“Alemão em Canto”: uma mistura de amizade, música e ensino da língua alemã


 alemão em canto

Nas noites tranquilas de segunda-feira, de longe é possível ouvir o conjunto de vozes no ritmo da gaitinha de boca, violão e do acordeon na rua São Pedro. A melodia que enche de vida o escuro da noite, sai da casa da professora Olídia Gartner de Souza, 75 anos, onde a sala de estar se transforma em sala de música para 22 pessoas do “Alemão em Canto”, grupo que canta e encanta com suas melodias na língua alemã. Mocinhas da Cidade, Beijinho Doce, Moreninha Linda e Chalana são cantadas em alemão com a mesma facilidade do português. O grupo frisa que não é um coral, apesar das apresentações em asilos, festas e eventos da comunidade. Deixa claro que gosta muito de cantar, conversar e se divertir. Mais que isso, de cultivar a língua alemã e a amizade.

 “A ideia foi fugir das aulas tradicionais de ensino da língua alemã e começamos por meio da música, a partir de canções populares”, conta o professor Emiliano Daniel de Souza, que juntamente com a mãe Olídia e a cunhada e professora Roseane Huber de Souza, idealizou o “Alemão em Canto”.  O projeto iniciou em 2010 com cinco pessoas e um objetivo: aprender e praticar alemão cantando. “A partir das canções desenvolvemos noções de gramática, pronúncia, dicção, leitura, tradução e interpretação”, explica Roseane, professora municipal da língua alemã de 1995 a 2000. Segundo ela, um dos principais livros é “Das Volksliederbuch”, uma compilação de canções folclóricas germânicas a partir da Idade Média.

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Além de cantar, o grupo compartilha receitas germânicas, conhecimento e cultura toda semana, das 19h às 21h. Depois disso a conversa segue, regada a chás, café, bolacha e Schnaps mit Zitrone (cachaça com limão produzida por uma das alunas). “Eu comecei em fevereiro. Falar eu tenho mais facilidade, estou aprendendo a ler em alemão, que é mais difícil. Aqui a gente aprende e faz amigos”, fala João Schaefer, 62 anos, o gaiteiro do grupo.

A sala está quase pequena para tanta gente, mas lá é como coração de mãe. Se alguém se interessar, dá-se um jeito no espaço. Tanto que em 2011 um novo grupo de adolescentes e adultos que não sabia alemão começou a frequentar a casa entre 16h30 e 18h. Permanecem até hoje.

Cada pessoa que está lá reflete a realidade do sonho de Olídia, que já foi professora de alemão na rede municipal de ensino. “É um sonho sendo realizado. É uma forma de fazer novas amizades e de cultivar as antigas. As aulas trazem ainda mais alegria para dentro da minha casa e da minha família. A gente vai se aperfeiçoando, aprendendo novos vocábulos e músicas. Eu gosto de ver a casa cheia”, fala Olídia.

Viagem para Alemanha

O grupo, com integrantes entre 40 e 76 anos, embarca para o sul da Alemanha no dia 28 de setembro. Já ensaiaram o Hino de Guabiruba, que será cantado durante visita ao prefeito de Karlsdorf-Neuthard, cidade co-irmã de Guabiruba. Na programação está a apresentações de diversas canções. O retorno ocorre no dia 16 de outubro.

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