Enxurrada de quinta é tema de Coletiva de Imprensa na Prefeitura

Fotos: Anderson Vieira -

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Fotos: Anderson Vieira –

Brusque – Todo o secretariado da Prefeitura de Brusque esteve reunido na manhã desta segunda-feira, 9 de janeiro, no Salão Nobre, para uma coletiva de imprensa sobre a forte enxurrada da última quinta-feira, 5. Em aproximadamente 25 minutos de perguntas e respostas, o prefeito Jonas Paegle; e seu vice Ari Vequi, junto de todo o colegiado, tentaram sanar as dúvidas de uma imprensa regional cheia de questões a serem levantadas.

A primeira pergunta – direcionada à Paegle – teve as galerias de drenagem como foco. Um dos grandes problemas em fortes chuvas é a estrutura subterrânea da cidade, que muitas vezes se mostra incapaz de suportar tamanha quantidade de água. Qual o planejamento da Prefeitura em relação a essas estruturas – por muitas vezes antigas – e qual a prioridade a partir de agora: o prolongamento da Beira Rio ou as galerias de drenagem? Respondendo, Paegle confirmou que são duas coisas distintas e que o prolongamento da avenida também é necessário para a questão de escoamento de água. Com respeito as obras do PAC e os dutos de drenagem, Jonas aproveitou para ressaltar que sempre questionou a sua funcionalidade. “Eu sempre olhava e falava: meu Deus, que obra mal feita (…) Foram obras mal feitas, dinheiro mal investido. Infelizmente estamos com caixa zero, dificuldade tremenda, secretaria de Obras falida não temos uma patrola (…) atrás de quem nós vamos? Quem é o responsável? Então vamos começar devagarzinho, vai dar muito dodói, vamos mexer com muita gente. Chega do jeitinho, chega da Assistência Social dar um pãozinho aqui, uma casinha ali, nós temos que começar a pensar pro futuro (…) já começou. Já estou em contato com o Peninha, com Governador pra vir verba (…) a população vai sofrer um pouco, mas vamos fazer direito, como manda a lei. Se todos os serviços tivessem sido feitos a risca, não estaria acontecendo isso em Brusque”, afirma.

Durante a coletiva de imprensa, as limpezas de bocas de lobo marcadas para o final de semana também foram tema. De acordo com o diretor geral da Secretaria de Obras, Nik Imhof, os serviços foram executados na sexta, 6, sábado, 7; e domingo, 8, com o auxílio de terceiros, que cederam equipamentos como um hidrojato e um hidrovap. O hidrojato pertencente a Prefeitura de Brusque está quebrado e o orçamento para o conserto se aproxima dos R$ 100 mil. “Uma empresa nos disponibilizou até para nos mostrar a eficiência deste tipo de material. E realmente limpa muito mais rápido as bocas de lobo. Os trabalhos continuarão a ser feitos. Temos prioridade para bocas de lobo antigas (…) no Bairro Águas Claras, Guarani, na Rua Nova Trento, Rua São Leopoldo, São Pedro, principalmente”, pontua.

Foto: Anderson Vieira
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Questionado sobre o decreto de estado de emergência assinado pelo Prefeito Jonas Paegle, o procurador-geral do município, Mário Mesquita, afirmou que o processo seguiu lisamente o que predispõe a normativa do Ministério da Integração Nacional e que a dispensa de licitação está prevista de maneira emergencial apenas para a aquisição de bens ou serviços que serão utilizados nas áreas afetadas pelo desastre natural. Mesquita também voltou a falar sobre as obras do PAC Macrodrenagem que, para ele, tiveram uma gestão fiscal criminosa. “Não executaram as tarefas e as obrigações impostas pelo Ministério das Cidades e Integração Nacional. Isso, certamente, a administração pública ora iniciando, fará, sim, a partir deste momento, a apuração detalhada de cada situação feita. Eu digo isso em relação a administração que recebeu os recursos federais e não os aplicou adequadamente”. Uma sindicância também será aberta, a fim de apurar e investigar o que houve com o maquinário da Secretaria de Obras, que está praticamente todo obsoleto. “Precisamos levantar essas informações todas para saber o que de fato aconteceu”, disse Mesquita. Durante seu pronunciamento, ele também citou a questão de loteamentos, principalmente no Nova Brasília e Azambuja. Há anos embargados, ele estranha o fato dos mesmos terem sido liberados durante as administrações anteriores e relatou que irá solicitar documentos detalhados para embasarem atitudes do Poder Executivo. “Áreas que nunca foram alagadas foram alagadas por conta de todo esse deslizamento trazido por loteamentos liberados pelo Poder Público”.

Doações

Mariana Silva, secretaria de Assistência Social, agradeceu o grande volume de doações angariadas, reforçando que elas não são mais necessárias no momento. Ocorre que muitas delas ainda não conseguiram acesso aos donativos, por falta de possibilidade de transporte. Mesmo assim, a servidora ressaltou que os assistentes sociais da pasta continuam em loco nos locais atingidos pela chuva para tentarem solucionar os problemas.

Foto: Anderson Vieira
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por Wilson Schmidt Junior e Anderson Vieira

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