Oposição acusa governistas de blindagem ao prefeito interino

Foto: Wilson Schmidt Junior -

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Brusque – Não foram as propostas, leis, indicações e requerimentos que tomaram a maior parte do tempo destinado às discussões na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (2) e, sim, acredite, os pedidos de informações. Foram quase duas horas de embates intensos entre oposição e situação governista acerca de três solicitações feitas por integrantes da bancada petista.

As proposições, de autoria do vereador Felipe Belotto e Patrícia Freitas, diziam respeito à Casa de Passagem, Plano de Habitação e, também, a Vila Olímpica. A bancada quer saber do Poder Executivo quais serão as atitudes tomadas em relação aos três assuntos, carros chefes na era de Paulo Roberto Eccel (PT) e Evandro de Farias (PP), o Farinha.

Vila Olímpica

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O descontentamento teve início durante a discussão do pedido de informação de Belotto, quanto à continuidade do projeto da Vila Olímpica, após polêmica compra de terreno antes pertencente à empresa Souza Cruz. De acordo com Dejair Machado (PSD), a atual oposição tem como objetivo fazer um pré-julgamento do governo interino antes mesmo da resposta do pedido de informação. Isto porque, segundo ele, o petista utilizou do tempo previsto no regimento interno – reservado para proponentes de pedidos de informação defender os mesmos – para atacar Prudêncio.

“Estão querendo desvirtuar o sentido do pedido de informação com o intuito de atacar o prefeito. E nós não podemos concordar com isso. Para haver um debate em cima daquele pedido, é preciso haver uma resposta. A oposição está tentando confundir a população, fugindo do que diz. Neste aspecto votaremos sempre contra quando houver esse tipo de situação”, afirmou o líder da situação em entrevista ao Portal Olhar do Vale (ODV). Para ele, apesar de previsto em regimento interno o tempo de justificativa para o proponente, o debate deve ocorrer apenas após o retorno do pedido respondido. Isto porque em sua visão a justificativa já se encontra na minuta da Ordem do Dia. Machado encaminhou votação contrária ao seu bloco, que é maioria, fazendo com que o pedido fosse rejeitado.

Casa de Passagem

Quando a vereadora Patrícia Freitas explicava as razões de ter protocolado um pedido de informação cobrando respostas da Prefeitura quanto o que iria fazer com a Casa de Passagem, mais uma polêmica teve início. Isto porque o vereador de situação Ivan Martins a interrompeu no início de sua explicação com uma questão de ordem, sugerindo que as perguntas contidas no pedido não fossem expedidas para o Executivo, já que uma audiência pública sobre o assunto está sendo organizada. Ele sugeriu que tais perguntas fossem guardadas para a ocasião, o que causou mais indignação da oposição. Mesmo assim, seu requerimento foi aprovado e Freitas teve que parar por ali.

Plano de habitação

Mas a sessão guardava mais uma polêmica. Logo após ser interrompida, a petista novamente voltou a Tribuna para justificar mais um pedido de informação de sua autoria. Desta vez, o mesmo cobrava da Prefeitura a apresentação de um Plano de Habitação, já que a Câmara rejeitou, há algum tempo, um projeto de desafetação de áreas públicas para a construção de moradias populares.

Em aparte, o líder de governo Alessandro Simas (PR) reiterou que a proposta da época era inconstitucional, pois as áreas que seriam desafetadas eram destinadas ao bem público. “O morador do loteamento não foi avisado de que essas áreas seriam destinadas para construção algum dia. Elas são para parques, praças e prédios públicos. Só seria justo se em todas as dezenas de loteamentos existentes em Brusque fosse construída cinco ou dez residências”, reiterou ele.

Alegando que, novamente, o pedido foi discutido antes mesmo da resposta por parte do executivo, Machado orientou sua bancada a votar contrário à solicitação da petista Patrícia Freitas, o que acabou ocorrendo.

Bancada indignada

Para Belotto, trata-se de uma incoerência a Câmara adotar tal postura quanto aos pedidos de informações. “Nós aqui sempre votamos à favor dos pedidos de informação e hoje a bancada de situação resolveu atropelar os cinco vereadores que fazem oposição (…) numa forma de blindar o prefeito interino que não tem postura sobre nada, que recebe críticas na cidade e na imprensa por não tomar posição em assuntos polêmicos, nossos pedidos foram vencidos (…) ocorreram aqui várias decisões que eu considero autocráticas, microfones cortados, vereadora impedida de mostrar sua apresentação e isso tem que ser revisto. Não é a postura de uma casa democrática”, afirmou.

Freitas também conversou com nossa reportagem após o ocorrido. De acordo com ela, o que ocorreu é um atentado à democracia. “Estão blindando o prefeito interino por ele não conseguir dar a resposta à população sobre questionamentos que ela própria faz sobre o andamento de obras e serviços (…) foi uma tremenda deselegância dos vereadores”, afirmou.

 por Wilson Schmidt Junior

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