Epagri de Blumenau apresenta plano de trabalho anual à Comissão de Agricultura da Câmara


A Comissão de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio se reuniu extraordinariamente, na manhã desta quinta-feira (9), no Plenário, com representantes da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) para apresentação do Plano de Trabalho da Epagri em Blumenau. Estiveram presentes o vereador Almir Vieira (PP), como presidente; o vereador Maurício Goll (PSDB), como vice-presidente. A vereadora Silmara Silva Miguel (PSD), que é relatora, justificou ausência devido a outra agenda. Representando a Epagri estavam presentes a extensionista rural e engenheira agrônoma, Nelita Fabiana Moratelli; o extensionista rural e engenheiro agrônomo, César Augusto Lodi; a extensionista social e bióloga, Roberta Ramos e o extensionista rural e  engenheiro agrônomo, Marcos César Novaes, além do diretor de Desenvolvimento Rural da Secretaria municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Josmar Dall’ Acqua.

O presidente da comissão, vereador Almir Vieira explicou que o encontro serviu para os vereadores conhecerem mais a fundo o trabalho que é desenvolvido no município na área da agricultura. Destacou a importância das informações trazidas para a aproximação com a Câmara na troca de ideias, experiências e projetos com a empresa, na busca das demandas do município e também como forma de apoiar e legislar em prol da agricultura e dos agricultores no município e no desenvolvimento da própria empresa.  

A extensionista rural e engenheira agrônoma, Nelita Fabiana Moratelli, fez a apresentação do Plano Anual de Trabalho 2021 do escritório municipal da Epagri em Blumenau. Apontou que o plano anual de trabalho deste ano está mesclado com o plano de 2020, por conta da pandemia da Covid-19, que fez com que houvesse adaptações no trabalho da empresa. Explicou que o trabalho de extensão rural é feito através de projetos por áreas de produção, seja aquelas áreas em que o município é mais atuante ou naquelas que estão surgindo, como o caso da apicultura e meliponicultura. “É uma atividade que vem surgindo, porém ainda não está consolidada sob o ponto de vista de regularização econômica, como produção primária. O nosso trabalho de extensão rural é feito por métodos, seja através de uma visita técnica, de uma reunião, de uma oficina, de uma excursão. São planejadas ações com um determinado público, com determinado objetivo e assim vai se montando o plano de trabalho”, explicou, citando outros projetos e áreas em que a empresa trabalha.  

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Citou que também é desenvolvido um projeto transversal chamado Capital Humano e Social, através de palestras e reuniões, em que se discute a questão do jovem na sucessão hereditária, na questão de gênero e na produção para autoabastecimento. Disse que é mais voltado à cidadania e na projeção da família para as suas possibilidades de gerar renda e uma qualidade de vida no meio rural. Também falou da área da olericultura em que se trabalha com produção das hortaliças, especialmente com os tubérculos. “É uma atividade que poderia aumentar muito a nossa produção diante da população urbana da cidade. O nosso agricultor está mais voltado historicamente para produção de proteína animal, bovinos, suínos e aves, então a olericultura ainda pode ser uma atividade em expansão para o futuro da cidade”, salientou. Ela discorreu sobre outro programa da Epagri voltado para a gestão e mercado, que visa trabalhar e projetar a transformação da matéria-prima dentro do mercado local de forma legalizada, ou seja, promovendo a legalização sanitária e tributária para as  agroindústrias. Citou como exemplos a transformação de leite em queijo, nata, inclusive o queijo Kochkäse, através de legislação aprovada, o pepino em conserva, as geléias, os embutidos, como linguiça e salame. Lembrou da área da  fruticultura, que também é uma iniciativa recente no município, com a produção de uva, buscando fomentar o turismo na região da Nova Rússia. Falou também da piscicultura como uma atividade já consolidada no município, com a produção de tilápias e os pesque-pagues.

Agradeceu a Câmara de Vereadores pela oportunidade de poder explanar sobre o trabalho da empresa no Estado e especialmente em Blumenau. Explicou que esse encontro foi uma forma de estreitar os laços entre as instituições. “A cidade é bem urbanizada e por isso encontramos dificuldades dentro desta questão do Legislativo, para que o agricultor e a agricultura continue e possa se desenvolver dentro do bom senso”. Ressaltou que em novembro deste ano a Epagri vai completar 30 anos. Disse que a ideia é fazer uma divulgação maior da empresa e também pediu o apoio dos vereadores para ajudar a divulgar as ações da Epagri para a sociedade e levar as funções da mesma para comunidade. 

O vereador Almir Vieira questionou sobre projetos futuros da Epagri para o próximo ano, além daqueles que já são desenvolvidos rotineiramente pela instituição e que foram trazidos na oportunidade. A extensionista rural e engenheira agrônoma, Nelita Fabiana Moratelli e a extensionista social e bióloga, Roberta Ramos, apontaram que está previsto para o próximo ano o desenvolvimento de um projeto regional voltado para o turismo rural e pesqueiro em Blumenau. Roberta Ramos adiantou que esse projeto será trabalhado em 17 municípios, incluindo Blumenau. Ressaltou que no município o foco será na parte de saneamento rural. “Já estive conversando com o Intendente da Vila Itoupava e nos próximos dias quero conversar com o Intendente do Garcia sobre o assunto. Foi identificado nas duas regiões muito forte a questão do borrachudo e do maruim. A causa disso é matéria orgânica em excesso na água”, explicou a bióloga.

Apontou que foi feito um levantamento pelo Samae na região da Nova Rússia e se identificou que existem 174 propriedades sem tratamento adequado de esgoto, acima da captação de água da ETA III. “Como essas propriedades estão na área rural esse será o foco de trabalho. Inicialmente, a meta é trabalhar com 10 propriedades que foram identificadas sem tratamento nenhum de esgoto. A curto prazo vamos tentar buscar apoio financeiro de instituições para a aplicação do BTI, que é um produto biológico, que há muitos anos, em gestões passadas, a prefeitura ajudava a população a aplicar e ameniza o problema imediatamente, mas a longo prazo a solução é o saneamento rural”, salientou. 

O diretor de Desenvolvimento Rural da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Josmar Dall’ Acqua, agradeceu à Câmara pela oportunidade de participar da reunião e expor os trabalhos. Ressaltou a importância desta parceria com as entidades, a Câmara, a Epagri e o município para buscar a melhoria do atendimento ao agricultor e à agricultura familiar. “Nós temos essa parceria e convênio com a Epagri, somos parceiros do sindicato, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural representado por agricultores, entre outras parcerias, que trabalham em conjunto com o poder público. O prefeito Mário sempre foi um motivador da agricultura na cidade. Agradecemos o apoio e estamos sempre buscando fazer o melhor. Nós temos conseguido renovar as máquinas da agricultura, da patrulha mecanizada, temos vários projetos em andamento, estamos trabalhando no cadastro de todos os agricultores no município, entre outras ações para ajudar os agricultores”, citou o diretor.

O vereador Maurício Goll parabenizou o trabalho desenvolvido pela Epagri. Ressaltou como é importante a questão da agricultura familiar e o incentivo ao agricultor, especialmente no momento de pandemia que está se passando. Disse que como morador do Grande Garcia fica feliz em ver que a primeira vinícola está sendo construída na região da Nova Rússia. Lembrou da época em que foi Intendente do Garcia e o BTI, produto que combate ao borrachudo, foi aplicado na região da Nova Rússia e recordou como foi orientado os moradores da região para aplicar o produto, inclusive com o auxílio da Epagri. Questionou se existe algum recurso para a compra deste produto para ser aplicado novamente não só na região Sul, mas sim na cidade, dizendo que como representante da comunidade do Grande Garcia recebe esta demanda da comunidade. Reconheceu o trabalho de levantamento feito pelo Samae na região, mas destacou a importância de buscar parceiros para a compra deste produto. Também fez uma sugestão de que a Câmara, especialmente a Comissão de Agricultura, possa se fazer presente nas reuniões do Conselho Municipal e sugeriu que seja mudado o dia ou horário das reuniões para dar a possibilidade dos vereadores participarem, pois coincide com as sessões. Questionou aos presentes se existe algum trabalho no município voltado para as hortas comunitárias. 

Sobre os questionamentos do vereador Maurício Goll, a bióloga Roberta Ramos explicou que a prioridade da instituição é atender o agricultor familiar e o pescador, mas disse que em municípios mais urbanizados como Blumenau existe uma demanda grande pela produção de alimentos na área urbana, especialmente depois da pandemia em que muitas pessoas tiveram mais tempo disponível para a produção de alimentos. Explicou qual é o trabalho feito pela Epagri neste sentido. “Nós atendemos grupos organizados sejam formalizados ou não e atendemos escolas da rede municipal e estadual que têm interesse. Nós não podemos atender pontualmente em casa, não é o nosso foco. Nós atendemos por demanda. No momento estamos trabalhando com três unidades de ensino no município” informou. 

O diretor de Desenvolvimento Rural da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Josmar Dall’ Acqua, explicou que o município atende por demanda e apontou que todas são atendidas. Informou que, além da equipe da Epagri, existem os técnicos do municípios que prestam diversos serviços, como inseminação artificial, atendimento clínico veterinário, para a agricultura, inclusive para a agricultura familiar, que é a prioridade da diretoria. Aproveitou a oportunidade para comunicar sobre a eleição do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. Disse que os agricultores interessados têm até o dia 13 de setembro para se inscreverem no processo. Explicou que cada região da cidade terá um representante. Em relação às reuniões do conselho, ele disse que poderá verificar esta questão da data para dar a possibilidade dos vereadores poderem participar. 

Por fim, o vereador Almir Vieira também ressaltou a importância do trabalho feito na agricultura familiar e como é importante o envolvimento das escolas e dos alunos terem logo cedo consciência sobre isso. Agradeceu a colaboração dos presentes e colocou a Comissão e a Câmara à disposição para a construção de projetos que vão ao encontro dos interesses da sociedade e dos agricultores e do desenvolvimento do trabalho da Epagri, ajudando na divulgação do trabalho da instituição e do calendário de eventos. “Queremos estar mais próximos, participar efetivamente, apoiando e incentivando para que possam desenvolver o trabalho na cidade”, concluiu. 

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