Traje de Francisco Cuoco está pronto

Foto: divulgação -

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Brusque – Faz mais de 30 anos que a guabirubense Iria Eble Habitzreuter não dedicava horas de seu dia frente a uma máquina de costura. Trabalhos até então eram esporádicos e se limitavam às peças de patchwork. Mas no início do ano passado ela recebeu um convite e também um desafio: melhorar as condições de figurino do espetáculo “Paixão e Morte de Um Homem Livre”. Aceitou sem pestanejar. Tratou de desenferrujar a máquina, as mãos e a habilidade que transforma o tecido em roupa. Iria só não imaginava que este trabalho voluntário lhe permitiria vivenciar uma linda experiência: costurar o traje do ator Francisco Cuoco, que no espetáculo dará vida ao sumo sacerdote Neftali.

“Sou fã dele. A novela ‘Selva de Pedra’ foi a que mais gostei. Espero que consiga tirar uma foto com ele para eternizar esse momento”, conta Iria.

Para a cena de Francisco Cuoco, ela foi responsável pela costura de mais oito trajes para os sumos sacerdotes. O trabalho levou quase o mês de março inteiro, com sua dedicação permanente de manhã e de tarde. A túnica continua preta, mas na edição de 2017 ficou rica em detalhes. “Estão maravilhosos. Um mais bonito que o outro. Claro que na do Francisco Cuoco eu caprichei mais”, confessa, entre risos.

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O responsável pela criação da túnica de Francisco Cuoco e dos demais atores que interpretarão os sumos sacerdotes foi o fashion designer André Francisco Dalsegio. Ele já prestigiou outras edições do espetáculo e considera um privilégio estar contribuindo pela primeira vez com o projeto.

“Pesquisei bastante. Nossa maior preocupação era, além da originalidade, de conseguir mostrar a riqueza do traje mesmo o público estando longe do palco. Para isso elaboramos desenhos e padronagens que fossem vistas com mais clareza e detalhes. Bastante brilho e pedras foram usadas para realçar ainda mais os trajes. Agora estou muito ansioso em ver o Francisco Cuoco com a túnica e para assistir o espetáculo que este ano está ainda mais lindo”, ressalta o fashion designer André Francisco Dalsegio.

Segundo ele, foi necessário um mês para definição de modelagem, detalhes, tecidos e materiais que seriam utilizados. Dalsegio desenhou ainda um croqui mais técnico, que Iria usou como base de modelagem. No ateliê os dois trabalharam juntos, unindo peças na formação de desenhos exclusivos para cada traje.

“O maior aprendizado, enquanto profissional de moda voltado para a área têxtil, foi de fazer figurinos e ver o quanto é importante pesquisar para se ter referências e apresentar um trabalho coerente. Pelo lado pessoal foi gratificante porque trabalhamos em equipe e isso é sempre é a melhor opção quando se busca um ótimo resultado. Também é um dos principais ensinamentos deixados por Jesus”, enfatiza Dalsegio.

A roupa da realeza

O espetáculo “Paixão e Morte de Um Homem Livre” nesta edição de 2017 também é marcado pela estréia da dress designer Simone Gums ao time de voluntários que trabalha nos bastidores e transforma o projeto em realidade. Para ela, o desafio foi de repaginar os trajes da realeza: 12 damas da corte e os três Reis Magos.

“Fiquei honrada pelo convite. Conhecia o espetáculo, mas nem imaginava todo o trabalho que havia nos bastidores, sobretudo relacionado à produção de figurino. A proposta era reciclar o que já se tinha e inclui no trabalho tecidos e pedrarias que tenho no ateliê. Nada foi comprado e nem investido. Tudo foi reaproveitado”, explica Simone.

Conforme pesquisa apresentada pelo diretor do espetáculo, Marcelo Carminatti, Simone optou pelos tecidos leves, com caimento e nuances. “Na época as vestimentas tinham volume, espessuras, amarrações. Então usei panos grandes para o toque de finalização. Musseline, chiffon e cetim. As cores da época eram mais terrosas, acobreadas, douradas ou beges, até pela falta de recursos em lavação. Mas nós inovamos com cores quentes, amarelo, roxo, azul. Foi uma forma encontrada para modernizar o figurino, mas sem perder as características básicas, que são a essência do teatro”, pontua.

No estúdio de Simone, o trabalho voluntário iniciou em janeiro e agora está em fase de finalização. Ela, inclusive, disponibilizou uma colaboradora apenas para o atendimento às demandas do teatro. “Antes eu fazia parte do público, assistia sem envolvimento. Agora tenho a ideia de tudo que o projeto movimenta e do quanto depende da doação de voluntários. Foi um aprendizado. Estou empolgada para ver como o público vai reagir às mudanças”, observa.

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por Assessoria de Imprensa

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