Exclusivo: Olhar do Vale entrevista Fabiano Debrassi, o surfista herói


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Foto: reprodução –

Eram 18h da  sexta-feira santa (25) quando um  Honda Civic de cor branca caiu com duas pessoas no Rio Itajaí-Mirim, atrás do Estádio Augusto Bauer. No carro havia uma casal:  Eri Eduardo Vargas, de 27 anos e sua namorada, de 18 anos, que não teve o seu nome divulgado.

O veículo caiu no rio após romper a barreira de proteção da via. Começava aí a angústia do casal, que felizmente vão poder passar a Páscoa com a sua família graças ao trabalho conjunto do Corpo de Bombeiros e de dois atletas: o surfista Fabiano Debrassi e o volante do Brusque, Mineiro.

Fabiano, que é surfista, foi o primeiro a entrar na água com sua prancha e iniciou o salvamento. Ele foi entrevistado pelo Olhar do Vale, acompanhe a entrevista:

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Olhar do Vale: o que passou pela sua cabeça quando você se deparou com o acidente? 

Fabiano Debrassi: quando eu estava passando na Beira-Rio, a primeira coisa que eu percebi foi a movimentação do povo na beira da calçada apontando para dentro do rio e eu não tinha certeza do que poderia ser. Então eu avistei a cabeça de uma pessoa boiando dentro do rio. Vi que o rio estava muito perigoso e que eles tinham uma ponte na frente em que a correnteza iria piorar.  Toquei o carro um pouco mais para frente, parei e lembrei do meu filho, pensei em não ir,  pensei de novo em ir amarrei  a prancha no meu pé  e sai correndo atrás deles.

Olhar do Vale:  Fabiano, teve um momento que você titubeou se de fato se jogaria na água, o que te fez se jogar na água então?

Fabiano Debrassi: o que me fez me jogar na água é a mesma coisa que me faz pegar onda é a mesma coisa que me faz sempre fazer o bem não interessa a quem, é a mesma coisa que me faz ser sincero. Eu tenho a facilidade de brincar com água então eu vi que naquele momento seria mais fácil para mim do que para qualquer outra pessoa.

Olhar do Vale: como foi o salvamento?

Fabiano Debrassi:  depois que eu amarrei a prancha no pé e sai correndo para tentar alcançar eles eu desci o barranco e me joguei dentro da água e sai remando , eu vi a pessoa (Eri Vargas) a uns trinta metros na minha frente e ela se afogava, voltava, se afogava, voltava,  até quando eu cheguei próximo, ela se afogou e não apareceu mais . Eu fui procurando, procurando até a hora  que ela levantou a mão  e se afundou de novo. Eu mergulhei  para tentar encontrar ela e consegui encontrar. O momento  que eu estava rebocando ele, ele perguntava pela namorada. Eu disse que ela já estava salva. E pedi para ele bater perna para conseguir chegar até a beira. E chegamos ali tinha uma pessoa ( O Mineiro) e eu subi o barranco para encontrar a namorada do rapaz, mas aí me informaram que já estava de fato salva.

Olhar do Vale: qual a sensação após ter conseguido o salvar a vítima? 

Fabiano Debrassi: a sensação é de ter contribuído e saber que uma família vai passar a Páscoa muito bem.

Olhar do Vale: qual a lição que fica deste salvamento? 

Fabiano Debrassi: o que eu acho importante é que na vida nós temos nossas fraquezas  e alguém nos ajuda e às vezes com a nossa força a gente pode ajudar alguém e esse alguém não interessa quem ele é de onde que ele veio e por quê ele tá precisando da nossa ajuda. Se a gente ganhou um dom na nossa vida que a gente possa intervir nas  coisas que estão ao nosso redor, eu acho que nada melhor do que mostrar gratidão  ao usar aquele dom que a gente recebeu. Usar esse dom para ajudar as pessoas que estão ao nosso redor. Que a gente reflita pelos nossos atos, porque a gente não precisa passar por cima de ninguém  para nós sermos felizes e termos sucesso.

por Anderson Vieira

 

 

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