Câncer: Professora de Yoga de Guabiruba revela como a prática a ajudou a atravessar fase difícil da doença

A professora de Yoga Danielle P. Pires. Foto: Divulgação.

Neste Outubro Rosa, mês que procura alertar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, vamos contar a história da professora de Yoga Danielle P. Pires, de 38 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de mama em novembro do ano passado e relatou ao Olhar do Vale como está o tratamento e como a filosofia do Yoga a ajudou a atravessar uma fase complicada da doença, como o período que ela descobriu a doença e passou a fazer sessões de quimioterapia, chegando a perder os cabelos.

O yoga é uma prática que tem como objetivo trabalhar o corpo e a mente de forma interligada, com exercícios que auxiliam para o controle do estresse, ansiedade, dores no corpo e na coluna, além de melhorar o equilíbrio e promover a sensação de bem estar e a disposição, podendo ser praticada por homens, mulheres, crianças e idosos.

Brusquense de nascimento, mas guabirubense de coração, Danielle teve o primeiro contato com o Yoga em 2005 quando estava prestes a se formar em naturologia em Florianópolis, aos 22 anos. “Lembro que não tinha dinheiro para pagar as mensalidades, então fazia trocas com a professora, tratava ela com naturologia e praticava nas aulas dela. Tive o prazer de ter uma professora que me apoiou muito e me incentivou a fazer a formação em yoga. E assim que me formei na faculdade em 2006, iniciei uma formação em yoga”, comenta.

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De volta a Brusque após de formada começou a dar aulas de Yoga no Sesc e ficou na instituição por alguns anos. No mesmo período começou a dar aulas em Guabiruba, lugar que adotou para viver com o marido e que até hoje conta com um espaço para a prática da filosofia.

Em 2020 veio a má notícia. Era o mês de novembro quando ela descobriu um tumor na mama. “Minha vida virou de cabeça para baixo ( sem trocadilhos com as posturas de yoga). E foi o primeiro momento da minha vida que larguei tudo para cuidar de mim. Eu nunca olhava para mim, sempre estava pronta para os outros”, afirma.

Mas, o desafio estava lançado e Danielle lutou contra a doença. “Encarei e fiz o que tinha que ser feito. Em menos de um mês da descoberta do câncer já estava na mesa cirúrgica e em dois meses após a descoberta já estava ficando careca das sessões de quimioterapia, depois as radioterapias e agora estou na fase da hormonioterapia”.

Uma etapa complicada da doença estava vencida. A professora conta que hoje tem um novo olhar sobre tudo: “Me olho e não vejo mais a pessoa que era, não sei se estou melhor ou pior, mas estou diferente. O olhar sobre o que é pequeno diante de tantos olhos aos meus são gigantes. Salvar um passarinho que entrou em casa sem querer, o desabrochar das flores, um pé carregado de fruta já eram importantes na minha vida, mas agora tem uma cor mais forte, mais brilhante. Tudo que é vida me convida. Tudo que é vida me encanta”, revela emocionada.

A retomada

Após vencer essa primeira parte da batalha contra o câncer, Danielle se viu mais forte, com mais entusiasmo e, como ela mesmo revelou, com mais encantamento pela vida para atravessar o tratamento que ainda não tem data para terminar, apenas uma estimativa que será pelos próximos cinco anos. Apesar disso, ela retornou as aulas de Yoga no seu espaço localizado em Guabiruba. Hoje ela atende os alunos as terças e quintas-feiras em dois horários: às 18h15 e às 19h45.

“Quando acabaram as 20 sessões radioterapia, estava me sentindo forte para retomar as práticas de Yoga. E em junho de 2021 voltei a dar aulas no Jardim do yoga na Guabiruba. Sinto que estar junto dos meus alunos me fortalece. Acredito que ajudar o outro é um caminho de mão dupla” destaca a professora.

A filosofia

Mas, como a filosofia do Yoga ajudou a professora a atravessar pelas fases mais complicadas da doença? Danielle revela que a prática trouxe disciplina e força de vontade para encarar o desafio:

“Acredito que me ajudou muito a ter força e perceber como tudo é impermanente, tanto o bom passa como o ruim também. O Yoga que me ajudou foi aquele que não esta nas fotos de ponta cabeça e sim aquele que é praticado fora do tapetinho. O fundamento do Yoga, como de toda espiritualidade autêntica, é uma ética universal. Essa prática compreende 8 passos morais que podem ser consideradas patrimônio de todas as grandes filosofias. Entre elas estão a purificação, o contentamento, disciplina e força de vontade, estudo e auto estudo e a entrega. Essas condutas são universais… podem ser aplicadas a qualquer pessoa em qualquer circunstância. O Yoga me deixou ainda mais firme no caminhar”.

E qual mensagem a professora deixa para quem está atravessando por momento semelhante:? ” Se eu pudesse falar algo para quem esta no processo do câncer seria que se você já descobriu, você já passou a pior parte, que é o descobrir, mas também é o momento que se inicia a cura Então seja protagonista desta cura e faça tudo que estiver ao seu alcance”, finaliza.

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Jornalista graduado pela Univali em 2003 e pós-graduado em Gestão Estratégia Empresarial (ICPG) e Marketing (Univali). Passou por diversos veículos de comunicação da cidade, principalmente rádio. Desde 2011 atua também com treinamentos na área de oratória. Já treinou políticos, empreendedores, profissionais liberais e pessoas que tinham interesse em dar entrevista na mídia. Em 2014 fundou o Olhar do Vale, portal de notícias de credibilidade na cidade.