Perfuração de cano pela Secretaria de Obras prejudica hemodiálise do Hospital Azambuja


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Um erro ocorrido há quatro dias pela empresa que presta serviço para a prefeitura de Brusque nas obras em frente ao Hospital de Azambuja, deixou doentes renais em maus-lençóis. Um cano foi perfurado interrompendo o abastecimento de água para a máquina de Hemodiálise. A situação fez com que o hospital tivesse que reduzir o atendimento em 50% da sua capacidade.

A máquina de hemodiálise recebe o sangue do paciente por um acesso vascular, que pode ser um cateter (tubo) e depois é impulsionado por uma bomba até o filtro de díalise (dialisador). No dialisador o sangue é exposto à solução de diálise através de uma membrana semipermiável que retira o líquido e as toxinas em excesso e devolve o sangue limpo para o paciente pelo acesso vascular.

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Cada doente renal usa em média 400 litros de água por sessão e sem ela é impossível fazer o tratamento.  Cada paciente precisa do tratamento ao menos três vezes por semana. Logo, cada doente renal em fase terminal usa no mínimo 900 litros de água por semana.  A água é usada na máquina como principal componente da solução de limpeza do sangue. O hospital conta com um sistema de filtros e equipamentos que tratam a água que vem da rede pública de distribuição. Enquanto não se atinge as especificações adequadas não se pode usá-la.

De acordo com a nefrologista Suellen Andrade, do setor de hemodiálise, serviço terceirizado do Hospital Azambuja,  ” a secretaria de obras está fazendo alterações na obra sem ter consultado o SAMAE. Houve varias intercorrências , e segundo o Samae não tem engenheiro supervisionando a obra , ou pelo menos não presencialmente”, afirma.

A médica diz que foi perfurado um cano que levava água para o hospital e prontamente o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto  (Samae) e veio e arrumou e o diretor Roberto Bolognini  “está  ajudando em tudo que pode”,  salienta.

A nefrologista afirma que o problema foi descoberto  por um fiscal do Samae que passava por acaso pelo local. “Se o hospital ficar mais 48h sem diálise o risco de óbito vai aumentar progressivamente”, conclui.

O Olhar do Vale procurou a direção do Hospital para comentar a situação. A direção, através da assessoria de imprensa, informou que não irá se manifestar sobre este caso porque o setor de hemodiálise é terceirizado, ou seja, está sob a responsabilidade de uma empresa que presta serviço ao hospital. Quanto a outras áreas do hospital, foi informado que a entidade possui caixas de água que fazem a reserva para situações de falta de abastecimento.

O Olhar do Vale também procurou um posicionamento da Secretaria de Obras e do Samae sobre o fato. A Secretária de Comunicação da prefeitura de Brusque apenas respondeu que o Samae está resolvendo o problema e que a rede está voltando a sua normalidade”.

Texto: Anderson Vieira

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