“Nós não vamos brigar”, diz pré-candidato a prefeito Ari Vequi sobre Dr Jonas

Em entrevista ao Olhar do Vale, o vice-prefeito de Brusque Ari Vequi falou sobre sua pré-candidatura a prefeitura de Brusque, a relação com o prefeito Dr Jonas e também sobre a possibilidade de ter o antes apoiador Ciro Roza como adversário.

Ari Vequi
Ari Vequi | Foto: Anderson Vieira

Faltando menos de um ano para a disputa eleitoral de 2020, começam já a aparecer os possíveis candidatos à prefeitura de Brusque. Um dos possíveis candidatos é o vice-prefeito de Brusque Ari Vequi, que recentemente teve seu nome sacramentado pelo partido que faz parte, o MDB, como pré-candidato a prefeito da cidade. Ari recebeu a reportagem do Olhar do Vale e conversou de forma transparente sobre vários assuntos. Confira a entrevista:

Olhar do Vale: Recentemente a imprensa teve o anúncio da sua pré-candidatura a prefeitura de Brusque. Como se chegou nessa decisão?

Ari Vequi: Olha o nosso partido fez uma convenção recentemente, era  uma determinação nacional que todos os municípios renovassem a sua executiva, o seu diretório municipal. Nós aqui em Brusque reconduzimos o presidente Valdir Wilke que já tinha sido presidente nos últimos dois anos e também o atual vice, o secretário de obras Ricardo João de Souza. Ocorreram também uma mudança ou outra de pessoas que não estavam participando.  O objetivo é manter o grupo unido, pois muitas vezes o pessoal de Brusque tem uma maneira de dizer que o MDB é dividido, é rachado mas nós temos uma história. O nosso partido já fez muito pela cidade,  já tivemos um governador que quase era brusquense, que é Luiz Henrique da Silveira (in memorian). Ele foi  casado com uma brusquense:  a dona Ivete. A gente tem uma folha de serviços prestados para acomunidade de Brusque. O último prefeito que tivemos foi o Celso Bonatelli (in memorian). Quando se fala em honestidade ainda se fala dele. Isso aconteceu em 1988.  Então , o MDB de lá pra cá passou por muita dificuldade, é verdade, passamos por muitas divisões internas e culminou com a minha candidatura a vice inicialmente do ex prefeito Ciro Roza que,  com as questões judiciais, acabamos eu e o Dr Jonas disputando a eleição , ganhamos e continuamos ajudando o Dr. Jonas a administrar a cidade. Durante esses três anos o MDB é uma figura presente no dia a dia , tem participado de secretarias importantes, de decisões importantes para a cidade .
Nós temos todo um contexto no MDB que faz com que possamos apresentar algumas soluções para o futuro de Brusque. Então,  nesse contexto, o vice presidente Ricardo e o coordenador Deivis levantaram essa questão na convenção e já naquele momento o partido achou por bem dizer que o MDB está unido e tem um nome único na disputa do governo municipal.  Faremos esse trabalho para construir essa candidatura. Fico lisonjeado com a posição dos companheiros , lá estavam umas 100 pessoas. Gente com muita história dentro do partido. Acho que é um projeto a ser construído. A gente faz parte de uma administração hoje. O prefeito não é do nosso partido, mas tem sido leal, parceiro do MDB, junto com os demais partidos. Aqui na administração a gente não tem levado em conta as cores partidárias. A gente tem trabalhado com pessoas, seja ela qual partido for. Elas querendo ajudar, passando pelo apoio do poder legislativo. Não é só na hora boa ou na hora ruim. Aquele que carrega o piano também tem que tocar. Nós aprovamos 99,9% dos projetos encaminhados para a Câmara. Não é só uma base de 10, ou 8 ou 9. Nós temos parceiros de vários partidos que também poderão estar no projeto para as eleições do ano que vem.
Então nós estamos construindo um projeto de continuidade. Se o meu nome for o escolhido para dar essa continuidade, de ser uma administração correta, buscando resgatar aquilo que Brusque precisa que é não olhar a bandeira partidária nem quem fez ou não fez. Eu disse naquela ocasião que obras que estavam paradas desde o governo Hylario Zen nós retomamos e dou um exemplo: Augusto Klapoth. É uma obra que estava parada desde que o seu Hylário fez o asfaltamento da 1º de maio até a Águas Claras. De lá pra cá ninguém mais fez um metro de asfalto na direção de Nova Trento. Então nós chegamos. Sabíamos que tinha um problema sério de drenagem e fizemos a pavimentação asfáltica e resolvemos o problema de drenagem. A beira rio estava dez anos parada. Parada por quê? Por que quem criou a beira rio foi o ex-prefeito Ciro Roza, então por isso ninguém fez mais um metro da beira rio. Nós assumimos fizemos mais de 2 km da beira rio margem direita. Estamos fazendo a ponte agora, vamos finalizar e estamos tocando 4 km na margem esquerda com recursos do FGTS e do BRDE.
Se eu for escolhido pelo grupo trabalharei forte, antes disso estou na administração e estou trabalhando com o Dr jonas nas suas ações, nas obras do dia a dia da prefeitura, porque não me neguei desde o primeiro dia, mesmo sendo vice prefeito, não precisando ter função administrativa, venho aqui todos os dias de manhã e de tarde, para poder trabalhar junto com o Dr Jonas. Foi um compromisso que assumi quando ele assumiu a condição de candidato ele me pediu isso naquela noite ele me disse: Ari eu assumo a candidatura desde que você fique comigo.
Ao cumprimenta-lo eu assumi esse compromisso com ele, vou fazê-lo até o final do mandato a não ser que ele não queira, mas de minha parte, vou fazer até o final do mandato. Esperamos não dentro da coligação porque o partido do prefeito não acompanha mais. Os dois vereadores que o PSB teve na câmara, hoje até estão um pouco mais próximo da administração , não há uma posição clara dos vereadores do PSB, mas a gente sabe que o PSB se tornou um partido de esquerda e nível de Brasil. Nem o Dr Jonas nem os que convivem com a administração municipal querem ficar filiados em um partido de esquerda.
Acredito que eles , nesse processo a frente, devem procurar outros partidos que tem uma visão mais de direita, ou mais de centro para poderem se filiar.
A condição desse momento é buscarmos deste grupo que está conosco , Dr Jonas, eu e aqueles que estão conosco uma candidatura que represente a continuidade de uma administração séria, comprometida com a realidade e aplicação do dinheiro público.
Quanto a possível candidatura, eu não sou homem de dizer que é isso e acabado. Eu sou um homem da construção, do diálogo. Independente de partido político, eu sou respeitado em todos os partidos políticos de Florianópolis , de Brasília eu me dou com todo mundo, não tenho nenhuma dificuldade de conversar com ninguém e vou tentar construir uma candidatura e um projeto político que possa dar continuidade para nossa cidade aquilo que o Dr Jonas implantou . Um coisa séria, estruturada e planejada.

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ODV:De qualquer forma há um racha na dobradinha porque o Dr Jonas admite que é o candidato natural. Como você encara isso?

Ari Vequi: Ele tem a possibilidade de disputar a prefeitura naturalmente. Nós temos conversado muito e nessa conversa nós temos debatido muito que é uma decisão nossa. Eu já disse isso a ele e ele também está muito seguro disso, a gente está buscando claro conciliar os dois em um projeto único. Esse é o trabalho que nós temos interesse. Estamos unidos, estamos juntos. Agora vai chegar um momento que a decisão vai ser tomada, e eu tenho dito em todos os lugares que passo que se eu tiver possibilidade de viabilizar esse projeto, eu no momento certo direi que sou candidato e aí quem quer ser candidato não pode escolher adversário. Não vou dizer que o Dr Jonas é meu adversário, mas qualquer um pode ser adversário. Um vereador ou um cidadão comum, basta apenas estar filiado a um partido político. Então se comenta na fofoca do bar, sete, oito, até dez candidatos a prefeito. Então as nossas candidaturas ou não, vai mudar alguma coisa? Nesse momento até mudaria. Vamos falar em divisão, mas nesse momento temos o compromisso de não fazê-la . Não vai haver divisão , aqueles que torcem por isso, podem ficar tranquilos que não haverá nem de minha parte nem do Dr Jonas. Nós não iremos brigar. Essa questão está superada.
O que eu quero fazer é mostrar o que podemos fazer na infraestrutura, na saúde, na educação, mas sem enganar . Vou dizer o que não vai ser feito se não tiver dinheiro.

ODV: Ari, tem um personagem no meio disso tudo que chama-se Ciro Roza. No começo do mandato ele deu apoio à administração e existe uma possibilidade do Dr. Jonas ir para o partido Podemos e  sabemos que o Podemos está na mão de Ciro Roza. Aonde esse personagem encaixa nesse quebra-cabeça ai?

Ari Vequi: Eu acredito que como qualquer cidadão, o ex-prefeito Ciro Roza poderá ser candidato a prefeito. As condições que permitem é que o cara esteja filiado a um partido político. Você mesmo está dizendo que ele deve se filiar ao Podemos. Conhecendo o ex-prefeito acredito que ele novamente deva colocar o seu nome à disposição. De minha parte, não tem nenhum problema. Eu já conversei com vários interlocutores. Não estarei mais com ele, porque eu fui vice já dele. Não deu certo. Na oportunidade o projeto era maior. Teríamos toda uma uma estrutura para uma candidatura a deputado estadual, que poderia ser a minha. Tinha todo um contexto naquele momento que acabou não se consolidando. Naquela oportunidade se imaginava um projeto maior para a cidade, mas acabou não se concretizando. Eu vejo a candidatura legitima, mas eu acho que o momento político é outro. Eu vejo a população, se a redes sociais estão influenciando ou não, que há uma onda de mudança na gestão do setor público. Eu acredito que isso vai acontecer na eleição para prefeito. Então, eu não vejo preocupação nenhuma. Se o Ciro vier a ser candidato, com certeza eu não estarei na chapa dele. Quando ele deixou a administração ele pediu para sair, nós temos um documento que prova isso. Ele pediu para se ausentar por questões judiciais, até para não atrapalhar a administração, ele diz isso no documento e de lá pra cá houve um afastamento. Mas não houve briga. Não estamos brigados, ele mesmo diz que está à disposição, mas ninguém o procurou. Então não houve mais contato.
Eu não vejo aproximação dele ao prefeito. Em eleição não se duvida nada, mas não acredito nesta possibilidade. Eu me coloco na posição pessoal, se lá na frente o meu partido achar que tem que ser o vice dele, não será o meu nome, pode ser outro companheiro. Desde que eu não seja o candidato a prefeito, o partido pode conversar com quem quiser.

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Jornalista graduado pela Univali em 2003 e pós-graduado em Gestão Estratégia Empresarial (ICPG) e Marketing (Univali). Passou por diversos veículos de comunicação da cidade, principalmente rádio. Desde 2011 atua também com treinamentos na área de oratória. Já treinou políticos, empreendedores, profissionais liberais e pessoas que tinham interesse em dar entrevista na mídia. Em 2014 fundou o Olhar do Vale, portal de notícias de credibilidade na cidade.