Câmara autoriza Brusque participar de consórcio para compra de vacinas


A Câmara de Vereadores de Brusque aprovou por unanimidade nesta sexta-feira, 19 de março, em sessão extraordinária virtual, o Projeto de Lei Ordinária nº 28/2021, apresentado pelo Poder Executivo, que ratifica o protocolo de intenções firmado entre Brusque e outros municípios brasileiros com a finalidade de adquirir vacinas para combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), além de medicamentos, insumos e equipamentos na área da Saúde. O PL tramitava em regime de urgência e por isso passou por única discussão e votação. 

Na prática, o texto concede 
autorização legislativa para que o município faça parte de um consórcio público de abrangência nacional pelo qual as cidades participantes buscarão juntas comprar vacinas contra o coronavírus e suas variantes. 

A iniciativa, coordenada pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), recebeu o nome de Conectar - Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras. Até esta quinta-feira, 18, 2534 municípios já haviam manifestado interesse em aderir ao Conectar, de acordo com lista divulgada pela FNP. 

Em mensagem endereçada aos vereadores, o prefeito José Ari Vequi (MDB) observou a “urgente necessidade de vacinação em massa da população brasileira, não só para frear o iminente colapso generalizado na área da Saúde, evitando mortes por desassistência, como também para retomar a atividade econômica, a geração de emprego e renda e o convívio social”. 

O prefeito destacou ainda que “o Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído em 1973, explicita que a aquisição de vacinas é competência legal e administrativa do governo federal”. Porém, prossegue o texto, diante da judicialização do tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em 24 de fevereiro deste ano, que os municípios também possuem competência constitucional para aquisição e fornecimento de vacinas em dois casos: descumprimento do PNI pelo governo federal e insuficiência de doses para imunizar a população. Em 2 de março, acrescentou o prefeito, o Congresso Nacional aprovou projeto de lei no mesmo sentido. Esses fatos, para a FNP - citada na mensagem de Vequi, reforçam a segurança jurídica para a criação do consórcio. 

“Com a missão de, caso seja necessário, adquirir imunizações complementares ao PNI, o consórcio visa fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), na medida em que todas as doses serão obrigatoriamente ofertadas à população de forma gratuita. Assim, representa uma concertação federativa que favorecerá a todos, já que quanto mais doses estiverem disponíveis, mais rapidamente os brasileiros serão vacinados”, justifica o prefeito. 

A mensagem explica ainda que os recursos para a obtenção de vacinas e outros itens de combate à pandemia poderão ser oriundos de fontes do próprio município, repasses de verbas federais, inclusive decorrentes de emendas parlamentares, doações advindas de fontes nacionais e internacionais, entre outras. 

Antes de ser submetido à deliberação do plenário, o projeto recebeu parecer favorável das comissões em conjunto de Constituição, Legislação e Redação (CCLR), Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira (CFOFF) e Serviços Públicos (CSP) do Legislativo brusquense. 

Opiniões dos vereadores
No momento destinado à discussão do projeto no ambiente virtual de deliberação do Legislativo, vários vereadores se manifestaram.
“Essa iniciativa é louvável. Precisamos urgentemente de vacinas, até porque não possuímos nenhum remédio para tratamento e combate à Covid-19. Temos que acreditar e nos agarrar à vacina para controlar o avanço do coronavírus”, disse Ivan Martins (DEM). O democrata também pediu esforços ao Executivo brusquense e demais prefeituras para viabilizar o credenciamento de novos leitos de UTI para os acometidos pela Covid-19.


“Voto a favor porque é um movimento em torno daquilo pelo qual mais ansiamos, a compra das vacinas, mas não posso deixar de demarcar que este é um fato histórico, porque o Ministério da Saúde sempre foi exemplo na distribuição de vacinas e na vacinação dos brasileiros. O Brasil foi exemplar na vacinação em massa de doenças como sarampo, rubéola, H1N1, mas hoje, diante da falta e coordenação, visão e da negação da ciência, estamos nós, enquanto municípios, tendo que fazer esse movimento, pois não há uma ação coordenada vinda do Ministério da Saúde”, afirmou Marlina Oliveira Schiessl (PT).

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“Quero agradecer ao prefeito e ao vice-prefeito por essa iniciativa tão importante, que talvez já deveria ter sido tomada antes, mas tudo tem sua hora. Parabenizo e sou 100% a favor. Vamos em frente”, comemorou Natal Carlos Lira (DC).


Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos) ressaltou: “O que vai resolver ou possibilitar a volta à normalidade é a vacina. Fica meu voto favorável registrado e meu pedido, junto ao vereador Ivan Martins, por um grande empenho por parte dessas prefeituras para buscarmos leitos de hospital [enfermaria] e de UTI, pois infelizmente já vivemos a fase em que pessoas morrem na fila, e isso é inaceitável. Vamos torcer para que em breve todos possam ser vacinados”.


Norberto Laurindo, o Beto Piconha (Podemos), também declarou voto favorável ao PL: “É importante pela situação gravíssima em que estamos nas escolas e em todos os órgãos. A solução é a vacina e o quanto mais rápido ela chegar, só teremos a agradecer ao prefeito, ao vice-prefeito e a todos os prefeitos da região que tomaram essa medida”.


“A cada dia nos assustamos mais, vemos mais pessoas doentes, mais pessoas morrendo e o remédio realmente é a vacinação em massa. O combate à pandemia é a nossa demanda mais urgente e a imunização de toda a população será muito bem-vinda”, salientou Jean Dalmolin (Republicanos).


“A única saída é a vacina, vacinar em massa para podermos sair o quanto antes desse fantasma que é o vírus da Covid-19. Parabenizo vereadores, prefeito, vice-prefeito e demais cidades que aderiram a esse projeto para que possamos o quanto antes vacinar a população e minimizar esse problema que vem causando sérios problemas de saúde e econômicos”, contribuiu André Rezini (Republicanos).


Jean Pirola (PP) ponderou: “Não sabemos ainda se vão adquirir esses insumos, quando vão adquirir e nem se vão conseguir adquirir, até porque, necessita de autorização federal. Sabemos também das dificuldades que o governo federal teve no enfrentamento à pandemia, mas o Brasil talvez tenha sido o único país onde um poder decidiu sobre outros, que foi o STF. Devemos deixar bem claro que essa não é uma garantia de compra de vacinas, mas uma autorização para que Brusque faça parte do consórcio e participar do processo de compra caso este venha a ocorrer. Precisamos o quanto antes disso, pois não existe remédio e nem fórmula milagrosa. A vacina é esperada por todos para poder diminuir o contágio por esse vírus”.

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