Nos últimos doze meses, brasileiro trabalhou em média 12 dias por mês para pagar a cesta básica

Todos as capitais tiveram aumento, mas algumas delas registraram um aumento maior que média nacional, como é o caso de Florianópolis, que teve o maior aumento percentual do país, 39,79%.


A HelloSafe Brasil calculou a média de tempo que o brasileiro precisa trabalhar para ter o dinheiro suficiente para pagar a cesta básica. Entre outubro de 2021 e setembro de 2022, a média nacional foi de 119 horas. As capitais que registraram os menores tempos foram Aracaju (96 horas), João Pessoa (102 horas) e Salvador (102 horas). Já as capitais onde os trabalhadores têm um custo de vida mais alto atualmente são: São Paulo (138 horas), Florianópolis (137 horas) e Porto Alegre (135 horas).

Também foi feita a comparação do mesmo período com dez anos atrás. A média de tempo nacional foi de 91 horas em 2012 para 119 em 2022, um crescimento de 30,76%. Todos as capitais tiveram aumento, mas algumas delas registraram um aumento maior que média nacional, como é o caso de Florianópolis, que teve o maior aumento percentual do país, 39,79%.

Tempo de trabalho para pagar uma cesta básica deve diminuir no próximo ano

Apesar de apresentar resultados diferentes para cada capital, o Brasil de um modo geral segue a mesma tendência de curva. No inicio da análise, o tempo de trabalho estava em seu ponto mais alto e todas as capitais (que tem o levantamento completo durante os vinte anos) registraram recorde em março de 2003. Desde então, com algumas variações positivas e negativas, mês a mês o tempo foi diminuindo até atingir os pontos mais baixos entre 2012 e 2014. A partir disso, observa-se um novo crescimento que se mantêm até atualmente e ainda não mostra um indício de recuo.

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Linha que claramente segue as movimentações da inflação no Brasil. O IPCA registrado nos últimos 20 anos teve um pico em 2002/2003. A partir disso, ele foi caindo até 2015, quando teve uma nova alta. Em 2018, uma outra redução e desde então, vem crescendo. A inflação acumulada nos primeiros nove meses do ano está em 4,09%, isso indica que ela deve terminar 2022 abaixo do nível atingido no ano passado, quando a taxa fechou o ano em 10,52%, a maior desde 2015. A possível redução é um indicador positivo que deve influenciar diretamente no tempo trabalhado para pagar uma cesta básica no Brasil e espera-se uma redução para o próximo ano em reflexo da diminuição do IPCA.

Qual a lista de alimentos que contêm a cesta básica?

O Decreto Lei n° 399, de 30 de abril de 1938, ainda válido atualmente, fez a regulamentação do salário mínimo no Brasil e também, definiu os alimentos que fazem parte da cesta básica de alimentos. É com base neste Decreto que o levantamento mensal do Dieese é feito. Os preços dos alimentos abaixo são levantados mensalmente nas capitais brasileiras em diferentes estabelecimentos, como supermercados, açougues, feiras livres e mercados públicos. São estes alimentos considerados para o cálculo de horas de trabalho x cesta básica.

A cesta básica contêm 13 alimentos considerados essenciais para o sustento de um adulto durante um mês.

AlimentoQuantidade
Carne6,0 kg 
Leite15,0 L
Feijão4,5 kg 
Arroz3,0 kg 
Farinha1,5 kg 
Batata6,0 kg 
Legumes (Tomate)9,0 kg 
Pão Francês6,0 kg
Café em pó600 gr
Frutas (banana)90 unid
Açúcar3,0 kg 
Óleo1,5 kg 
Manteiga900 gr

Qual o valor do salário mínimo?

Atualmente, o valor do salário mínimo no Brasil é de R$ 1.212,00. Este valor está em vigor desde o dia 01 de janeiro de 2022.

O trabalhador que recebe um salário mínimo mensalmente, recebe por hora R$ 5,51 e por dia R$ 40,40.

Metodologia

Esta análise foi feita baseada no levantamento mensal do Dieese em cada capital brasileira.

A lista de alimentos calculados para a pesquisa do Dieese encontra-se na tabela no item “Qual a lista de alimentos que contêm a cesta básica?”. Após a obtenção do valor da cesta básica em cada capital, é realizado o cálculo de quantas horas o trabalhador que ganha um salário mínimo precisa trabalhar para poder pagar a cesta básica de alimentos.

Para chegar ao resultado, é utilizada como base a jornada de trabalho de 220 horas por mês, que é adotada na Constituição desde outubro de 1988.

As informações sobre inflação e as taxas anuais foram retiradas do site do IBGE.

Para as médias anuais de tempo de trabalho, o resultado em horas foi arredondado para mais (quando igual ou mais de 0,51) ou para menos (quando igual ou menor de 0,50).

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