Brusque – A novela continua. Após correr risco de ser adiada por conta de recursos especiais (REspe) com sustentações de outros casos eleitorais pelo Brasil, que tomaram quase todo o tempo da sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta terça-feira (18), coube ao ministro Herman Benjamim postergar novamente a decisão sobre a situação de Paulo Eccel e Farinha. E consequentemente postergar, também, o futuro político de Brusque.
Apesar de o processo receber novo pedido de vista do jurista indicado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não se pode dizer que a votação ficou estagnada, já que a ministra Luciana Lóssio, após cometer uma gafe, proferiu o seu voto, não reconhecendo o desvirtuamento da propaganda institucional e, também, não reconhecendo o abuso de poder econômico. Com isso, Lóssio, Gilmar Mendes – ministro empossado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) – e Henrique Neves já decidiram sobre seus votos.
Para ela, a propaganda distribuída em folhetos e pagos com dinheiro público teve o único objetivo de informar e prestar contas para a população brusquense. Durante a sustentação de seu voto, o Ministro Gilmar Mendes chegou a interpelar Lóssio – indicada pela atual presidente Dilma Rousseff –, acusando-a de estar promovendo “um novo julgamento” do caso e não, tão somente, estar explicando seu voto.
A gafe
Durante a sessão, Luciana também tentou embasar o seu voto dizendo que a coligação de Paulo e Farinha recebeu mais de 95% dos votos nas últimas eleições. Novamente interrompida por Gilmar Mendes, que atentou que tal dado demonstrava uma impossibilidade probabilística, a ministra sustentou a informação. Apenas depois é que foi corrigida e criticada duramente por Mendes por passar uma informação errada.
O que ocorreu, na verdade, foi que Paulo e Farinha receberam essa quantia de votos válidos, sem contar os do candidato cassado Ciro Marcial Roza (PSD).
Sem previsão
Com a decisão, a cidade de Brusque permanece sob o comando executivo de Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD). Não há previsão para que o processo seja novamente colocado em pauta. Além deste agravo, mais outros dois recursos referentes ao mesmo caso devem ser julgados no futuro.
Quem já votou:
Ministro Henrique Neves (indicado por Lula):
Neves reconheceu os méritos da condenação pela prática de abuso de poder político e econômico, já que a publicidade institucional teria sido desvirtuada à época dos fatos. Porém, reconheceu os méritos dos embargos que pedem a exclusão da condenação com base no artigo 73, parágrafo VII, que diz:
“Realizar, em ano de eleição, antes do prazo fixado no inciso anterior, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição.”
Gilmar Mendes:
Mendes rejeitou os embargos impetrados pela defesa do ex-prefeito Paulo Roberto Eccel (PT), que pedia o efeito suspensivo da pena que o retirou da Prefeitura de Brusque. Tanto na questão de abuso de poder econômico, quanto na desvirtuação de propaganda institucional.
por Wilson Schmidt Junior
Comentários
Os comentários serão analisados pelo editor do site e podem ser excluídos caso contenham conteúdo discriminatório, calunioso ou difamador. O nosso objetivo é promover a discussão de ideias entre os internautas. Esteja ciente que comentando aqui você assume responsabilidade pela sua opinião.