Bombeiros: salvando vidas alheias e riquezas há 159 anos


Foto: Wilson Schmidt Junior -
Foto: Wilson Schmidt Junior –

Brusque – Passa ano e entra ano, a profissão de bombeiro continua sendo uma das que mais é sinônimo de confiança entre a população mundial. E quem nunca sonhou, mesmo que fosse por um momento, em atuar nesta carreira que é conhecida, também, como a de “anjo da vida”. Neste dia 2 de julho os bombeiros de todo o Brasil estão em festa com a passagem do seu dia. Nesta data, há exatos 159 anos, era criado no Rio de Janeiro, até então a sede do império, o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, que teve como comandante o major João Batista de Morais Antas.

E como homenagem ao constante devotamento e aos atos de heroísmo praticados pelos bombeiros de hoje, de outrora, militares e comunitário, a 3ª Companhia de Bombeiros Militar de Brusque realizou, nesta tarde, um encontro entre os socorristas da ativa e da reserva remunerada do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), que atuaram em Brusque nas últimas décadas. Foi um café com direito a bolo e salgados regado de histórias dos tempos passados.

De acordo com o primeiro tenente BM Hugo Manfrim Dalossi, comandante da guarnição brusquense, trata-se de um reconhecimento para os socorristas que há muitos anos atrás batalharam com meios, muitas vezes, precário, ajudando no nome que atualmente ostenta o CBMSC. “Muitos entravam com a própria farda, que não era apropriada para isso, nos incêndios, sem nenhum tipo de equipamento de proteção individual. Então, hoje, a realidade dos bombeiros de Brusque é outra, com viaturas e equipamentos do mais alto nível de modernidade mundial. Então, com certeza, atingimos um nível de satisfatório de treinamento e material”, afirmou ele.

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Para quem quer seguir a profissão e a bela carreira de bombeiro, o oficial resumiu em poucas palavras a principal dica. “A mensagem que eu tenho para os jovens que desejam e sonham com isso, que estudem e se capacitem, pois, poder ajudar diariamente outras pessoas em momentos de fragilidade a profissão é muito gratificante”.

Desafios

A principal mácula da atividade militar em todo o Brasil passa pelo efetivo que geralmente é baixo e insuficiente para oferecer um trabalho de esmero. Em Brusque isto não é diferente e, inclusive, já foi tema de reportagem aqui em Olhar do Vale. Manfrim torce para que isso mude em breve. “Hoje nós contamos com 38 bombeiros aqui em Brusque e esse efetivo tem possibiltado atendimento nas ocorrências, mas não estamos com efetivo adequado nas viaturas. E isso acaba sobrecarregando a guarnição ou, então, o atendimento não ocorre da maneira perfeita como tinha que ser. Esse é o nosso desafio e esperamos boas notícias em breve e que o Governo do Estado também faça novos concursos”, frisou o comandante.

Bombeiros comunitários

Os bombeiros comunitários prestam um serviço de apoio para o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Trata-se de um grupo de civis que são treinados para auxiliar o trabalho das guarnições de serviço diariamente. “Eles fazem um curso com a gente e são muito importantes. Eles nos ajudam e acabam completando nosso efetivo que como acabei de citar, é limitado”. Um novo curso está para ser aberto neste segundo semestre para a formação de novos bombeiros comunitários.

História para contar

A reportagem de Olhar do Vale conversou com o sub tenente BM Antônio Valmir Rodrigues. Atualmente na reserva remunerada da instituição, ele nos contou um pouco sobre sua experiência através dos mais de trinta anos em que esteve trabalhando para o CBMSC. Segundo Rodrigues, imaginar que hoje o quartel de Brusque teria uma estrutura tamanha a apresentada hoje, à época, era utopia. “A gente trabalhava em condições bem precárias. Era mais por amor. De vez quando dávamos uma de herois, entrando em lugares perigosos sem a mínima segurança. Porém, hoje, nem tem comparação. Nos equiparamos a bombeiros dos EUA e da Europa”, frisou o simpático o simpático praça da reserva.

Ele se emocionou e falou de maneira embargada das ocorrências atendidas em seu trabalho operacional, citando que não eram os incêndios que mais marcaram e, sim, os acidentes ou demais ocorrências em que estavam envolvidas crianças. “Nós que temos filhos, fazemos uma comparação, pois, poderia ser os nossos filhos. E por isso são as que mais marcam”.

Perguntado se ele sente falta do trabalho operacional, Antônio falou bonito. “A gente até sente falta. Mas isso ameniza quando saímos com a sensação do dever cumprido”, finaliza.

por Wilson Schmidt Junior

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