animais distintos.

No caso da gata atirada na água os menores foram identificados e ouvidos na presença dos pais, responderão por ato infracional análogo a maus tratos de animais (um deles aparece no vídeo pedindo para que os outros não façam aquilo).

Em relação ao vídeo da bebida,segundo apurado até o momento o fato também ocorreu em Brusque mas no ano passado. Porém ainda não identificamos quem é aquele rapaz que da a bebida ao gato (a).

A Associação Catarinense de proteção aos animais, a Acapra, também emitiu uma nota depois de ser acusada de roubar a gata dos donos:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
No início da tarde do último sábado (15/02) começou a circular dois vídeos com imagens de três adolescentes praticando maus tratos em uma gata que aparentava estar prenha, em poucas horas ambos foram viralizados e chegaram ao conhecimento de alguns voluntários da Acapra, sendo os mesmos divulgados em nossas redes sociais no sábado a noite como tantas outras imagens de maus tratos que já recebemos. No domingo de manhã as imagens já estavam sob total domínio público, e paralelo a isso surgiram imagens da parte dos envolvidos no vídeo exibindo uma arma de fogo, por conta disso foi decidido dentro do grupo da diretoria da ONG que o caso necessitava de uma missão de resgate para averiguar se a gata se encontrava viva e em que estado de saúde. Na metade da tarde de domingo um grupo de voluntários se dirigiu ao local acompanhado por policiais do pelotão de patrulhamento tático, após uma rápida busca a gata foi localizada deitada no canteiro de uma residência, a mesma apresentava sinais de dor e estado febril e por essa razão os presentes acharam que uma consulta com um veterinário se fazia necessária. Por ela estar dentro de um terreno particular os voluntários questionaram os vizinhos e foram informados de que os moradores da casa eram os tutores da gata e por essa razão chamaram por eles diversas vezes para pedir permissão para levá-la, porém não obtiveram sucesso. Visto que o estado de saúde da gata não parecia perfeito os voluntários acharam por bem levá-la da mesma maneira e retornar mais tarde para esclarecimento com os tutores, sendo que essa decisão foi endossada e teve total apoio e permissão dos policiais presentes. A gata então foi conduzida a uma clínica parceira e devido a grande comoção popular que já havia se instaurado foi postada uma foto informando que a mesma havia sido encontrada e estava sendo tratada. Na consulta foi constatado que a gata não estava prenha e sim com inchaço no abdômen e que era castrada, e aparentava estar em estado de saúde aceitável apesar dos sinais de stress, provavelmente devido ao trauma que sofrera na noite anterior. No mesmo dia a noite um senhor veio a público através de suas redes sociais alegando que a gata pertencia a seus pais e que a mesma havia sido retirada sem permissão de seu terreno, abertamente acusando os voluntários envolvidos de roubo. O mesmo ficou em conversa com dois membros da diretoria por várias horas durante a noite de domingo e também durante toda a segunda feira, exigindo que devolvêssemos sua gata e alegando que ele e sua família (incluindo seu filho adolescente) estavam sofrendo ataques e ameaças por conta da foto postada.

Contextualizado o caso, gostaríamos de pontuar algumas coisas:

  • O caso veio a público e se espalhou antes do envolvimento direto da Acapra, visto que as imagens foram compartilhadas incansavelmente via WhatsApp;
  • A ONG considera os atos praticados com a gata abomináveis e espera que a lei dos maus tratos seja cumprida e que todos os indivíduos que podem ser vistos nas imagens sejam punidos;
  • Foi constatado que o vídeo que mostra os adolescentes forçando a gata a ingerir bebida alcoólica foi feito em outro dia e lugar e muito provavelmente não se trata do mesmo animal;
  • Os voluntários removeram a gata de onde estava por se preocuparem com sua saúde e bem estar e acreditaram sinceramente que seus tutores fossem concordar com o ato;
  • A ONG de maneira alguma interpreta o ato como um roubo visto que não houve essa intenção e que o ato foi endossado por policiais presentes;
  • A gata encontra-se bem cuidada, com peso e pêlo saudáveis, e segue internada por ainda apresentar sinais de stress e se fazerem necessários exames complementares;
  • Na interpretação da maioria dos membros da diretoria os atuais tutores dão a gata um bom tratamento visto que a resgataram com saúde debilitada, providenciaram sua castração e cuidaram do restabelecimento de sua saúde após o resgate, e precisam apenas de algumas orientações para melhorar sua segurança e bem estar diários;
  • A ONG de maneira alguma culpa os tutores pelos maus tratos sofridos nas imagens compartilhadas visto que é comum gatos serem mantidos livres nos terrenos de suas casas e a mesma ter sido tirada de seu quintal pelos infratores sem que seus tutores tivessem conhecimento do fato, algo a que grande parte das pessoas que possui animal de estimação está sujeita;
  • A ONG rechaça duramente qualquer tipo de ataque ou ameaça aos tutores e suas famílias, principalmente as direcionadas ao neto menor de idade que teve de ser afastado de suas atividades escolares, e presta sua sincera solidariedade;
  • O maior interesse dos voluntários envolvidos é o bem estar da gata, independentemente da opinião popular ou outras interferências externas.

Deixados os devidos esclarecimentos, informamos que atualmente é protocolo da ONG o seguinte plano de ação: quando um animal é resgatado e posteriormente alguém vem a público alegando ser seu tutor o mesmo é chamado para uma conversa com um ou mais membros da diretoria para esclarecimentos e orientações, e após isso o animal é devolvido conforme direito assegurado por lei ao tutor. Por essa razão o tutor da gata foi convidado a se reunir pessoalmente com a diretoria para que essa conversa aconteça e posteriormente o caso possa ser encerrado da melhor forma possível, especialmente para a gata. Estamos no aguardo do retorno do mesmo e assim que isso acontecer postaremos atualizações.

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