Morre Padre Ney Brasil Pereira, único brasileiro na Pontifícia Comissão Bíblica

Foto: divulgação -

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Florianópolis/Brusque – Natural de São Francisco do Sul e ordenado padre em Roma, participou de diversas traduções da Bíblia para o Brasil e trabalhou em Azambuja, Brusque, de 1957 a 1970. Com o pseudônimo Brasílio Pereira, foi prestigiado articulista do jornal “O Município”, cujo diretor Jaime Mendes publicava seus artigos na capa. O tipógrafo Noé Conceição Pereira atesta que aprendeu “muito da língua portuguesa com o então Diretor do Jornal, Jaime Mendes, com Wilson Santos e principalmente com o Padre Ney Brasil Pereira, que escrevia um artigo semanalmente”.

A convite do historiador Paulo Vendelino Kons, Padre Ney esteve pela última vez em Brusque na recepção ao Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança. Na manhã de 15 de novembro de 2016, participou da Santa Missa, na Forma Extraordinária do Rito Romano (celebrada em latim), no Santuário Nossa Senhora de Azambuja, regendo o Coral Santa Cecília, da Catedral Metropolitana de Florianópolis. Também participou do almoço em homenagem ao Príncipe.

Nascido em 4 de dezembro de 1930 e ordenado padre em 25 de fevereiro de 1956, Ney Brasil Pereira foi professor de Exegese do Antigo (Profetas) e do Novo Testamento (Escritos Joaninos) no Instituto Teológico de Santa Catarina (ITESC), em Florianópolis. Colaborou na tradução da Bíblia de Jerusalém, na Bíblia das Vozes, na TEB (Tradução Ecumênica da Bíblia) e na Bíblia da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB. Publicou comentários ao livro do Sirácida (Eclesiástico) e ao livro da Sabedoria, e escreveu sobre temas bíblicos na revista do ITESC, Encontros Teológicos. Além de membro da Pontifícia Comissão Bíblica.

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Proposta de novo hino para o Estado

Além de composições musicais, o padre também costuma se dedicar a compor hinos. Uma de suas insistências, desde 1992, tem sido pela mudança do hino do Estado de Santa Catarina, que, segundo ele, é um hino da república, e que não remete ao Estado. “Meu desejo é a criação de um hino do Estado, porque não o temos, o hino oficial é de 1895. Não é absolutamente do Estado, pois não diz nada dele. Hino, em qualquer dicionário, é uma composição poética que exalta determinado entidade, país, clube etc. Que o digam os clubes Avaí e Figueirense”, afirma ele, que tem uma composição pronta como ideia.

Para Ney, o novo hino precisaria falar do pioneirismo do Estado, em ser o primeiro criado da região Sul, das belezas naturais, do povo forte, sobre Anita e a Guerra do Contestado, e sobre a bandeira e seus significados. Outra “briga” do padre é pela elevação da cruz do Morro da Cruz, localizada no mirante, “que desapareceu no meio da floresta”. Segundo ele, o local era uma referência, e hoje se tornou um ponto esquecido pelo cristão.

 

por Paulo Vendelino Kons

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