Conhecimento que transforma: Educação online desenvolve colaboradores de indústria metalúrgica

Uma empresa preocupada não só com os resultados, mas também com o crescimento intelectual de seus colaboradores. A ZEN  S.A. Indústria Metalúrgica pode ser definida nesta frase.

Sediada em Brusque, Santa Catarina, a empresa atua no setor automotivo desde 1960 e foi três vezes eleita como uma das 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil segundo a revista Exame  por três anos consecutivos:  2016, 2017 e 2018.

A indústria investe no desenvolvimento dos seus funcionários não só em workshops e treinamentos presenciais mas também em uma plataforma online que existe desde 2016:  O portal Educa.

O portal de educação corporativa nasceu com o objetivo de criar seus próprios cursos não só através do departamento de Recursos Humanos (RH), mas também onde os próprios colaboradores possam compartilhar conhecimento com os colegas.

“Nós construímos o conteúdo junto com vários líderes e mesmo antes de termos a plataforma  já tínhamos  a cultura das pessoas multiplicarem o conhecimento , de  contribuírem com aquilo que elas já sabem para a formação dos colegas de trabalho”. É o que explica a analista de RH Gilmara Zandomenigh.

Funciona da seguinte maneira: O colaborador tem um login e uma senha e tem acesso não só a cursos que são inerentes ao seu trabalho como por exemplo: logística, programas de qualidade, agente Lean, que é um curso da filosofia Lean que desenvolve pessoas a combater desperdícios,  mas também outros temas, como: educação financeira e como aprender a dizer “não”.

Ao todo são mais de 10 mil horas de conteúdo disponibilizadas na ferramenta e no ano passado foram emitidos 1.212 certificados de conclusão de cursos oferecidos pelo Educa.

Além disso, muitos dos cursos estão voltados para os colaboradores desenvolverem os comportamentos que a empresa julga importante na rotina de trabalho. Colaboração, disciplina, respeito e trabalho em equipe, são alguns deles.

De acordo com a gerente de RH Schirlei Knihs Freitas “foi  implantada recentemente uma avaliação de desempenho na produção e  todos os comportamentos dos colaboradores são avaliados. No Educa tem um curso explicando como é o comportamento, o conceito e quais são os exemplos práticos e como a empresa espera que a pessoa se porte. além de dicas de como desenvolvê-los”.

A maior parte dos treinamentos são livres, isso quer dizer que  todos  os 900 funcionários da empresa podem acessar e fazer os cursos que eles têm interesse.

Na plataforma são apresentadas videoaulas divididas em tópicos para facilitar o estudo do colaborador.  Há ainda no sistema uma biblioteca virtual sobre os mais diferentes assuntos para consulta.

O funcionário pode estudar durante o horário de trabalho quando são cursos  exigidos pela empresa ou na comodidade da sua casa, quando se trata de cursos não obrigatórios.

De acordo com  Schirlei a implantação do Educa “foi uma forma encontrada  para facilitar o desenvolvimento dos colaboradores com investimento menor e com mais flexibilidade de horários”.

Desenvolver as pessoas é uma das metas da ZEN . “Focamos no desenvolvimento das pessoas e na nossa avaliação  de desempenho  tem uma competência chamada autodesenvolvimento. Então, o nosso objetivo é também proporcionar para que o colaborador busque o seu crescimento profissional e pessoal”, afirma.

Um campo de oportunidades

Com a implantação do Educa, as responsáveis pelo RH começaram  a identificar pessoas focadas no desenvolvimento pessoal por iniciativa delas, diferentemente de um treinamento presencial, onde a empresa determina quem vai participar.

“A gente começou a identificar melhor pessoas  focadas em autodesenvolvimento. Em um treinamento presencial você escolhe quem vai convidar. Já na plataforma online a gente começa a perceber: “olha essa pessoa está fazendo o terceiro curso , quarto , quinto”. Conseguimos identificar genuinamente quem tem interesse em se desenvolver e a gente começa a dar oportunidade para  quem tem iniciativa”, avalia Gilmara.

Alguns cursos são pré-requisitos para o colaborador galgar posições dentro da empresa:

” Ninguém assume liderança sem ter feito o agente Lean, por exemplo. É um curso que as pessoas se inscrevem voluntariamente e a gente monitora o histórico delas, os cursos buscados e como tem se desenvolvido”, explica Schirlei.

 

Os campeões de acesso

As oportunidades na vida são aproveitadas por quem tem atitude. Elas estão aí,

escancaradas, mas sem a atitude necessária para estudar, fica mais difícil de conquistá-las.  E claro, além do estudo, colocar em prática o que aprendeu é fundamental.

É o caso do operador de produção Ledislau Gomes da Silva, de 26 anos, natural de São Paulo, começou na ZEN há um ano e dois meses. O amor o trouxe a Brusque. ” Conheci a minha esposa, que é de Brusque em São Paulo. Vim passar as férias e gostei da cidade. Acabei ficando e consegui um emprego na Zen”, conta.

Do ano passado para cá, Ledislau já fez 35 cursos na plataforma. Só neste ano foram oito. Além dos cursos da sua área, um deles mudou, segundo ele, as suas atitude em casa. Foi o curso de economia doméstica. ” Além dos cursos que me ajudaram a interpretar desenhos e gráficos dentro da empresa, a plataforma me ajudou muito na área de finanças. Eu mudei em casa. Aprendi a economizar e gastar somente o necessário. Ter mais controle financeiro. Eu não tinha a mentalidade que cortes nos pequenos custos do dia a dia iam fazer uma grande diferença no fim do mês”, explica Ledislau que tem um filhinho de cinco meses.

E ele espera mais, colocando em prática os conhecimentos adquiridos. “eu espero crescer junto com a empresa e demonstrar meu conhecimento no dia a dia, mostrar minha capacidade e desenvolver, subir um degrau de cada vez e me realizar profissionalmente”.

Crescimento profissional também é o objetivo de Rafaela Merisio, de 30 anos, que atua como programadora de atendimento ao cliente. Ela entrou na empresa há cinco anos.

” Na época eles queriam uma visão feminina para o setor e eu trabalhava em um fornecedor da ZEN. Achei que seria uma oportunidade de crescimento e enviei meu currículo. Deu certo”, conta.

Rafaela também se destaca por ter se inscrito em oito cursos neste ano até o momento. Apaixonada pelo que faz, afirma que não escolheu a profissão “foi a profissão que me escolheu”.

O uso do Educa se deu quando começou a fazer alguns cursos relacionados a logística. Ela avalia que alguns cursos oferecidos na plataforma tem nível comparado a de uma pós-graduação. “Alguns cursos que fiz acabaram me dando um norte na pós, pois o curso online é ministrado por especialistas na área. Então você tem o conhecimento do mercado e depois vai para a aula para discutir”, conta.

Para Rafaela o Educa abriu sua mente. ” Hoje consigo enxergar os outros processos de uma forma um pouco diferente e aprofundar, pois a gente tem disponível ali cursos relacionados a produção, por exemplo que eu preciso conhecer. Eu preciso conhecer o processo, então o educa ampliou a minha visão em relação ao processo produtivo”.

Se o benefício no campo profissional, segundo Rafaela,  foi  inquestionável, também causou mudanças  no campo pessoal. “Internamente mudou também. Fiquei mais abrangente, mais acessível , uma pessoa com um olhar mais amplo. Quando você se limita ao seu setor e à sua função você não consegue evoluir e principalmente ajudar as outras pessoas, o  que eu acho muito importante”, ressalta.

Texto: Anderson Vieira

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