Criança é mordida por coleguinha e família quer saber aonde estava a professora


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Um caso acontecido no dia 2 de abril deste ano, mas divulgado agora, tem revoltado a família de uma menina de pouco mais de um ano de idade. Neste dia, a criança levou cinco mordidas de um coleguinha no Centro de Educação Infantil(CEI) Emília Floriani de Oliveira, localizado no bairro Santa Terezinha em Brusque. De acordo com a mãe da criança, Franciele Petschow, não é a primeira vez que o caso acontece na escola. O fato já ocorreu com outra criança, mas envolvendo o mesmo menino nas mordidas. Essas situações podem ocorrer em função de se tratarem de crianças e elas não têm noção do que fazem, mas o que gera indignação é a falta de intervenção da professora e da auxiliar, que segundo a Secretária de Educação Gleusa Fischer e a diretora do CEI Fátima Bastiani, estavam na sala.

A mãe reclama também de um relatório que é feito sobre o dia da criança que está com incoerência entre o que aconteceu e o que está escrito.

Os pais: Franciele e Jaison Petschow.
Os pais: Franciele e Jaison Petschow.

” Na agendinha está escrito que a minha filha dormiu bem e comeu bem, o do dia já está preenchido na parte da manhã. Isso não pode acontecer”, comenta. Franciele faz uma observação: “Aonde estavam as professoras, já que é impossível uma criança levar cinco mordidas em um curto espaço e tempo, foi muita falta de responsabilidade e muita falta de atenção”, indigna-se.

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A mãe registrou um boletim de ocorrência sobre o fato, porém, embora registrado, a polícia não dará prosseguimento em função de que a polícia só age se o autor for maior de 12 anos e este fato não caracteriza crime. “Nós iremos encaminhar o boletim ao conselho tutelar”, afirma o delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Alonso Torres.

Após uma conversa com a Secretaria de Educação de Brusque, a família da criança conseguiu uma transferência para um CEI que fica no bairro Limeira.

O que diz o Centro de Educação Infantil?

A reportagem do Olhar do Vale entrou em contato com a diretora do CEI, a professora Fátima Bastiani que nos atendeu via telefone. Ela informou que não foi autorizada pela Secretaria de Educação a gravar entrevista, mas nos deu detalhes sobre o fato.Inclusive, a diretora realizou todo relato, de forma imparcial, segundo os pais, do que aconteceu, veja abaixo:

Relato que foi feito pela diretora e entregue aos pais da criança.
Relato que foi feito pela diretora e entregue aos pais da criança.

A diretora foi questionada sobre aonde estavam a professora e a auxiliar no momento do fato. Ela disse que estavam em sala de aula em uma turma de 12 crianças e concorda que foi um momento de descuido das profissionais. “Acredito que foi um momento de descuido, pois as crianças com este comportamento geralmente procuram as mais indefesas para atacar. A menina não chorou, senão com certeza aconteceria a intervenção.

A criança que praticou as mordidas está sendo encaminhada para atendimento, informa a diretora.


O que diz a Secretária de Educação Gleusa Fischer?

A Secretária Municipal de Educação Gleusa Fischer também foi procurada pela reportagem Olhar do Vale, que, apesar de não querer gravar entrevista, foi bem receptiva e passou todas as informações do seu conhecimento sobre o caso. A Secretária inicialmente lamenta a exposição do fato nas redes sociais.

As fotos da criança foram postadas no Facebook pela madrinha da criança e no momento da produção desta reportagem já estava com 479 curtições e 1.233 compartilhamentos. ” Nós temos que proteger as nossas crianças, mas a família achou por bem expor a criança e o caso, inclusive nas redes sociais. Temos que resguardar as nossas crianças”. Quanto a pergunta se as professoras estavam na sala, a secretária afirma que sim: “Nós temos uma legislação a cumprir que diz que para cada 12 crianças temos que ter dois profissionais na sala e nós tínhamos a professora e mais uma auxiliar”, comenta.

Outro fato que a Secretária lamenta é o fato do assunto ter virado o caso de polícia. ” São duas crianças de pouco mais de um ano, gente. O delegado ligou aqui perguntando quem era o autor do crime, quando falamos a idade das crianças ele desconsiderou o boletim de ocorrência. Repito: Nós temos que proteger as nossas crianças”.

Atitudes

A Secretaria informa que muitas atitudes irão ser tomadas para que o caso não ocorra novamente. “Nós redobramos a atenção com as crianças e novas atitudes serão tomadas, inclusive em relação ao preenchimento da agenda da criança que deve ser obrigatoriamente preenchida no final do dia e não como aconteceu”.

O Olhar do Vale tentou localizar os pais da criança que cometeu as mordidas, até para se defenderem também, pois isto é um fato ocasionado por crianças, mas não nos foi passada qualquer informação sobre quem são os pais do menino. A reportagem também quis conversar com a professora, mas também não foi possível em função de não conseguirmos ter acesso a profissional.

Acompanhe o áudio com o depoimento da mãe, Franciele Petschow, sobre o fato:

Texto e fotos e gravação: Anderson Vieira

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