“Conversa mole”, “prefeito biônico”, “sempre prefeito Paulo”, “pega a viola e vai embora”. Sessão repleta de polêmicas


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Foto: Câmara de Brusque –

Brusque – Não faltou polêmica no momento destinado à palavra livre na sessão da Câmara de Vereadores de Brusque desta terça-feira (14). Tanto entre os vereadores quanto entre a plateia que, inspirada, participava ora vaiando, ora aplaudindo e ovacionando.

O primeiro a discursar, Guilherme Marchewsky (PMDB) baseou seu discurso na defesa do voto aberto, requerido por grande parcela da população. De acordo com ele, os vereadores não podem ter medo de mostrar a cara. “A Justiça nos deu a prerrogativa de realizar a votação secreta e fechada, mas por sentir que a população brusquense se manifesta, vamos tentar mudar isso”, pontuou.

O peemedebista também comentou e argumentou sobre a preferência assumida por Prudêncio para candidato a prefeito nas eleições indiretas do dia 30 de abril. “Queremos fazer um governo de várias mãos, mais solto, com políticas públicas eficientes”. Sobre o ditado de que “na política, se negocia até com o diabo”, Marchewsky foi incisivo: “Eu sou cristão e não cuspo na cruz”. O político foi aplaudido.

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Vaiado antes mesmo de começar o discurso, Valmir Ludvig (PT) começou explanando sobre a cassação de Paulo Eccel (PT). O assunto que ainda repercute nas galerias do legislativo foi classificado como um golpe pelo petista. “A justiça tem lado e a política está criminalizada”, bradou. Por repetidas vezes, ao se referir ao ex-prefeito, Ludvig insistiu propositalmente em dizer “o sempre prefeito Paulo”.

Se não bastasse a polêmica criada até aí, Valmir classificou o movimento da atual situação governista à favor do voto aberto como “conversa mole”. Segundo ele, não é possível acreditar que a intenção dos que capitaneiam a causa seja mesmo a de ouvir a população, já que em outras vezes, projetos de interesse dos brusquenses foram rejeitados.

Ludvig estava com tudo! Tanto que ainda deu tempo de criar o termo “prefeito biônico”. Uma referência a Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD). O termo se popularizou durante o Regime Militar, quando prefeitos eram indicados para assumir cidades à partir da sanção de autoridades de Brasília. Marli, em aparte, aproveitou para lembrar que Prudêncio assumiu a Prefeitura no aniversário da tomada do poder pelos militares. Mais vaias.

José Isaias Vechi (PT) usou de seus quinze minutos para tentar defender a Petrobras. Segundo ele, a grande mídia só sabe dar repercussão para os podres descobertos dia após dia, sem notar o que ela ainda representa para o Brasil. No telão, ele apresentou números e dados que provam, segundo ele, que a empresa é idônea.

Prontamente, Dejair Machado (PSD), em aparte, contrariou o petista, mostrando dados da Gazeta Mercantil que apontam uma perda da estatal de R$ 21 bilhões, apenas na última semana. “Contra os números, não há argumentos”, sacramentou.

O último a falar foi o pessedista Ivan Martins. Nem por isso ele pegou menos pesado. Em seu discurso, Martins criticou a postura de Valmir Ludvig quanto a opinião proferida sobre a decisão que retirou Eccel do cargo. “Antes dizia que a Justiça era correta. Agora que o TSE caçou a liminar, a Justiça não presta mais (…) Ele [Paulo Eccel] sempre se achou acima de tudo e de todos, até mesmo da Câmara. Ainda querer vir contestar? Bota a viola debaixo do braço e vai embora!”. Ivan também acusou o ex-prefeito de ter tomado decisões unilaterais enquanto chefe do Poder Executivo municipal.

por Wilson Schmidt Junior

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