“Estou de mãos atadas”, diz Secretário de Desenvolvimento Regional


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O Olhar do Vale conversou nesta semana com o Secretário de Desenvolvimento Regional de Brusque Ewaldo Ristow Filho.  Durante a conversa, o secretário explicou sobre a polêmica sobre a instalação do Centro de Inovação Tecnológica em Brusque, obras, entre outros assuntos. Ristow filho, que é da iniciativa privada e nunca ocupou cargo público, afirmou que a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) está sem recursos.

Olhar do Vale – O senhor foi colocado no meio de uma polêmica quando chegou, que é a instalação do Centro de Inovação Tecnológica. Duas entidades tem pensamentos diferentes sobre o local em que o centro deve ser instalado.  Qual é o posicionamento do Governo do Estado?

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 Ewaldo Ristow Filho – Essa questão é bem polêmica. Inclusive a decisão está nas mãos do Secretário de infraestrutura do Estado, Carlos Chiodini. Essa decisão terá que ser tomada até no final do mês de julho. O secretário Chiodini está na Europa, de licença. Ele deve retornar em dez dias para tomar esta decisão. O importante para nossa regional e para Brusque é que esse Centro de Inovação viesse para cá. Poderíamos desenvolver novas tecnologias para o setor têxtil e mecânico, cerâmico em Canelinha e Tijucas e calçadista para São João Batista. A decisão está nas mãos do secretário Chiodini e não se tem nenhum posicionamento até o momento.

ODV – Como foram as discussões sobre o PPA (Plano Plurianual) que definiram o orçamento regionalizado?

Ewaldo Ristow Filho – Como a SDR  Brusque teve um período de transtorno e transição, não foram realizados os seminários necessários para o PPA. Para levar as solicitações das comunidades a SDR de Brusque consultou as lideranças políticas de cada município, onde foi elencado doze questões fundamentais para a SDR de Brusque. Essas questões foram levadas para o plenário no dia da audiência e foram colocadas mais três solicitações. Estávamos trabalhando com 15 solicitações e foram escolhidas 12 que agora vão integrar o PPA 2016/2019 do Governo do Estado. Dessas 12, foram escolhidas três que vão integrar a LOA (Lei Orçamentária Anual) para orçamento já em 2016. A execução é um pouco mais complicada. Dentre essas três escolhidas, temos a reforma da EEB João Boos em Guabiruba, da EEB Osvaldo Reis em Brusque  e a construção da terceira pista na SC 410, entre Brusque e São João Batista e a reformulação da SC 486 no trecho Botuverá-Vidal Ramos.

ODV – O alargamento da estrada entre Ourinhos (Botuverá) e Vidal Ramos, que pode ser vir de rota alternativa para Rio do Sul, acontecerá?

Ewaldo Ristow Filho – Estive na rodovia na sexta-feira (3) a tarde e fui até quase na divisa com Vidal Ramos. É uma rodovia onde tem um trânsito intenso de caminhões, onde eles descem pela rodovia de Rio do Sul para pegar calcário em Botuverá. Depois retornam para a BR 470. A vantagem passando por ali quando estão leves é de uma distância de 100 quilômetros a menos . Se nós melhorarmos essa rodovia, não se falando em pavimentação, mas sim abertura de estradas, das curvas, eles retornariam por ali e aliviaria o trânsito de Brusque.

ODV – A SDR tem conhecimento das revindicações de melhorias na SC 486 neste trecho?

Ewaldo Ristow Filho  – Nós temos conhecimento, inclusive eu percorri todo o trecho na sexta-feira. Fui visitar as obras que estão sendo feitas até perto da caverna de Botuverá e depois continuei até Vidal Ramos. Os problemas são causados pelo tráfego pesado de caminhões. Mas o Governo do Estado, junto do Deinfra, tem um projeto de fazer uma operação tapa buracos e uma roçada. Esse projeto já era para ter sido liberado em junho. Só que tendo em vista a dificuldade hoje financeira do governo e do Brasil, devido à recessão e uma menor entrada de recursos no caixa, as obras estão sendo proteladas. Íamos fazer uma operação tapa buracos em todas as rodovias da região. Só que vamos ter que aguardar a liberação dos valores.

ODVOu seja, o senhor está de mãos atadas.

Ewaldo Ristow Filho  – Sim, estou de mãos atadas. Enquanto eu não tiver a liberação dos valores, eu não posso fazer uma licitação para contratar empresas para realizar este serviço.

ODV – O senhor, inclusive, está sem engenheiro no momento.

Ewaldo Ristow Filho – Sim, estamos sem engenheiro desde que assumi e isso é uma dificuldade muito grande, porque existem várias obras na SDR Brusque que estão em andamento e necessitam de medição para que os valores sejam liberados pelo Governo do Estado. Estou tendo um apoio da SDR de Blumenau e Itajaí nesta função. As vezes eles liberam um engenheiro deles para prestar serviço pra nós.

ODV – O que falta para o Governo liberar um engenheiro para a SDR?

Ewaldo Ristow Filho –  A indicação não envolve só engenheiro, mas, também, gerente administrativo financeiro, do gerente de agricultura e estrutura. As indicações já foram feitas por mim e só estou aguardando a liberação. Só que como são funções políticas, emperra na questão dos partidos de sustentação de base do governo.

ODV – Ou seja, essa questão política é que está travando tudo?

 

Ewaldo Ristow Filho  – Sim.

ODV – O senhor assumiu há pouco tempo, teve aí também uma comitiva que foi até Florianópolis para revindicar uma série de coisas, inclusive, mais segurança para a cidade. O que o senhor espera do ano de 2015 a frente da SDR?

Ewaldo Ristow Filho  Primeiro lugar espero que a gente consiga efetuar as obras da rodovia, que aconteça a questão desse Centro de Inovação Tecnológica para Brusque, que seria muito importante. Desses itens, o mais difícil é a questão de segurança. O governo está formando novos policiais constantemente. Só que os que estão se aposentando e entrando de licença prêmio são mais numerosos que os que estão se formando. Nosso número de policiais por habitante ainda é muito bom. Se pegar a região de Joinville, ela é ainda mais complicada. A questão da Celesc para a construção de uma nova subestação se baseia em acharmos um terreno que venha satisfazer as exigências da Calesc para que seja construída. Necessitaríamos de um terreno de oito a 10 mil m², que esteja dentro do raio que a Celesc determina por causa das linhas de transmissão de alta voltagem. Ela não quer esse terreno de graça, ela compra o terreno, só que as pessoas que tem esse terreno extrapolam no preço. Eu já  recebi a proposta de dois terrenos. Agora, vou dar uma verificada junto com a Prefeitura. Nós entraremos em contato com o pessoal da Celesc para ver se satisfaz a necessidade para que possamos dar início à construção dessa nova subestação.

ODV – Podemos perder a esperança para a vinda de novos policiais?

Ewaldo Ristow Filho  – Foi solicitado junto ao coronel comandante da PMSC a possibilidade de instalar em Brusque um curso de formação de policiais em setembro, que nem no ano de 2013. E alguns PMs acabaram ficando na nossa cidade. A informação é a seguinte: se tiver inscrições excedentes, que não comporte na academia de Florianópolis, ele montaria esse curso em Brusque. Blumenau já teria um curso e em Brusque terá se tiver excedente de inscrições.

ODV – Nós vivemos sobre a margem de possibilidades então? Se tiver, se der , se sobrar? Nada de concreto? 

Ewaldo Ristow Filho  – Não tem nada de concreto. Eu que vim da iniciativa privada e vim para a pública noto bastante isso porque as coisas são mais morosas, as decisões são difíceis e tudo depende de algo mais, no caso a vontade de fazer.

Por Anderson Vieira

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